Enfim vamos estrear esse tópico, no qual iremos conhecer as histórias que o universo da dança nos reserva… E para começar, tenho uma simples pergunta para vocês: Existe ballet mais popular que “O Lago dos Cisnes”?
Muitos poderiam responder que sim, afinal de contas “Giselle”, datado de 1842, também é uma das peças mais encenadas pelas companhias ao redor do mundo, e os dois repertórios acabam “disputando” esse título, tanto que entre VHSs, LDs, DVDs, Blurays e exibições na TV e no cinema ambos contabilizam cerca de trinta lançamentos diferentes cada (ou até mais…).
Mas apesar de amar os dois (e praticamente todos os espetáculos já lançados), eu devo dizer o contrário, e provo o que estou falando através do comentário do maestro Leopold Stokowski, no filme “Fantasia” da Disney: “É engraçado, quantas vezes um artista se engana a respeito do seu próprio trabalho? A composição que Tchaikovsky menos prezava se tornou nos dias de hoje, dentre todas as suas obras, a que mais tem sido apresentada”.
O Lago dos Cisnes é tão conhecido e popular que mesmo aquelas pessoas que não entendem de ballet e/ou nunca viram um espetáculo na vida já ouviram falar dele! E não é pra menos, o tema de abertura e encerramento do 2º ato da peça e a Dança dos Pequenos Cisnes (do mesmo ato) costumam ser usadas como trilha sonora em diversas produções como filmes, novelas, comerciais de TV… A própria história do ballet original já foi adaptada e readaptada das mais diferentes formas, sendo o longa animado “A Princesa Encantada”, que eu era apaixonada quando criança, um bom exemplo!
Mas para entender o porquê das palavras ditas por Stokowski (que apesar de ele ter se referido à outro ballet, nesse contexto cabe perfeitamente para falar de O Lago dos Cisnes) é preciso conhecer o longo caminho percorrido pelo autor e sua criação. Para tanto, temos que voltar no tempo…
Tchaikovsky desde cedo demonstrou talento para a música, ele nasceu no ano de 1840. Incentivado pelos pais num primeiro momento, aos cinco anos começou a ter aulas de piano. Ele se destacou aprendendo a ler as partituras em pouco tempo, e três anos depois, começou a estudar teoria musical com vários professores particulares. Mas a partir dos dez anos as coisas mudaram. Sua família fixou residência em St. Petersburg por volta de 1850, e eles desejavam ver Tchaikovsky formado advogado, no mesmo ano ele foi enviado a Escola Imperial de Jurisprudência de St. Petersburg, onde permaneceu por nove anos. De tão aplicado que era, ele conseguiu um emprego no Ministério da Justiça antes de se formar! Porém, ele se considerava um péssimo funcionário, e entre idas e vindas, ele decidiu assumir sua verdadeira vocação: abandonou a carreira jurídica para se matricular no Conservatório de St. Petersburg aos 22 anos. Mesmo sendo considerado velho para estudar música, ele seguiu em frente pelos próximos três anos, tempo em que cursou orquestração, regência, harmonia e contraponto com os principais nomes de sua época, sendo aluno de Anton Rubinstein e Nikolai Zaremba.
Assim como Mozart, Tchaikovsky se sentia mais a vontade compondo óperas, sinfonias, concertos e obras para piano. Não é a toa que ele compôs apenas três peças para ballet: O Lago dos Cisnes (1877), A Bela Adormecida (1890) e O Quebra-Nozes (1892), mas ele não precisou mais do que isso para se consagrar como o maior compositor romântico do século XIX.
