Os ENSAIOS COREOGRÁFICOS são um programa de ação continuada do TUSP que reúne artistas e pesquisadores das mais variadas tendências em dança, performance e artes do corpo. O projeto recebeu em sua estreia o Prêmio Denilto Gomes 2018 em Difusão em Dança, da Cooperativa Paulista de Dança.
Este ano o evento acontecerá de 18 a 21 de novembro de 2021, e terá como título: TRAJETÓRIAS: FLUXOS QUE NOS INFORMAM | Ensaios Coreográficos: IV.
Em decorrência da pandemia, pela segunda vez desde 2020, o evento acontecerá em formato virtual. A cada dia da programação, dois artistas e um provocador convivem e apresentam trechos e trabalhos gravados, a fim de estabelecer diálogos sobre as possibilidades de organização nas fronteiras virtuais de um artista do corpo – seja das artes visuais, dança, performance, teatro-dança ou vídeo-dança.
Nesta 4a edição, o projeto acolhe a ideia de que todo o mundo se conecta e se alimenta por meio de informações, e que a vida se expande pelo estabelecimento de redes. O próprio corpo processa as informações à medida que vivencia e explora as possibilidades do real. Nesse fluxo, a memória reside não apenas no cérebro, mas em cada uma de nossas células.
A proposta aqui é a de criar um ambiente virtual, focado nas artes do corpo, que revele as estratégias de permanência expostas nas trajetórias de diferentes artistas/pesquisadores, registrando suas especificidades e suas distintas temporalidades. Nosso interesse é apontar resíduos que informem conexões – ou rupturas – com diferentes linhagens artísticas, buscando compreender como algumas permanências se estabelecem na arte na larga escala temporal.
Para traçar um panorama nacional dos contornos delimitados por esta edição, foram convidados artistas/professores/
No limiar entre dança e performance, a intenção é estabelecer um diálogo entre teorias e práticas artísticas distintas, num processo pautado por relações entre poéticas artísticas e o deslocamento vital das possibilidades de reinvenção dos corpos.
Apresentações gratuitas via Zoom, com inscrições pelo Google Forms (https://docs.google.com/
18/11, quinta, 20h | Luis Ferron (SP) e Cinthia Kunifas (PR) | Provocador: Elder Sereni (SP) – (Evento FB – https://fb.me/e/2DvnMNlYY?
- Luis Ferron é artista da dança desde 1983, pedagogo, tem por característica principal o diálogo envolvendo corpos, culturas e memórias como dispositivo para as suas pesquisas em criação. É diretor e coreógrafo do Núcleo Artístico Luis Ferron com o qual tem verticalizado nos últimos anos suas pesquisas e criações para abarcar sobretudo as variáveis contidas nos territórios urbanos.
Sapatos Brancos é resultado de dez anos de um mergulho incondicional no universo cultural do carnaval paulistano, suas escolas de samba e especialmente o ritual presente na dança do Mestre Sala e Porta Bandeira,
A obra transpõe esses elementos e tradições para a dança contemporânea, operando com o maior número possível de variáveis abertas, partindo de um fluxo de associações, rede de interesses e sensações que através do processo confluem em um roteiro dramatúrgico/coreográfico coerente a apreciação de um público diverso.
- Cinthia Kunifas é artista da dança, pesquisadora, docente e performer, mestre em artes cênicas pela UFBA e especialista em consciência corporal/dança pela FAP/UNESPAR. Desde 2002, desenvolve com Mônica Infante processos de criação em dança/performance, tendo recebido o prêmio Rumos Dança Itaú Cultural em 2003. É terapeuta certificada na abordagem Somatic Experience®.
As obras Corpo Desconhecido e Projeto Fenda surgem do encontro entre Cinthia Kunifas e Mônica Infante que, há 19 anos, criam em parceria. Corpo Desconhecido emerge da crise do corpo e propõe a pausa como poética. Projeto Fenda nasce da imersão do corpo em um sítio específico e propõe o trauma como questão.
- Elder Sereni é doutorando em artes cênicas e integrante do grupo de pesquisa Performatividades e Pedagogias (Unesp). Participou de projetos premiados pela Lei de Fomento à Dança, PROAC Dança, e Funarte de Dança Klauss Vianna. É assistente de direção e criador-intérprete no Avoa! Núcleo Artístico. Como docente atuou na graduação em dança e teatro na UFU, graduação em teatro na UEM e na Unesp. Atualmente é docente na ETEC de Artes.
19/11, sexta, 20h | Gilsamara Moura (SP) e Telma César (AL) | Provocador: Francisco Rider (AM) – (Evento FB – https://fb.me/e/1QYp1VLs3?ti=
- Gilsamara Moura é artista e consultora de projetos culturais. Doutora pela PUC-SP com pesquisa em políticas públicas em dança, docente da UFBA, professora convidada da Universidad Laica Eloy Alfaro (Equador) e do Instituto de Bellas Artes (Paraguai). Dirige o Grupo Gestus e idealizadou a Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira (Araraquara/ SP). Curadora e coordenadora do Festival Internacional de Dança de Araraquara (FIDA), Festival Boi Estrela de Igatu na Bahia e ORIzzontale: incontri per estar, em Brescia, Itália). Líder do grupo de pesquisa ÁGORA: modos de ser em dança (UFBA/CNPq).
