Crédito da foto: Charles Lima
Cena de Madrugada, de Antonio Gomes
Bailarinos: Carolina Pegurelli e Nielson Souza
Ao longo do último ano, artistas da dança vêm encontrando meios para fazer sua arte pulsar em qualquer palco, seja ele presencial ou virtual. Com o objetivo de celebrar a força e a resiliência dessa arte, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, convidou bailarinos de todos os cantos do país e do mundo para uma maratona que ocupará o canal da Companhia no YouTube (youtube.com/AudiovisualSPCD) durante as 24 horas do próximo Dia Internacional da Dança, comemorado em 29 de abril.
A programação se completa com a estreia de Madrugada, criação inédita de Antonio Gomes para a Companhia. A obra será apresentada ao vivo, diretamente do palco do Theatro São Pedro, sem público presencial, em transmissão gratuita, às 18 horas, nos canais do TSP no YouTube (youtube.com/TheatroSãoPedroTSP).
Para a ação do Dia da Dança, mais de 800 pessoas de todas as 5 regiões do país e de 15 países como Alemanha, Vietnã, Suíça e Japão se uniram aos bailarinos da São Paulo. Estudantes, amantes da dança e companhias profissionais responderam a um convite aberto da SPCD e enviaram vídeos com performances nos mais diferentes estilos em cenários que vão desde a caixa preta do teatro ao ambiente doméstico, passando por estúdios, praças, parques e outros espaços urbanos. Quasar Cia de Dança, Focus Cia de Dança, Cia de Danças de Diadema, Phalibis Cia Jovem, Mimulus Cia de Dança, Intuição Cia de Dança, Sopro Cia de Dança, Grupo Raça, Cia de Frevo do Recife, Grupo Primeiro Ato, Grupo Tablado e Cia Alpha Dance são alguns dos grupos presentes na ação.
Todo o material recebido foi editado pela equipe da Companhia com uma trilha sonora original de curadoria do compositor André Mehmari que ressalta as diversas plasticidades das coreografias em um diálogo entre essas duas artes a partir das conexões de quem vê. O resultado é um espetáculo de 8 horas de duração que atesta a diversidade e a potência da dança em qualquer vertente, seja ela balé clássico, dança contemporânea, flamenco, dança do ventre, jazz ou danças populares, entre outras.
Durante o dia 29 de abril, essa maratona será transmitida três vezes, com exibições começando à 00h01, às 8h01 e às 16h01 (horário de Brasília). A qualquer hora do dia, sempre que acessar o canal da SPCD no YouTube, o público poderá entrar em contato com uma performance diferente independentemente do fuso horário em que estiver e fazer parte de uma conexão global para celebrar o poder transformador da dança.
Espetáculos virtuais
Neste mesmo dia, às 18h, será também possível conhecer a mais recente criação da São Paulo Companhia de Dança. Madrugada é inspirada pelas Valsas de Esquina de Francisco Mignone (1897-1986), compositor paulista que incorporou elementos da cultura popular brasileira à música erudita.
Para o balé, as 12 valsas – compostas originalmente para piano entre 1938 e 1943 – ganharam um arranjo orquestral inédito de Rubens Ricciardi que também estreia com a interpretação ao vivo da Orquestra do Theatro São Pedro sob a regência do maestro Cláudio Cruz.
“O destaque é a estreia desse arranjo que traz a ambiência da música do início do século XX e que desperta um imaginário urbano das serestas, choros e valsas das esquinas brasileiras, com uma coreografia inédita apresentada pela São Paulo Companhia de Dança”, destaca o maestro Cláudio Cruz.
Na obra, o coreógrafo Antonio Gomes evoca o espírito da época em que as partituras foram escritas para propor um baile atemporal, no qual ingenuidade e nostalgia se encontram com jovialidade e romantismo. Cinco casais se revezam em cena, trazendo para o palco o clima efêmero e singelo das serenatas à luz do luar, ressaltado pelos figurinos de Fábio Namatame e a iluminação de Wagner Freire.
“Madrugada não tem uma história: cada valsa é um universo e elas estão ligadas entre si. São músicas de caráter muito popular, e misturo um pouco disso com uma visão mais clássica e outra mais contemporânea, além de alguns elementos teatrais. É uma obra leve, em estado de suspensão, mas que, assim como a música de Mignone, tem sua profundidade”, afirma o coreógrafo paulista, que iniciou sua carreira no fim dos anos 1970, no Balé da Cidade de São Paulo, e se radicou na Suíça, a partir dos anos 1980, a convite de Oscar Araiz, então diretor do Ballet du Grand Théâtre de Genève.
Desenvolvido entre janeiro e fevereiro, Madrugada é o primeiro trabalho de Gomes para a SPCD e o terceiro criado por ele para uma companhia brasileira após consolidar-se no exterior, onde já produziu encomendas para os Balés de Hannover, Berlim e Mannheim, entre outros.
