Terça Aberta na Quarentena traz trabalhos de quatro artistas em encontro virtual
Crédito da foto: Divulgação
Cena de Efeitos Colaterais
A terceira edição do Terça Aberta na Quarentena, feita em plataforma online nestes tempos de isolamento social, reúne no dia 23 de junho, às 19h, quatro artistas para compartilharem seus trabalhos e trajetórias de pesquisas – o mineiro de Juiz de Fora, radicado em Natal, René Loui, a dupla formada pelo artista transmasculino Oliver Olívia e o escritor e dramaturgo cis Lucas Miyazaki, e a atriz e dramaturga Lara Duarte. A composição dos trabalhos da noite e a mediação da conversa depois das apresentações são feitas por Janaina Leite (Grupo XIX de Teatro) e a coreógrafa Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança).
“Efeitos Colaterais” é a performance solo, desenvolvida por René Loui, durante a quarentena, como parte de uma série de experimentos de dança caseiros, realizados pelo CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas, do qual é fundador junto com Rozeane Oliveira. Neste trabalho, o intérprete evoca, por meio do movimento, as dores, as agonias e as incertezas causadas pela frágil situação mundial perante a pandemia do COVID-19. René Loui é mestre em Artes Cênicas (UFRN), bacharel em Artes e Design (UFJF), e recebeu prêmios como: Klaus Vianna (2014); Conexão Brasil Intercâmbios (2014); e Overseas Culture Interchange (2016), SEBRAE RN – Economia Criativa (2020); Itaú Cultural – Arte Como Respiro (2020). Em 2019, representou o Brasil como o único artista brasileiro selecionado para a Odisha Biennale, na Índia.
A proposta da Cia Fragmento de Dança acolhe processos artísticos de dança, teatro e performance, que ganham na pandemia uma outra “cara”, desafiando os modos de compartilhamento e formas de construir a fruição e o debate entre artistas e público na virtualidade.
Em “Não ela – o que é bom está sempre sendo destruído”, Oliver Olívia e Lucas Miyazaki trazem a percepção que o homem cis tem de seu companheiro, a fim de revelar as tensões que permeiam seu relacionamento afetivo: a transfobia, a misoginia e o machismo estrutural. Oliver Olívia é ator e performer pela SP Escola de Teatro, e bacharel em filosofia pela USP, onde realizou pesquisa sobre teatro pós-dramático e performance, sob a orientação do professor Ricardo Fabbrini. Integrou o núcleo de pesquisa “Feminino abjeto”, sob direção de Janaína Leite. Com formação em Literatura e Dramaturgia, Lucas Miyazaki é autor do livros “Elefantes” (Prêmio Nascente 2015), “Celular.Quitinete.Rua” (2017), ambos de poesia, e “Catálise” (romance, em pré-lançamento). Como dramaturgo, foi um dos fundadores do coletivo Dramofagia.txt. Colaborou com traduções e diversos ensaios sobre arte e escrita, em revistas como Modo de Usar, Enfermaria 6, Ruído Manifesto e Cisma.
Com “Pânico Vaginal”, Lara Duarte prevê, em um futuro hipoteticamente inevitável, um procedimento clínico denominado “Armamento Íntimo” para instalar, no canal vaginal ou anal, pistolas, escopetas, fuzis, espingardas, carabinas, rifles, submetralhadoras, tudo hipoalérgico e ainda disponível nas versões rosa, roxo e gliterizado. Formada em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia e em dramaturgia pela SP Escola de Teatro, Lara Duarte foi dramaturgista e assistente de direção da peça “StabatMater”, dirigida por Janaína Leite. Atuou como atriz e assistente de dramaturgia na peça “Acúmulos”, com direção de Kênia Dias e dramaturgia de Márcio Abreu.
A inscrição do público pode ser feita no link: https://forms.gle/F2jE78ABdThAT4iq9
A partir do preenchimento deste formulário, será enviado no dia do evento um link para acesso à plataforma ZOOM, por e-mail e telefone.
A ação faz parte do projeto “Autodepoimento na cena”, contemplado pela 27ª Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo.
*Artistas interessados em compartilhar seus trabalhos podem se inscrever no site https://www.ciafragmentodedanca.com.br/
A Terça Aberta, que antes da pandemia acontecia mensalmente no Kasulo – Espaço de Cultura e Arte, nasceu em 2016, viabilizada pelo Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, e tornou-se uma ação permanente e contínua da Cia Fragmento de Dança. Espaço de intersecção, debate e difusão de trabalhos de dança, teatro e performance, participam artistas que desejam compartilhar seus processos, trocando impressões entre si e com o público, uma vez que, ao final das apresentações, é aberta uma roda de conversa. Em 2017, a companhia recebeu o prêmio Denilto Gomes, na categoria “difusão em dança”, por esta iniciativa.
Serviço
Terça Aberta na Quarentena – Cia Fragmento de Dança
Dia 23/6, 19h – Plataforma Zoom
Com:René Loui (“Efeitos Colaterais”), Oliver Olívia e Lucas Miyazaki (“Não ela – o que é bom está sempre sendo destruído”), e Lara Duarte (“Pânico Vaginal”).
Mediação: Janaína Leite e Vanessa Macedo.
Link para inscrição: https://forms.gle/F2jE78ABdThAT4iq9