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Mulheres em Cena chega ampliado à 5ª edição

Crédito da foto: Divulgação
Artista: Debora Campos

“Mulheres em Cena”, projeto idealizado por Vanessa Macedo e produzido pela Cia Fragmento de Dança, que surgiu em 2018, com o desejo de difundir trabalhos concebidos e dançados por artistas mulheres, chega à 5ª edição expandido e transformado em Mostra Artística. Serão seis dias (de 24 a 29 de agosto), com atividades on-line, reunindo aulas práticas, palestras, vivências e sarau de poesia aberto, além de compartilhamento de trabalhos de dança, teatro e performance, que exploram materiais autobiográficos e o depoimento como linguagem cênica. No encerramento (29/8), às 19h, as artistas envolvidas se encontram com o público, para um bate-papo on-line pela plataforma Zoom.

A mostra abre na terça, dia 24, às 19h, com o workshop “Feminino e Autoficção”, tendo à frente a atriz Raíza Rameh propondo pensar formas de narrar a experiência feminina e reconhecê-la como sujeito portador da sua verdade junto à ficção. Sócia do Instituto do Ator e atriz da Cia de Cinema IRMA, Raíza Rameh tem especialização em Psicanálise e mestrado em Estudos Contemporâneos das Artes.

A partir de quarta-feira, todos os dias, às 10h da manhã, acontece uma atividade teórica e/ou prática, girando em torno de temas relacionados a gênero, feminismo, ancestralidade e performatividades do feminino, com uso de materiais autobiográficos e depoimentos na cena, conduzidas pelas artistas Debora Campos, Alice Vieira Barros, Kika Souza, Heloísa Sousa e Luiza Saad (Teatro das Cabras – Natal/RN). Artistas, estudantes e pessoas interessadas em participar das atividades, que serão realizadas ao vivo on-line, precisam fazer inscrição através do link: https://www.ciafragmentodedanca.com.br/mulheres-5a-edição   .

As apresentações das performances têm início na quinta e vão até sábado (26 a 28/8), sempre com dois trabalhos por noite, às 20h e 21h, transmitidos pelo canal do Youtube da Cia. Fragmento: https://www.youtube.com/user/ciafragmento2 . O primeiro é “Lavra” – Esboço1, atual pesquisa da artista  Érica Tessarolo, que transpõe para a dança um termo usado no preparo da terra, para afirmar um corpo em permanente estado de cultivo. Na sequência, é a vez de “Ela passou por aqui”, uma obra de ficção da dramaturga Isabella Mariotti, mas também uma peça sobre como foi e como poderia ter sido a sua vida.

A transmissão de sexta, 27, começa com “Bruma”, criação de Luisa Coser, co-criada e interpretada por Patrícia Pina Cruz, que questiona o significado de ser mulher, revisitando e absorvendo gestos de outras mulheres para fazer emergir uma espécie em mutação. O segundo trabalho, “Salivas”, de Emilene Gutierrez, é uma tentativa de tornar corpo uma espécie de subjetividade feminina, na qual a atriz se lança em disparadores físicos para a criação de estados, textos e ações, gerando zonas de fricção entre as linguagens.

A artista interdisciplinar baiana Rubi dos Santos entra no sábado (28) com a dança manifesto “Carne Viva”. Corporificando uma narrativa própria, por meio de cenas de improvisação, dança e teatro, sobre o entendimento do que é ser uma mulher preta na diáspora africana hoje, tem o desejo de ressignificar um imaginário assentado em mitos de subalternidade. Por último, com “Venganza: Pega homem?”, Laís Efstathiadis e Wini Lippi, da Coletiva Verborrágika, agrupamento que tem como linha de pesquisa a interseccionalidade de narrativas entre mulheres periféricas, mulheres cis/transgêneres e mulheres mães, propõem um experimento construído a partir de relatos de abusos sexuais vividos pelas próprias integrantes da coletiva. Encontram, no deboche, o meio de estancar as feridas expostas pelas violências sofridas, enquanto denunciam a cultura do estupro estruturada pela sociedade cisheteropatriarcal.

