Primeiro ‘Ensaios Perversos’ do ano acontece no Teatro de Contêiner
A Cia Perversos Polimorfos, dirigida por Ricardo Gali, realiza na próxima sexta, dia 13 de abril, no Teatro de Contêiner, sede da Cia Mungunzá, o primeiro ‘Ensaios Perversos’ de 2018. Para as edições deste ano, que se pretendem mensais, o evento tem como foco uma programação em dança que possibilite compartilhamento e visibilidade de uma produção bastante intensa de trabalhos de uma “nova geração” de coreógrafos e bailarinos.
Cada Ensaio Perverso é composto por três diferentes movimentos: ‘Conversas sem fim’ – encontro aberto ao público que conta com um agente provocador mediando a conversa sobre um tema proposto; ‘Preliminares’ – um espaço para que artistas e grupos possam mostrar trabalhos que estejam prestes a acontecer; e o “Dance Floor”, que se estende até às 3h da manhã, sempre com um Dj para propiciar um ambiente de convivência, dança e discussão informal entre o público presente na noite.
Neste primeiro, a “Conversas sem Fim” traz a Cia Munguzá/Teatro de Contêiner para falar sobre “Gestão de espaços culturais entre responsabilidade social e independência criativa”.
A Cia utilizou seus recursos financeiros, fruto de nove anos de atividades (aproximadamente 350 mil reais), para implantar um projeto que responde às necessidades e interesses sócio-político-culturais da cidade. O espaço construído preservou grande área livre e abriga onze contêineres, que funcionam como sede e acolhem o funcionamento das mais diversas manifestações artísticas (shows, apresentações teatrais, cinema ao ar livre etc.), educacionais e esportivas. O projeto acabou de ser indicado ao Prêmio Shell na categoria inovação pelo uso arquitetônico inédito voltado para o teatro, inserido em região degradada do Centro de São Paulo.
A partir das 22h, tem início a “Preliminares”, com dois trabalhos apresentados em sequência: “Beira”, com Gabriela Cordovez e Nicole Gomes (RJ), e “Não existe um nome: A Potência do anonimato”, de Natasha Vergílio e Ísis Vergílio (SP).
“Beira” surge do desejo de recontextualizar as instalações “Dos palenqueras sosteniendo un acuário” e “Tres acuarios atrancados contra un muro y una pecera de emergência”, do artista colombiano José Olano, para uma situação performática na rua. Tais obras consistem em objetos frágeis suspensos em pequenas superfícies, provocando apoios instáveis, em constante iminência de caírem. A partir desta provocação, “Beira” pretende experienciar possibilidades de relação entre corpo e objeto, tensionando noções de instabilidade e equilíbrio, numa ação onde as performers lidam, através da manipulação de um objeto frágil, com a precariedade, o risco e o desejo de continuar existindo.
“Não existe um nome: A Potência do anonimato”, questiona o processo sistêmico de desvalorização e apagamento das intelectualidades negras e pontua a importância de se contar a própria história. Na criação, Natasha Vergílio e Ísis Vergílio mostram como um corpo feminino, periférico e negro desenvolve e cria, à exaustão, estratégias de sobrevivência, transversalizando a poética de amar dentre tantas questões que o transpassam.
À meia noite, começa o “Dance Floor” comandado pelo ator e DJ Leleto Bonfim (SP). DJ fixo da festa Make Love Not War, organizada pela Turma68, já tocou em diversas festas e espaços da cidade de São Paulo, como a Casa da Luz, Nossa Casa, Zé Presidente, L’amour, Clube Hebraica e Loja 9. Música brasileira é o que predomina em seu set. Num passeio por todos os estilos, regiões e épocas, passando pelo samba, axé, carimbó, brega, funk e pop, cria um som democrático e divertido.
Parte de projeto contemplado pela 23ª edição do programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, as atividades são gratuitas.
Durante todo o evento, estarão abertos bar e cozinha no espaço.
Crédito da foto: Christian Braga | Natasha Vergílio em cena de “Não existe um nome”
Serviço
Ensaios Perversos
Proposta da Cia Perversos Polimorfos
Dia 13 de abril de 2018
Sexta, das 20h às 3h
20h – Recebimento do público
21h – “Conversas sem Fim” – “Gestão de espaços culturais entre responsabilidade social e independência criativa” – Cia Munguzá | Teatro Contêiner
22h – “Preliminares” – (espetáculos) “Beira”, de Gabriela Cordovez e Nicole Gomes (RJ), e “Não existe um nome: A Potência do anonimato”, de Natasha Vergílio e Ísis Vergílio (SP).
24h às 3h – “Dance Floor” – comandado pelo ator e DJ Leleto Bonfim (SP).
Local: Teatro de Contêiner / Cia Mungunzá
R. dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia – São Paulo/SP
Ingresso: Grátis
Informações: www.perversospolimorfos.com.br | facebook.com/CiaPerversosPolimorfos
Bar e cozinha abertos durante todo o evento (Aceita dinheiro e cartão).