Dançar para Sustentar o Céu, homônimo ao tema do FIDA 2021, da qual foi curadora, é um material fílmico que busca honrar as lideranças indígenas Ailton Krenak e Davi Kopenawa, compartilhando saberes multirrefenciados com artistas, educadores, ativistas e gestores culturais ao longo de mais de três décadas. O filme traz trechos de trabalhos de 2016 a 2020 evidenciando uma trajetória de resistência e luta por políticas públicas em educação e cultura, perspectivada pela presença do Grupo Gestus.
- Telma César, alagoana, artista da dança e da música. Desde 2000 dirige a Cia dos Pés, grupo de dança contemporânea com sede em Maceió, que tem por principais referências poéticas o Tai Chi Pai Lin e danças tradicionais e populares do Brasil. É professora associada da Universidade Federal de Alagoas, no curso de licenciatura em teatro, doutora em educação (PPGE-UFAL), mestre em artes (Unicamp) e graduada em educação física (UFAL).
Dança Baixa parte da reflexão acerca do tempo que destinamos para estarmos em nós mesmos e um mergulho íntimo em nossa história e cultura. Como exercício de uma política do chão, diferenças e referencialidades culturais são o centro do processo criativo. Em Dança Anfíbia, um mergulho no processo de criação em dança que toma por ponto de partida a metáfora de Gilberto Freyre sobre a gente alagoana ser “uma gente quase anfíbia”. Um ser anfíbio que, mais que sobreviver no ambiente, cria condições de criação e se reinventa em processos adaptativos.
- Francisco Rider é um artista pesquisador autônomo manauara. Mestre em letras e artes (PPGLA -Universidade do Estado do Amazonas), realizou aperfeiçoamento artístico com bolsa Capes/MEC, na Movement Research de Nova Iorque (EUA – 1996/1998). Ali, apresentou-se em espaços dedicados às artes contemporâneas como The Kitchen, PS122, Judson Church, Dixon Place, Danspace Project.
20/11, sábado, 20h |
Elisio Pitta (BA) e Rui Moreira (RS) | Provocadora: Leandro Souza (SP) – (Evento FB https://fb.me/e/2HnSPbUqR?
- Elísio Pitta é especialista em gestão cultural e mestre em artes cênicas (MFA) pela University of British Columbia. Há mais de 45 anos de atuação artística, abrangendo dança, música, teatro e cinema, estudou e trabalhou com renomados mestres de várias partes do mundo, como Mestre Waldemar da Paixão; Raimundo King; Clyde Morgan, Lia Robatto, Maria Fux, Rubens Cuello, Alvin Ailey, Maurice Bejart e Neide Aquino e atuou como artista convidado em várias companhias fora do Brasil. Em 1986 fundou a Alujá Dance Company, grupo de dança moderna que excursionou nos Estados Unidos Canadá e México por 10 anos. É professor de dança moderna e artista residente na companhia do Ballet Stagium em SP, onde desenvolve as Oficinas de Aceleração Técnica, projeto de sua autoria e é cofundador da plataforma E-Fórum Artes e Ideias.
Olokun é um espetáculo de dança negra contemporânea/teatro físico que se utiliza da simbologia da dança dos orixás e outros elementos da ancestralidade africana. Dança, vídeo, projeções, cenários e imagens se unem para ambientar e dar um senso realístico a sentimentos antagônicos dos seres humanos. O episódio narra a visita feita por um ser mitológico à sua contraparte. Olokun em alguns locais em África é Yemanjá; no Benin sua representação é masculina, já na Nigéria, feminina. No Brasil e nas regiões da diáspora ela habita as águas azuis dos oceanos, em África são os seus domínios as águas escuras profundas – abissais.
- Rui Moreira é bailarino, intérprete, criador e coreógrafo e investigador de culturas do corpo cênico diaspórico afro-subsaariano. Compôs importantes elencos da dança brasileira, cocriou e dirigiu o agrupamento artístico Cia. SeráQuê? por duas décadas e atualmente, sediado em Porto Alegre, dedica-se à Rui Moreira Cia de Danças onde objetiva a promoção da oferta de fruição e consumo de cultura. Cursando Licenciatura em Dança da UFRGS – Porto Alegre.
Espiral – O Futuro Pode Estar na sua Frente ou às suas Costas…, vídeo-performance desenvolvida a convite do Festival de Inverno da UFMG (2020), a partir do tema “Mundos possíveis: culturas em pensamento”. Assim como a vida, a espiral a partir de um eixo projeta-se para o infinito aparentemente sem fim. A performance reforça a mensagem subjetiva sobre a relatividade dos fatos históricos para a continuidade dos caminhos da humanidade.
