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Depois do Grupo Corpo e da Les Ballets Jazz de Montreal, a 16ª Temporada de Dança do Teatro Alfa continua em alta temperatura, com a apresentação de uma das principais representantes da dança produzida no Brasil, a Quasar Cia. de Dança. Com 31 anos de atuação nos palcos nacionais e internacionais, o grupo de Goiânia, que já levou sua obra para mais de 25 países e para 24 Estados brasileiros, fará duas sessões do espetáculo O QUE AINDA GUARDO, nos dias 14 e 15 de setembro, no Teatro Alfa. No palco, a criação de Henrique Rodovalho, inspirada em icônicas composições da bossa nova.
Eleito pelo voto do público o melhor espetáculo de dança de 2018 (pelo Guia da Folha) e destaque da dança em 2018 (pelos especialistas do jornal O Globo), o espetáculo foi criado em 2018, ano em que a Quasar completou três décadas de existência e de uma trajetória reconhecida nacional e internacionalmente. Já foi apresentado nas seguintes cidades: Rio, São Paulo, Goiânia, Palmas, Gravataí, Canoas, Brasília, São Luis do Maranhão, Santo André e Bonito. O que ainda guardo foi inspirado na bossa nova. Os mais de 60 anos de canções, nascidas de encontros entre compositores da zona Sul do Rio de Janeiro, e a memória emotiva que cada uma das letras e notas deste cancioneiro provoca, foram essenciais para o coreógrafo produzir e desenvolver o espetáculo.
Referência no estilo contemporâneo e conhecida por tentar provocar a plateia sobre o tema que seus bailarinos estão dançando, a Quasar preserva esta característica para este espetáculo. Os bailarinos fazem movimentos que aparentam ser simples, mas possuem uma técnica complexa, para transmitir ao público a origem da Bossa, derivada do samba e com elementos do jazz, e resgatar a história da Quasar. “O espetáculo retoma vários espetáculos meus ao longo desses 30 anos. Até por isso, a escolha do nome O Que Ainda Guardo. Trata-se do guardo da Bossa Nova e dos meus trabalhos”, afirma o coreógrafo.
O início do espetáculo é cronológico, passando pelo período que dá origem à Bossa Nova, com canções de Angela Maria, Nelson Gonçalves, Maísa e Cauby Peixoto, mas logo se torna “uma viagem por vários ambientes e climas”, comenta Rodovalho. “É um espetáculo eclético, de leveza, mas com uma técnica muito bem desenvolvida”, diz. A coreografia não será uma história ou uma ideia que se desenrolará no tempo da encenação. As letras das canções de Bossa Nova foram pontos-chave para que um tipo de movimento se arquitetasse entre coreógrafo e intérpretes. Os temas abordados pelos compositores, muitos deles ligados ao cotidiano da época, nesta trilha sonora são cantados como se fossem conversas entre amigos. A partir daí, o espetáculo se revela como um diálogo provocativo e nada previsível, entre as canções e seus temas, e as coreografias que foram criadas e seus movimentos. Este é um trabalho que antes de ter sido iniciado suscitou diversos questionamentos, principalmente sobre como a música move a dança da Quasar, e sobre como é possível traduzir uma obra musical tão própria em um espetáculo cênico instigante e modierno. Em resumo, a busca foi continuamente por produzir um resultado final sensível, belo, fascinante, pleno em sua forma e em sua importância para o mundo das artes.
O que ainda guardo… não é um relato linear. A coreografia não será uma história ou uma ideia que se desenrolará no tempo da encenação. As relações criativas entre músicas e movimentos se darão em vários níveis de harmonia ou confronto. As letras das canções de Bossa Nova foram pontos-chave para que um tipo de movimento se arquitasse entre coreógrafo e intérpretes. Os temas abordados pelos compositores, muitos deles singelos e ligados a um cotidiano ingênuo e pueril, nesta trilha sonora são cantados como se fossem conversas entre amigos, e esta maneira coloquial de fazer poesia inspirou um tipo de movimentação que permeia toda obra. A partir daí o espetáculo foi se revelando como um diálogo provocativo e nada previsível, entre as canções e seus temas, e as coreografias que foram criadas e seus movimentos. O corpo se tornou, então, linguagem em si e expressão de algo maior. O espetáculo ainda faz uma homenagem aos 30 anos da Quasar, resgatando imagens que retomam a essência da companhia. Instantes de espetáculos que se tornaram preciosos e únicos em nossa trajetória, e que cintilam nesta nova criação, provocando uma espécie de reminiscência em nossos espectadores.