No domingo, último dia da mostra, às 16h, tem congraçamento com o “Sarau Afro Mulheres Negras da Quebrada Hip Hop”, comandado por Adelina Maria Martins, com participações das convidadas Ada, Anna Cristo, Doris, Gatinhas Futuristas, Luciene Torquato e Victoria Saimon, e microfone aberto para quem quiser somar. Para participar também é necessária inscrição no mesmo link. A mostra se encerra com uma conversa com as artistas sobre seus processos de criação, aberta pela plataforma Zoom, às 19h.

Mulheres em Cena é financiado pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc – Prêmio por Histórico de Realização de Mostras, Festivais e outros eventos culturais.  Em outubro, em data a definir, terá uma segunda etapa para mostra de estreias ou trabalhos recém estreados.

Programação/Serviço

Mulheres em Cena
Local: Virtualmente – Acesso: https://www.youtube.com/user/ciafragmento2
Classificação etária: 16 anos
Ingresso: Grátis

Atividades ao vivo online e performances

24/8 (terça-feira) – Abertura

19h às 21h30 – Feminino e Autoficção – Raiza Rameh

Falar de si tem ganhado cada vez mais espaço na cena contemporânea e a tensão acerca do real e da ficção também. A autoficção entra então como uma embaralhadora dessas fronteiras e, inspirado nesta onda, o workshop “Feminino e Autoficção” vem para pensar as formas de narrar a experiência feminina e a reconhecer como sujeito portador da sua verdade junto à ficção.

Raíza Rameh é atriz, tem especialização em Psicanálise (FAFIRE) e mestrado em Estudos Contemporâneos das Artes (UFF). É sócia do Instituto do Ator e atriz da Cia de Cinema IRMA.

25/8 (quarta-feira)

10h às 12h – Ancestralidade em Movimento: Conexão Mulher – Débora Campos

A vivência “Ancestralidade em Movimento: Conexão Mulher” se insere no projeto de “Afro Conexões”, da artista e educadora Débora Campos. O principal objetivo é instigar a ampliação e descoberta do vocabulário expressivo individual, dentro de uma estética afro-brasileira, através de uma experiência corporal, rítmica e motora.

Débora Campos é intérprete, coreógrafa, preparadora corporal, pesquisadora, doutoranda em Filosofia (UFRJ) e Mestra em Saúde Coletiva (IMS/UERJ).

26/8 (quinta-feira)

10h às 12h – O Eu Laborando Espelhos: Narcisa Amália e a Invenção da Poeta Mulher – Alice Vieira Barros

Palestra acerca do problema da autorrepresentação e da construção da autoimagem na obra da poeta romântica brasileira Narcisa Amália (1852-1924).

Alice Vieira é mulher lésbica, poeta e pesquisadora, graduada em Letras e mestra em Estudos Literários pela UFMG. Tem dois livros publicados: {Open Source} (Penalux/2018), e Taxidermias (Urutau/2020).

20h – Lavra – Esboço 1 – Érica Tessarolo

Lavra é a atual pesquisa da artista Érica Tessarolo nas interfaces arte e vida, arte e natureza, corpo e paisagem. Transpõe para a dança um termo geralmente usado no preparo da terra para o plantio ou na extração de metais e pedras do solo, para afirmar um corpo em permanente estado de cultivo.

Paulistana, Érica Tessarolo vive e trabalha em Bragança Paulista, desde 2016. Bacharel em Dança e Artes Plásticas pela UNICAMP, seus últimos trabalhos são a série de vídeos Quase Específica (2021) e a instalação coreográfica O Peixe (2017), apresentada no Centro Universitário Maria Antônia da USP e na Bienal SESC de Dança.