Uma particularidade da nova obra é que a coreografia foi desenvolvida de forma modular, ou seja, as cenas correspondentes a cada valsa podem ser rearranjadas de formas distintas nas apresentações, produzindo novas relações e renovando os sentidos da peça a cada noite.
Diferentes configurações serão transmitidas ao vivo nos dias 30, às 18h, e 1º e 2 de maio, às 17h, direto do palco do Theatro São Pedro, em um programa que abre com o Grand Pas de Deux de Dom Quixote em versão de Duda Braz a partir da obra de Marius Petipa (1818-1910) e que conta ainda com execução da peça orquestral Quarteto nº 1, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), pela Orquestra do Theatro São Pedro sob a regência do maestro Cláudio Cruz. As apresentações dos dias 29/4 e 1º/5 serão transmitidas no canal do Theatro São Pedro (youtube.com/TheatroSãoPedroTSP). Já as apresentações dos dias 30/4 e 2/5 poderão ser assistidas no canal da SPCD (youtube.com/AudiovisualSPCD). Nos dias 1º e 2/5, o público encontra nos respectivos canais opção de faixa com audiodescrição voltada a pessoas com deficiência visual.
“No Dia Internacional da Dança, queremos mostrar a beleza e a vibração dessa arte que nos move e sua capacidade de se adaptar a qualquer contexto. Agradeço a todos que aceitaram partilhar seus momentos de criatividade, afeto e paixão por meio dos vídeos enviados para esta grande comemoração, que terá ainda a estreia de Madrugada em uma temporada digital realizada com todos os cuidados para garantir a segurança dos bailarinos e dos músicos. É lindo perceber como, a partir da dança, podemos estar juntos de muitas formas”, afirma Inês Bogéa, diretora artística e executiva da São Paulo Companhia de Dança.
Os espetáculos ocorrem via Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio de Itaú, apoio de CDF e realização da Associação Pró-Dança/São Paulo Companhia de Dança, Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Secretaria Especial da Cultura (Ministério do Turismo, Governo Federal).
Mais informações sobre o Dia Internacional da Dança e as apresentações serão compartilhadas nos canais da SPCD no Facebook (@spciadedanca), Instagram (@saopaulociadedanca) e Twitter (@spciadedanca).
Serviço
Dia Internacional da Dança com a SPCD
Dia 29 de abril de 2021
Exibições à 0h01, 8h01 e 16h01
Local: Virtualmente – Transmissão no canal da SPCD no YouTube (youtube.com/AudiovisualSPCD)
Ingresso: Gratuito
São Paulo Companhia de Dança e Orquestra do Theatro São Pedro
Programa: Grand Pas de Deux de Dom Quixote, versão de Duda Braz; Quarteto de Cordas nº 1, de Heitor Villa-Lobos; Estreia de Madrugada, de Antonio Gomes
Dias 29 e 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2021
Quinta e sexta, às 18h | Sábado e domingo, às 17h
Acessibilidade: Faixa de audiodescrição disponível nas sessões de sábado e domingo
Ingresso: Gratuito
Local: Virtualmente
– Dias 29/4 e 01/5 – Canal do TSP – www.youtube.com/TheatroSãoPedroTSP
– Dias 30/4 e 02/5 – Canal da SPCD – https://www.youtube.com/AudiovisualSPCD
Grand Pas de Deux de Dom Quixote (1869)
Coreografia: Versão de Duda Braz a partir do original de 1869 de Marius Petipa (1818-1910)
Música: Leon Minkus (1826-1917)
Iluminação: Wagner Freire
Figurino: Tânia Agra
O Pas de Deux de Dom Quixote apresenta o momento do casamento de Kitri e Basílio, personagens principais dessa obra. Coreografado por Marius Petipa, o balé Dom Quixote é baseado num capítulo da famosa obra homônima de Miguel de Cervantes (1547-1616) que narra as aventuras do barbeiro Basílio e seu amor por Kitri, a filha do taberneiro.
Quarteto nº 1 (1915)
Composição: Heitor-Villa-Lobos (1887-1959)
Interpretação: Orquestra do Theatro São Pedro sob regência do maestro Cláudio Cruz
I. Cantilena
II. Canto lírico
III. Melancolia
IV. Cançoneta
Madrugada (2021 – ESTREIA)
Coreografia: Antonio Gomes
Música: Valsas de Esquina, de Francisco Mignone (1897-1986), com orquestração de Rubens Ricciardi e gravação da Orquestra do Theatro São Pedro sob a regência do maestro Cláudio Cruz
Iluminação: Wagner Freire
Figurino: Fábio Namatame
Inspirado pelas Valsas de Esquina de Francisco Mignone, Antonio Gomes propõe um baile atemporal à luz do luar, onde ingenuidade e nostalgia se encontram com jovialidade e romantismo, captando o clima efêmero e singelo das serenatas, agregando elementos contemporâneos baseados em traços da música popular já presentes nas composições.