Guardo com carinho!
Guardo na memória!
Nas músicas…
Nas coisas da Quasar…
Guardo coisas preciosas para mim!
O QUE AINDA GUARDO… é o nome do espetáculo!
Henrique Rodovalho
Sobre a Quasar Cia. de Dança
Movimentos e expressões de dança que sempre surpreendem o público pelo viés de um olhar poético e bem humorado. Uma estética contemporânea arrojada que resulta em coreografias que cativam pelo apuro técnico. Essas propostas se destacam no trabalho da Quasar Cia de Dança, que em 2019 completou 31 anos de atuação em palcos nacionais e internacionais. Como uma das principais representantes da dança produzida no Brasil, já levou sua obra para mais de 25 países e para 24 estados brasileiros. À frente da companhia encontram-se seus fundadores Vera Bicalho (diretora geral) e Henrique Rodovalho (diretor-artístico e coreógrafo) – ex-bailarinos do Grupo Energia, seu precursor no início dos anos 1980. Sem medir esforços a dupla investiu, em 1988, na criação de um grupo de dança (com bailarinos em permanente renovação) que hoje é celebrado em vários países.
Do final de 2016 ao início de 2018 a Cia. teve suas atividades temporariamente paralisadas devido à falta de patrocínios. Mas o que poderia ter sido o fim na verdade se transformou em um novo começo. De acordo com seus criadores, a Quasar segue sendo a Quasar. Henrique cria a dança, Vera e colaboradores as oportunidades para que ela aconteça. O par continua em cena, estimulado, como estavam há 31 anos, pela necessidade de produzir arte. E a linguagem, nesse processo de arrumação, de rearranjo, se expande. Henrique comenta que o contexto o instiga. O faz querer descobrir novas formas, para que seja entregue ao público uma obra com ainda mais qualidade que antes. Vera Bicalho faz coro com Henrique, buscando os caminhos que permitam essa continuidade, mas com a garantia de que seja posto em cena todos os atributos que fizeram da Quasar esse corpo celeste capaz de fulgurar nos mais conturbados universos. Assim, elenco, equipe de produção, equipe técnica, criadores, se tornam uma só massa em ebulição, girando a toda velocidade, com o único propósito de emitir ainda mais energia.
Ficha técnica
Criação e Direção Coreográfica: Henrique Rodovalho.
Direção de Ensaio: Valeska Gonçalves.
Bailarinos: Claudionor Alves, Gabriela Leite, Gustavo Silvestre, Jackeline Leal, Jey Santos, Loretta Pelosi, Marcella Landeiro, Rafael Abreu, Rafael Luz e Thaís Kuwae.
Cenário, fotografia e identidade visual: Marcus Camargo.
Figurino: Júlia Novaes
Cocriação do figurino: Ana Maria Mendonça.
Execução do figurino: Criatto | Eulésia Lima.
Desenho de Luz: Henrique Rodovalho.
Operação de luz: Sérgio Galvão.
Coordenação de Produção: Vera Bicalho.
Produção: Giselle Carvalho.
Direção geral da Quasar Cia. de Dança: Vera Bicalho
Direção artística da Quasar Cia. de Dança: Henrique Rodovalho
Serviço
O que ainda guardo
Quasar Cia de Dança
Dias 14 e 15 de setembro de 2019
Sábado, às 20h, domingo, às 18h
Local: Teatro Alfa
Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo – SP
Ingressos: Plateia – R$ 90,00 (inteira) e Plateia Inferior – R$ 75,00 (inteira)
Informações: (11) 5693-4000