O Lago dos Cisnes foi sua primeira composição para ballet, e apesar de ter a fama que tem nos dias de hoje, nem sempre a vida foi um mar de rosas… A peça foi estreada no Teatro Bolshoi no ano de 1877, com libreto de Vladimir Begichev e Vasiy Geltser baseado na versão francesa de um conto de fadas alemão, e coreografia original de Julius Reisinger. Nos papeis principais estavam escalados os bailarinos Pelageya Karpakova como Odette (e provavelmente Odile, mas não se sabe ao certo) e Victor Gillert como Príncipe Siegfried. Mas ao contrário do que vemos hoje, a estreia foi um verdadeiro fracasso! Muitas críticas foram feitas em relação a praticamente tudo: música, coreografia e a produção no geral. Sua música, que possui variedade rítmica e melódica muito rica, foi considerada inferior pelo próprio compositor em relação a outro ballet lançado pouco depois da partitura de O Lago dos Cisnes ter sido finalizada: Sylvia, de Leo Delibes. Tchaikovsky ficou tão impressionado com a sua grandiosidade orquestral que ele chegou a sentir vergonha de seu trabalho, a ponto de declarar que se tivesse conhecido essa peça antes, ele jamais teria o composto! Mas cá entre nós, ainda bem que isso não aconteceu, pois caso contrário o mundo inteiro seria órfão dessa obra magnífica (na minha modesta opinião)!
A coreografia, outro alvo das críticas, é um capítulo à parte… A peça foi originalmente estruturada em quatro atos, como continua sendo até hoje (em algumas versões aparece a cena do Prólogo, mostrando a transformação de Odette em cisne), e a partitura super extensa. Mesmo com tudo isso, as primeiras bailarinas, por serem as protegidas dos donos do teatro, podiam fazer o que bem quisessem com o ballet, e por isso pediam para incluir solos e outras danças adicionais na peça já montada. Entre elas, posso destacar a Dança Russa, criada para Pelageya Karpakova, e o que podemos considerar com a versão original do Pas de Deux do Cisne Negro, criado para Anna Sobeshchanskaya.
Aliás, a história da criação desse pas de deux é bem interessante. Anna não estava muito satisfeita com a primeira produção coreográfica do ballet, cujo 3º ato trazia um Pas de Six ao invés de um Pas de Deux, como conhecemos hoje. Por isso, ela viajou a St. Petersburg para conversar com Marius Petipa a respeito, e ele coreografou para Anna um pas de deux com base em uma música de Ludwig Minkus. Podemos dizer que essa foi a primeira contribuição de Petipa para O Lago dos Cisnes. Tchaikovsky, porém, ficou furioso, pois apesar de seu primeiro ballet não ser bem sucedido, ele não admitia a intromissão de outros compositores em suas obras, e a bailarina por sua vez queria utilizar a coreografia que já havia sido criada. Para resolver o impasse, Tchaikovsky aceitou criar uma música que fosse baseada nessa peça de Minkus. Assim nasceu esse número que, mais tarde, ficaria conhecido como Tchaikovsky Pas de Deux, com coreografia de George Balanchine (que não tem nenhuma ligação com o ballet), datada de 1960.
O Lago dos Cisnes sofreu tantas interferências que acabaram fazendo com que a peça ficasse sem nexo e sem qualquer identidade, contribuindo assim para a sua derrocada. Mas o que muitos não contam, é que apesar de todos os percalços, O Lago dos Cisnes conseguiu ficar em cartaz por seis anos, com um total de 41 apresentações!
Mas o grande “pulo do gato” veio mesmo com a parceria entre Marius Petipa, Lev Ivanov e Riccardo Drigo, que conseguiram enfim ressuscitar a obra de Tchaikovsky das cinzas, tornando-a um sucesso absoluto! Petipa foi um notável coreógrafo, se destacou tanto criando peças inéditas, dentre elas a versão original de “A Bela Adormecida”, o grande êxito de Tchaikovsky em vida, assim como resgatando e remontando diversos ballets, como Coppélia e Giselle, dois sucessos franceses. Marius estava em constante contato com Tchaikovsky para a remontagem de “O Lago dos Cisnes”, porém com a morte do compositor em 1893, Riccardo Drigo, que na época era o diretor musical do Teatro Mariinsky, assumiu a partitura. Ele a reestruturou completamente, alterando alguns arranjos originais, excluindo várias músicas e até mesmo compondo novos números, entre eles a variação feminina do Cisne Negro mais conhecida, que costuma ser erroneamente creditada a Tchaikovsky (e o mais curioso é que Tchaikovsky detestava a ideia da presença da música de outros autores em suas partituras, lembram?).
