Crédito da Foto: Guilherme Silva
E.L.A, solo da atriz Jéssica Teixeira, surgiu da investigação cênica do corpo inquieto, estranho e disforme da própria atriz e de que maneira o mesmo se desdobra e faz desestabilizar e potencializar outros corpos e olhares. A montagem de Fortaleza (Ceará), que mescla dramaturgia, artes plásticas e vídeo, estreia dia 5 de julho, sexta-feira, às 21h30, no Sesc Pompeia.
No palco, Jéssica Teixeira – que ao longo da pesquisa debruçou-se, igualmente, sobre o livro O Corpo Impossível, da pesquisadora Eliane Robert Moraes, a fim de disparar dispositivos dramatúrgicos que expandissem a cena – é dirigida por Diego Landin. Para Jéssica, o objetivo de E.L.A é provocar no público um desejo de emancipação individual e coletiva a partir da aceitação das diferenças, driblando os clichês e padrões de beleza impostos pela mídia, além de encorajar um olhar e uma sensibilidade para a diversidade e multiplicidade, fortalecendo assim a construção do ser político que há em cada um.
“O que seria um corpo? O que seria o impossível? O que acontece no hiato entre os dois? Descobrimos, afinal, que todo corpo é estranho para si. Nesse sentido, E.L.A tem como objetivo instigar em cada espectador a autopercepção, a autoconsciência, a autocrítica, a autoestima, a autoanálise e a autoimagem, a partir da relação de cada um com o próprio corpo, para uma melhor autonomia e emancipação do sujeito e, consequentemente, uma relação mais lúcida com o outro e com o mundo”, explica a atriz.
Desconstrução
O espetáculo assume uma estética clean, branca, padrão, e, aos poucos vai se desconstruindo para que a sofisticação de um caos interior da personagem salte aos olhos dos espectadores. Esse caos é proporcionado pelas escolhas dramatúrgicas de como o corpo da personagem se transformará ao longo do espetáculo, onde a transição se inicia a partir da diva pop, passa pelo ciborgue, e chega até a selvageria – inerente a todos os seres.
“Pretendemos ressaltar aos olhos de mulheres, nordestinos, pretos, indígenas, quilombolas, indivíduos com algum tipo de deficiência, periféricos e LGBTs toda a potência e existência de cada um, bem como, aos olhos de todos os outros que não se encaixam nesses perfis, a potência de se viver no mundo com pessoas cheias de singularidades e diferenças”, declara a atriz.
E.L.A possui uma gama de artistas nordestinos reconhecidos envolvidos na ficha técnica, como Yuri Yamamoto, do Grupo Bagaceira de Teatro (figurino e direção de arte) e os músicos Fernando Catatau e Artur Guidugli (composição da música Dancing Barefoot). A iluminação, de Fábio Oliveira, em sua grande parte, é realizada a partir de videomapping, que também cumpre uma função dramatúrgica em cena, assim como o corpo da atriz, o texto e a própria encenação.
Ficha Técnica
Direção – Diego Landin.
Diretor de Arte – Yuri Yamamoto.
Diretor de Videomapping – Pedro Henrique.
Consultora dramatúrgica – Maria Vitória.
Figurinista – Yuri Yamamoto e Isac Bento.
Coreógrafa – Andréia Pires.
Vocal Coach – Priscila Ribeiro.
Escultor – Kazane.
Trilha Sonora – Diego Landin (Dancing Barefoot por Fernando Catatau e Artur Guidugli).
Cenotécnico – Marsuelo Sales.
Iluminador – Fábio Oliveira.
Videoclipe – Gustavo Portela.
Música do videoclipe – Saúde Mecânica de Edgar.
Textos – Jéssica Teixeira, Vera Carvalho e fragmentos de Eliane Robert Moraes e Paul Beatriz Preciado. Produção – Jéssica Teixeira.
Realização – Catástrofe Produções.
Serviço
E.L.A
Com Jéssica Teixeira
De 05 a 14 de julho de 2019
Quinta-feira a sábado às 21h30 e domingo às 18h30
Local: Sesc Pompeia – Espaço Cênico
Rua Clélia, 93 – Pompeia, São Paulo – SP
Ingresso: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (meia) e R$ 6,00 (credencial plena)
Informações: (11) 3871-7700
Capacidade: 50 lugares
Duração: 70 minutos
Classificação: 18 anos
Não há estacionamento