Terça Aberta na Quarentena de outubro une teatro, dança e performance
Crédito da foto: Divulgação
Cena de Cassandra, de Paula Carrara
Uma performance, “¡Te Extraño!”, de Andrea Tedesco, uma dança, “Se te faz feliz – o solo do peixinho”, de Katharina Câmara, e uma performance, “Cassandra”, de Paula Carrara, fazem a Terça Aberta na Quarentena de outubro, no dia 27, às 19h, ‘ao vivo-online’ pela plataforma Zoom. A proposta da Cia Fragmento de Dança, que acontece desde 2016 de modo contínuo, acolhe trabalhos inéditos, recém estreados ou em processo, sempre seguidos de uma boa conversa entre os artistas, com a participação do público e mediação da atriz Janaina Leite (Grupo XIX de Teatro) e da bailarina Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança).
“A matéria dos sonhos são as memórias, mas a direção dos sonhos são os desejos.”
Durante a quarentena de 2020, essa frase de Sidarta Ribeiro instigou a atriz Andrea Tedesco a solicitar que seus amigos lhe enviassem áudios narrando os sonhos que haviam tido ou que ainda viessem a ter. Esses áudios, juntamente com outros tantos de teor cotidiano (ficcionais e reais), foram organizados pela atriz para compor a performance imersiva “¡Te Extraño!”. O período de criação corresponde aos 54 dias nos quais o som da UTI invadia sua casa através de chamadas de vídeo.
“Se te faz feliz – o solo do peixinho” surgiu a partir da interação do corpo com um objeto, o peixinho, que disparou conexões com memórias outras, de caráter afetivo. A cena resulta da reinvenção dessas memórias e da redisposição delas entre si. O solo, originalmente feito para uma sala cênica, promove agora o desconfinamento parcial de histórias que Katharina Câmara guardou pra si, criando novos sentidos.
A performance de Paula Carrara nasce do desejo de defender a singularidade e a escuta das diferentes vozes e desvelar a maleabilidade do discurso, através do mito de Cassandra, convidando os espectadores a se perguntarem sobre os mecanismos que constroem ‘a verdade’. Cassandra é uma mulher. Num golpe dos deuses, ela ganha o dom da visão e da profecia – é capaz de ver antes, mas nada do que diz é crível. Vê a guerra e a morte, mas suas advertências soam como divagação e pessimismo indesejado; sua palavra não modifica os eventos ao seu redor. “Cassandra” é um trabalho solo que explora o território da linguagem, seja como índice do pensamento, seja como materialidade visual e sonora.
Para assistir, o público deve fazer inscrição no link www.bit.ly/tercaabertaoutubro. No dia do evento, será enviado um link para acesso à plataforma ZOOM, por e-mail e telefone.
A ação faz parte do projeto “Autodepoimento na cena”, contemplado pela 27ª Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo.
*Artistas interessados em compartilhar seus trabalhos podem se inscrever no site https://www.ciafragmentodedanca.com.br/
Ficha técnica dos trabalhos
“¡Te Extraño!”
Concepção, dramaturgia e performance – Andrea Tedesco
Colaboração artística – Pedro Canales e João Pedro Ribeiro
Sonoplastia – Pedro Canales
Trabalho criado na Oficina de Orientação de Projetos de Janaína Leite
“Se te faz feliz – o solo do peixinho”
Concepção e interpretação – Katharina Câmara
“Cassandra”
Criação e Performance: Paula Carrara
Conceito Visual: Renan Marcondes
Provocação Cênica: Carlos Canhameiro, Daniel Gonzales, Maristela Estrela e Giulia Tollis
Provocação Artística: Carolelinda Dickey, Carolina Bianchi, Cristina Salmistraro, Giulia Grechi e Paula Mirhan.
Sobre artistas
Formada pela ECA/USP e pelo CPT, Andrea Tedesco trabalha com diversas companhias de teatro, como OPOVOEMPÉ, Phila 7, Folias D’Arte e Velha Companhia. No início de 2020, reestreou a peça “Na Polônia, Isso é Onde?”, no Teatro Sérgio Cardoso, com o Coletivo OPOVOEMPÉ. Atualmente, se dedica aos projetos “Histórias de Baker”, sob direção de Cristiane Zuan Esteves, e “Vila Itororó-Atacama, memórias e utopias”, dirigida por Luiz Fernando Lubi Marques. Atuou em cinco filmes do diretor Ugo Giorgetti, sendo indicada a melhor atriz, pelo Prêmio Aplauso Brasil, por sua atuação em “Boleiros 2”.
Katharina Câmara é artista e pesquisadora em dança, performance e cultura. Conta com peças autorais e colaborações como intérprete. Participa dos projetos “Meltdown” (FTMM), “16 mulheres e ½” (NCD) e do curso “Performatividades”, no Centro de Referência da Dança. Com Willy Caldas, integra o desColetivo Morte por Afogamento.
Paula Carrara é criadora, diretora e performer que explora abordagens contemporâneas de criação, com interesse particular no território do [Corpo Voz] e da performatividade da palavra, bem como da linguagem como construção cultural, social e política. Reside entre o Brasil e a Itália, onde é uma das fundadoras do Colletivo Ar[ti] in Sound.
Sobre Terça Aberta
A “Terça Aberta”, que antes da pandemia acontecia mensalmente no Kasulo – Espaço de Cultura e Arte, sede da Cia Fragmento de Dança, nasceu em 2016, viabilizada pelo Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, e tornou-se uma ação permanente e contínua da companhia dirigida por Vanessa Macedo. Espaço de intersecção, debate e difusão de trabalhos de dança, teatro e performance, participam artistas que desejam compartilhar seus processos, trocando impressões entre si e com o público, uma vez que, ao final das apresentações, é aberta uma roda de conversa. Em 2017, a companhia recebeu o prêmio Denilto Gomes, na categoria “difusão em dança”, por esta iniciativa.
Serviço:
Terça Aberta na Quarentena – Cia Fragmento de Dança
Com: Andrea Tedesco (“¡Te Extraño!”), Katharina Câmara (“Se te faz feliz – o solo do peixinho”) e Paula Carrara (“Cassandra”)
Dia 27 de outubro de 2020, às 19h
Plataforma: Zoom
Inscrições no Link: www.bit.ly/tercaabertaoutubro
Mediação: Janaína Leite e Vanessa Macedo.