A nova versão, cuja coreografia foi elaborada em conjunto pelo já citado Marius Petipa, que criou as cenas do castelo (1º e 3º atos), e seu assistente Lev Ivanov, que fez as cenas dos cisnes (2º e 4º atos), foi estreada em 1895 no Teatro Mariinsky, em St. Petersburg, com estrondoso sucesso! Tamanha fama fez com que essa configuração se tornasse a base das produções que viriam nos anos seguintes. Nos dias de hoje, cada companhia tem a sua versão, e todas bem diferentes umas das outras, seja no estilo de dança (a tradicional clássica, moderna, contemporânea…), nas músicas escolhidas (devido à extensão da partitura original), ou mesmo na estrutura do enredo.
O Enredo:
Com o já foi dito anteriormente, a história de O Lago dos Cisnes foi baseada na versão francesa de um conto de fadas alemão.
Prólogo
Há muito tempo atrás, em um reino distante, vivia um poderoso feiticeiro chamado Rothbart. O seu grande desejo era ver sua filha, Odile, casada com o homem que se tornaria o rei daquela região. Para tanto ele enfeitiçou várias jovens, transformando-as em cisnes. Ele acreditava que fazendo isso estaria eliminando a concorrência da filha, e assim ela teria maiores chances de se encontrar com o príncipe, para que ambos pudessem se apaixonar e se casar.
A primeira vítima de Rothbart foi uma moça chamada Odette. Depois de transformada, ela se tornou um belo cisne coroado, que a partir daquele momento ganhou vida dupla: durante o dia era cisne e somente a noite voltava a ser humana. A família da jovem, muito triste com tamanha desventura, chorou por muitos dias, e foi dessas lágrimas que um lago cristalino se formou, local onde se podiam avistar os cisnes que lá iam chegando, e que por sua vez também eram jovens enfeitiçadas.
Ato I
Naquele ano, o príncipe Siegfried estava completando o seu vigésimo primeiro aniversário, e de acordo com a lei, ele deveria escolher uma esposa e assumir o trono como rei. Uma grande festa foi preparada para celebrar esse dia especial, e todos estavam muito alegres! A Rainha presenteou seu filho com uma besta (uma espécie de arco e flechas) e o lembrou de seu compromisso. Ela havia organizado um baile para a noite seguinte, onde dentre as princesas convidadas deveria sair a futura rainha. O príncipe, querendo curtir aquele momento e deixar as preocupações para depois, resolve sair para caçar na companhia dos amigos.
Ato II
Ao entardecer, ele chega a um lago, e imediatamente se vê atraído por um dos muitos cisnes que lá mergulhavam: o cisne coroado. O príncipe parou para descansar, e logo após o por do sol, uma coisa espantosa aconteceu: ele viu os cisnes se transformaram em lindas moças vestidas de branco. A mais bonita delas, Odette, se aproxima do príncipe e lhe conta toda sua história. Ela diz que o único modo de quebrar aquele feitiço e se tornar humana para sempre era através de um jovem que se apaixonasse verdadeiramente por ela, e que ele lhe fizesse um juramento de amor verdadeiro perante o mundo. Siegfried, que se encantou por Odette, promete que será a pessoa que irá fazê-lo. Ele a convida para o baile, ocasião onde diante de todo o reino ele enfim quebraria o feitiço que a aprisiona. Odette fica esperançosa pelo dia que há de vir, e que naquele momento começava a amanhecer. Ela e todas as outras voltam a ser cisnes, e o príncipe retorna ao castelo com a sua decisão tomada.
Ato III
Mas não pense você que ia ser tão fácil assim… Rothbart escutou todos os planos de Odette e Siegfried às escondidas e não iria facilitar, pois ele ainda queria ver sua filha feita rainha! E o que ele fez? Encantou Odile para se parecer com Odette e lhe comprou um belo traje a rigor negro.