- Leandro Souza (provocador) é artista da dança, mestre em artes da cena e bacharel em dança pela Unicamp. Dentre seus trabalhos estão as peças “Sismos e Volts” (APCA, 2018) e “Eles Fazem Dança Contemporânea” (ProAC, 2019).
21/11, domingo, 18h | Carmen Luz (RJ) e Silvia Moura (CE) | Provocadora: Paula Salles (SP) – (Evento FB – https://fb.me/e/72U6ZsLAv?ti=
- Carmen Luz nasceu e mora na cidade do Rio de Janeiro. É cineasta, coreógrafa, pesquisadora em dança, roteirista e diretora de espetáculos cênicos, com formação acadêmica e prática multidisciplinar. Escreve e realiza obras cênicas, documentários e vídeos experimentais. Aborda, com especial interesse, as histórias de vida de pessoas afrodescendentes, as gestualidades das mulheres negras e a corporeidade de jovens moradores dos grandes centros urbanos e suas periferias.
Panelaço: Poder, hipnose, recuo, conversação, engrenagem, avanço, manipulação, resistência, luta, pressão, cansaço, proximidade, distância, esgotamento, precariedade e fantasia se estabelecem nesta quase-dança de buracos na paisagem íntima.
- Silvia Moura é artista das conexões possíveis entre o corpo e o pensamento. Comunica-se através de diversas mídias, utilizando dança, performance, e palavra como principais pontes para essa viagem, entre sua vida e o olhar do público. Essa relação permeia sua “dança-desabafo”, tornando-a uma das artistas emblemáticas na educação, produção e difusão da dança no Ceará.
Casa, Corpo, Mulher, Árvore exercita uma retomada do convívio entre público e artista, reformulando e recriando possíveis contatos íntimos e públicos, após tanto tempo de distanciamento social. Em meio a uma situação ímpar na história da humanidade, fomos catapultados a uma nova realidade. O que compartilhar no íntimo de uma casa, após tudo o que passamos? Como nos manter vivos, agora? A partir destas e outras incertezas e milhares de perdas no mundo, o artista tem que criar e re-aprender a arte de existir em tempos duros, buscando pulsão de vida em meio a tantos movimentos de paixões tristes.
- Paula Salles é mestre em comunicação e semiótica pela PUC-SP, especialista em estudos contemporâneos em dança pela UFBA, e bacharel e licenciada em dança pelo IA da Unicamp. Fundadora-integrante da Ouvindo Passos Cia de Dança, com Deise de Brito, desde 2013. É professora no da licenciatura em dança da Faculdade Paulista de Artes. Foi membro da comissão julgadora do Prêmio Denilton Gomes de Dança em 2019 e em 2020 foi contemplada junto à Ouvindo Passos Cia de Dança no 29º Edital de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo. Em 2021 foi membro da comissão da 30a. Edição de Fomento à Dança da cidade de São Paulo.
O projeto Ensaios Coreográficos tem como Idealizadora e Curadora a Livre Docente da USP Helena Bastos. Ela é coreógrafa, bailarina e professora universitária. Possui mestrado (1999) e doutorado (2003) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, além de concluir o pós-doutorado na Universidade Autônoma Metropolitana (2016) Cidade do México. Docente do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo, desde 2003, tendo sido eleita chefe por dois mandatos consecutivos, em 2011-2012 e 2013-2014. Em 2017 eleita coordenadora de graduação do curso de Artes Cênicas/ECA-USP. Desde 2006 coordena o grupo de pesquisa Laboratório de Dramaturgia do Corpo – LADCOR ligado ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – PPGAC/ECA da USP, assim como integra a linha Texto e Cena. Dedica-se à pesquisa atuando principalmente nos temas relacionados com processos coevolutivos entre corpo, cidade e suas dramaturgias. Elege trânsitos entre dança, memória, performance e política. Idealizadora do Grupo Musicanoar, no qual atua sistematicamente, buscando integrar as experiências aí realizadas com as pesquisas que conduz na universidade. Em seu curriculum destaca-se entre bolsas e prêmios FAPESP, CAPES, Programa de Fomento à Dança (6°/2009, 9°/2010, 12°/2012, 16°/2014 e 20°/2016 edições), Prêmio Denilto Gomes (2017 e 2018), APCA (2001 e 2006) , Rede Stagium, Prêmio Flávio Rangel e Rumos Dança.
Serviço
Trajetórias: Fluxos que nos informam – Ensaios Coreográficos: IV
De 18 a 21 e novembro de 2021
Quinta a sábado, às 20h, e no domingo, às 18h.
Local: Virtualmente | Plataforma Zoom
Inscrição: Grátis – https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSey9bRFpZUtg7HQz1te8-Z7Md9W1o9Vr48vBotGokcFKfN2-Q/viewform https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSey9bRFpZUtg7HQz1te8-Z7Md9W1o9Vr48vBotGokcFKfN2-Q/viewform