No castelo, os últimos retoques para o grande baile estavam sendo feitos. Princesas de todas as partes chegavam, uma mais suntuosa do que a outra, e danças de vários países foram apresentadas para entreter os convidados. Em algumas montagens, cada princesa representa um país diferente, os mesmos de cada uma dessas danças folclóricas: Hungria, Espanha, Itália, Polônia e Rússia (que quase não aparece). O príncipe dançou com todas as pretendentes, mas ele não se interessou por nenhuma, deixando a Rainha totalmente desgostosa… Mas quando ninguém menos esperava, os clarins soaram anunciando a chegada de alguns convidados: o feiticeiro Rothbart disfarçado de nobre, e sua filha Odile. Quando Siegfried a viu ficou extasiado, pois para ele aquela estranha mulher era a sua amada do Lago dos Cisnes. Odile cumpriu o seu papel, seduziu o príncipe a ponto de convencê-lo de que ela era realmente quem ele pensava ser, e sem pestanejar Siegfried a pede em casamento e lhe faz o juramento que havia prometido a Odette, para a alegria de todos e principalmente da Rainha e do Feiticeiro. Nesse exato momento a ilusão se desfaz, Rothbart e Odile revelam suas identidades e mostram a verdadeira Odette, que voava desolada na janela do castelo pela suposta traição. O príncipe imediatamente percebe seu erro e corre contra o tempo para tentar reparar o que fez.
Ato IV
No lago, os cisnes tentam em vão consolar Odette, que só pensa na morte como a solução de tudo, pois o príncipe jurou seu amor por outra pessoa, e dessa forma o feitiço nunca mais poderia ser quebrado. Siegfried chega ao lago e explica a jovem o que aconteceu, ela vê a sinceridade nos olhos do amado. Mas apesar de perdoa-lo, agora não tinha mais jeito, ela e todas as outras permaneceriam como cisnes para sempre! E quando se achava que a situação não poderia ficar pior, o feiticeiro aparece cobrando o príncipe pela promessa de casamento que ele fez a Odile. Odette não aguenta e toma sua decisão final: ela se atira no lago, pois só assim se libertaria do feitiço. O príncipe fica desesperado, a vida sem ela não valia nada, e ele resolve ter o mesmo destino, também se atirando no lago. Tal atitude prova o verdadeiro amor dele por Odette e nesse momento algo incrível aconteceu. Rothbart perdeu todos os seus poderes e acabou morrendo, as jovens se libertaram do encanto, e ao amanhecer daquele dia podia se avistar os espíritos dos dois amantes que finalmente vão poder viver seu amor além da eternidade.
(Pausa para um suspiro…)
A história original sempre me emociona… E ela é tipicamente Romântica, pois contém vários dos elementos desse movimento que surgiu no século XIX: a história de um amor impossível, a mulher ideal e inatingível, a presença da magia e do clima etéreo e a morte como solução de todos os problemas. Na dança, além de todos os já citados, há a presença do Ato Branco, que começou com “A Sílfide” e foi incorporado em outras peças como Giselle e La Bayadère (que é considerada pré-clássica). Porém somado a isso, o virtuosismo e os tutus armados típicos do ballet clássico entram em cena, mostrando toda a habilidade dos bailarinos, e em especial das mulheres ao girarem 32 fouettés na coda do Cisne Negro (mas há algumas montagens onde a bailarina ao invés de girar fouettés opta por soutenus e tour piqués, geralmente endedans, mas nem por isso são menos aplaudidas!).
Mas como já disse, até a estrutura do enredo foi mudando de versão para versão, e assim surgiram outros finais… Na montagem de Petipa/Ivanov, que é adotada por algumas companhias como o Kirov/Mariinsky e o Perm State Ballet, há um final feliz: Siegfried luta contra o feiticeiro e o mata, quebrando assim o feitiço de Odette e dos outros cisnes, e todos vivem felizes para sempre! Há também o final onde apenas um dos protagonistas morre (ou o príncipe ou Odette), mas esses são bem difíceis de aparecer, poucas montagens as utiliza.
A Estrutura Musical:
Acredito que essa seja uma das peças para ballet com a partitura mais extensa que conheço. Se a versão do Riccardo Drigo, que corta várias músicas originais e apresenta algumas adições, demora cerca de 2 horas para ser executada, imaginem a partitura original? Ela é simplesmente incrível, e sem dúvida nenhuma, um dos meus ballets preferidos. Aqui vou dividi-la em três sessões, e para você conhecer melhor cada música é só clicar no nome delas para ouvir:
1) Partitura Original – Produção de 1877
Introduction (Prólogo em algumas montagens)
Moderato assai — Allegro non troppo — Tempo I
Act I
No. 1 Scène: Allegro giusto
No. 2 Waltz: Tempo di valse
No. 3 Scène: Allegro moderato
No. 4 Pas de trois
I. Intrada (or Entrée): Allegro
II. Andante sostenuto
III. Allegro semplice, Presto
IV. Moderato
V. Allegro
VI. Coda: Allegro vivace
No. 5 Pas de deux for Two Merry-makers (Atual Pas de Deux do Cisne Negro – 3º Ato, com alterações de arranjo e de música nas versões atuais)
I. Tempo di valse ma non troppo vivo, quasi moderato
II. Andante – Allegro
III. Tempo di valse
IV. Coda: Allegro molto vivace
No. 6 Pas d’action: Andantino quasi moderato – Allegro
No. 7 Sujet (Introduction to the Dance with Goblets)
No. 8 Dance with Goblets: Tempo di polacca
No. 9 Finale: Sujet, Andante
Act II
No. 10 Scène: Moderato
No. 11 Scène: Allegro moderato, Moderato, Allegro vivo
No. 12 Scène: Allegro, Moderato assai quasi andante
No. 13 Dances of the Swans
I. Tempo di valse
II. Moderato assai
III. Tempo di valse
IV. Allegro moderato (conhecido como a Dança dos Pequenos Cisnes)
V. Pas d’action: Andante, Andante non troppo, Allegro
VI. Tempo di valse
VII. Coda: Allegro vivo
Act III
No. 15 Scène: March – Allegro giusto
No. 16 Ballabile: Dance of the Corps de Ballet and the Dwarves: Moderato assai, Allegro vivo
No. 17 Entrance of the Guests and Waltz: Allegro, Tempo di valse
No. 18 Scène: Allegro, Allegro giusto
No. 19 Grand Pas de Six
I. Intrada (or Entrée): Moderato assai
II. Variation 1: Allegro
III. Variation 2: Andante con moto
IV. Variation 3: Moderato
V. Variation 4: Allegro
VI. Variation 5: Moderato, Allegro semplice
VII. Grand Coda: Allegro molto
No. 20 Hungarian Dance: Czardas – Moderato assai, Allegro moderato, Vivace
No. 21 Spanish Dance: Allegro non troppo (Tempo di bolero)
No. 22 Neapolitan/Venetian Dance: Allegro moderato, Andantino quasi moderato, Presto
No. 23 Mazurka: Tempo di mazurka
No. 24 Scène: Allegro, Tempo di valse, Allegro vivo
Act IV
No. 25 Entr’acte: Moderato
No. 26 Scène: Allegro non troppo
No. 27 Dance of the Little Swans: Moderato
No. 28 Scène: Allegro agitato, Molto meno mosso, Allegro vivace
No. 29 Scène finale: Andante, Allegro, Alla breve, Moderato e maestoso, Moderato
2) Adições feitas por Tchaikovsky – Produção de 1877
Ato III
Appendix I
Pas de deux for Mme. Anna Sobeshchanskaya
Criado por Tchaikovsky com base em um tema de Ludwig Minkus, que foi excluída da montagem de Petipa/Ivanov (1895). Por conta disso ficou perdida por muito tempo, até que em 1953 foi reencontrada nos arquivos do Teatro Bolshoi, finalmente reconhecida pela fundação Tchaikovsky como parte de “O Lago dos Cisnes” e reintegrada à partitura.
Appendix II
Russian Dance for Mlle. Pelageya Karpakova: Moderato, Andante semplice, Allegro vivo, presto
Essa dança costuma aparecer ocasionalmente em algumas versões, seja como tema de uma das princesas pretendentes ou adaptada para uma coreografia diferenciada. Assim como aconteceu com o Pas de Deux acima, essa música também ganhou coreografia independente do ballet como solo de uma princesa russa.
3) Adições e Novos Arranjos feitos por Riccardo Drigo – Produção de 1895
Ato II
Pas d’action: Andante, Andante non troppo (White Swan Pas de Deux)
O arranjo foi completamente alterado. A música ganhou uma introdução longa na harpa e um final romântico.
Ato III
Black Swan Pas de Deux
I. Intrada (or Entrée): Tempo di valse, Andante
II. Variation 1: Moderato
III. Variation 2: Allegro Moderato
IV. Coda: Allegro molto vivace
Os arranjos da parte final do adágio e da variação de Siegfried foram alterados, e a variação de Odile ganhou novo tema composto pelo próprio Drigo, e que erroneamente costuma ser creditado à Tchaikovsky.
Ato IV
Valse: Tempo di valse
Scène: Allegro moderato
Ambas músicas substituem temas originais do último ato do ballet, acredito eu que para quebrar o clima dramático, pois na montagem de Petipa/Ivanov surgiu o final feliz, típico das peças clássicas.
Eu aposto que vocês ficaram com vontade de assistir a esse repertório, estou certa? Então acompanhe a lista de gravações disponíveis que separei para vocês… E tenham em mente uma coisa: nenhuma montagem é igual à outra! E sabem o que é mais incrível? Descobrir como cada coreógrafo utilizou a partitura para realizar a sua remontagem… Vamos descobrir o que nos espera? Para saber sobre cada uma, basta clicar na companhia e ano da apresentação.
Versões disponíveis em DVD
– The Bolshoi Ballet, 1957
Com Maya Plisetskaya e Nikolai Fadeyechev
– Ópera de Viena, 1966
Com Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev
– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 1968
Com Yelena Yevteieva e John Markovsky
– The Bolshoi Ballet, 1976
Com Maya Plisetskaya e Alexander Bogatyrev
– The Royal Ballet, 1980
Com Natalia Makarova e Anthony Dowell
– The Bolshoi Ballet, 1983
Com Natalya Bessmertnova e Alexander Bogatyrev
– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 1986
Com Galina Mezentseva e Konstantin Zaklinsky
– London Festival Ballet/English National Ballet, 1988
Com Evelyn Hart e Peter Schaufuss
– The Bolshoi Ballet, 1989
Com Alla Michalchenko e Yuri Vasyuchenko
– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 1990
Com Yulia Makhalina e Igor Zelensky
– Ópera de Paris, 1992
Com Marie-Claude Pietragalla e Patrick Dupond
– The National Ballet of St. Petersburg, 1992
Nadezhda Pavlova, Ludmila Kunakova e Alexander Bogatyrev
– The Perm State Ballet, 1992
Com Nina Ananiashvili e Aleksei Fadeyechev
– Adventures in Motion Pictures, 1996
Com Adam Cooper e Scoctt Ambler
– Ópera de Berlim, 1998
Com Steffi Scherzer e Oliver Matz
– The Royal Swedish Ballet, 2002
Com Nathalie Nordquist e Anders Nordström
– Teatro Alla Scala, 2004
Com Svetlana Zakharova e Roberto Bolle
– American Ballet Theatre, 2005
Com Gillian Murphy e Angel Corella
– Moscow Classical Ballet, 2005
Com Marina Rzhannikova e Nicholas Chevychelov
– Ópera de Paris, 2005
Com Agnès Letestu e José Martinez
– St. Petersburg Ballet, 2006
Com Irina Kolesnikova e Dmitry Akulinin
– The Tokyo Ballet, 2006
Com Mizuka Ueno e José Martinez
– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 2006
Com Ulyana Lopatkina e Danila Korsuntev
– The Australian Ballet, 2008
Com Madeleine Eastoe e Robert Curran
– The Royal Ballet, 2009
Com Marianela Nuñez e Thiago Soares
– Zurich Ballet, 2009
Com Polina Semionova e Stanislav Jermakov
– Adventures in Motion Pictures, 2012
Com Richard Winsor e Dominic North
– Ópera de Viena, 2014
Com Olga Esina e Vladimir Shishov
– Guangdong Acrobatic Troupe of China
Versões exibidas apenas na televisão:
– Stanislavsky Ballet, 2013
Com Natalia Somova e Sergei Polunin
Versões exibidas no cinema:
– The Bolshoi Ballet, 2011
Com Maria Alexandrova e Ruslan Skvortsov
– The Royal Ballet, 2012
Com Zenaida Yanowsky e Nehemiah Kish
– The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet, 2013
Com Yekaterina Kondaurova e Timur Askerov
– The Bolshoi Ballet, 2015
Com Svetlana Zakharova e Denis Rodkin
Outras gravações oficiais:
– The Kremlin Ballet
Com Alexandra Timofeyeva e Mikhail Yevgeny