Pesquisa e Dança: Érica Tessarolo | Música: Daniel Dias
Duração: 20 minutos | Classificação indicativa: livre

21h – Ela passou por aqui – Isabella Mariotti

Tendo como ponto de partida o livro “Teoria King Kong”, da escritora Virginie Despentes, Ela passou por aqui conta sobre a personagem Isadora, uma mulher que foi presa pelo assassinato de seu companheiro. Uma oportunidade inesperada surge, quando um novo advogado assume seu caso, determinado a libertá-la.

Isabella Mariotti é atriz (CAL – RJ) e criadora. Cursa pós na PUC, desenvolvendo projeto sobre autoficção e putafeminismo. Ganhou prêmio de melhor atriz no filme “Mácula” (2016), de Rafael Aguiar, e acaba de lançar o curta “oi, pai”, onde assina roteiro, direção e atuação.

Direção: Erica Montanheiro | Dramaturgia e atuação: Isabella Mariotti | Cenografia e Áudios (OFF): Eric Lenate | Realização: LaLoka

Duração: 30 minutos | Classificação indicativa: 18 anos

27/8 (sexta-feira)

10h às 12h30  Apagamento Histórico da Mulher no Hip Hop – Kika Souza

Bate papo sobre o contexto histórico e o desenvolvimento da cultura a cultura Hip Hop, a proposta também abordará um conteúdo pouco explorado, as danças vernaculares afro estadunidenses , sua expansão pelo território brasileiro, além de identificar mulheres que foram apagadas de toda essa história, nos Estados Unidos e no Brasil.

Karina de Souza é graduada em Propaganda e Marketing (2014) e com formação técnica em dança (Centro Paula Souza-Etec de Artes/2018). Co-fundadora do Coletivo Rangers Urban Force, pesquisa a cultura Hip Hop e integra o grupo de estudos sobre as danças vernaculares afro estadunidenses – Clube do Livro, com Henrique Bianchini.

20h – Bruma – Luisa Coser e Patricia Pina Cruz

Sou mesmo uma mulher? E o que significa isso? Deformar o gesto e o tempo para movimentar uma espécie em mutação, absorvendo gestos de outras mulheres, sombras de um passado nos porões de nossas existências. Sombra e luz caminham juntos e há uma paisagem opaca que irrompe para nos fazer ver, além do que imaginamos ver.

Luisa Coser realiza há 11 anos trabalhos autorais de criação cênica, metodologias de aulas e ferramentas de pesquisa corporal. É formada pela Escola de Dança Angel Viana (RJ-2008) e Mestra pela Universidade Paris VIII (França-2012).

Concepção e direção: Luisa Coser | Performance e Co-criação: Patricia Pina Cruz | Desenho de Luz e Cenografia: Hernandes de Oliveira | Direção de fotografia e Montagem: Pri Magalhães | Cenotécnia: Alexandre Zullu | Figurino: Luisa Coser e Patricia Pina Cruz | Trilha Sonora: Pedro Pagnuzzi | Tema e Vocais: Vanessa Farias | Design Gráfico: Carol Matos (Artemantica) | Fotografia: Pri Magalhães e Hernandes de Oliveira | Assistência de Produção: Wesley Cardiolli | Direção de Produção: Cristiane Klein (Dionísio)
Duração: 35 minutos | Classificação indicativa: 16

21h – Salivas – Emilene Gutierrez

Salivas é uma “peça resgate”, é tentativa de habitar lugares deformados entre tempos e abismos. A ação passa a ser uma busca caleidoscópica e obscena no qual o corpo se pergunta sobre o início, o fim e o desejo de continuidade das últimas “coisas”.

Emilene Gutierrez  é atriz, performer e educadora nascida em Ribeirão Preto/SP.  Graduada em Artes Cênicas pela UNICAMP, com Licenciatura pela Faculdade Paulista de Artes (2014), tem interesse na intersecção entre teatro, memória, performatividades e estudos corporais, desenvolvendo trabalhos em núcleos de pesquisa e grupos (Quase9 e Coletivo Labirinto).

Concepção, Direção, Dramaturgia e Performance: Emilene Gutierrez | Dramaturgismo: Lúcia Kakazu | Provocação Artística: Janaína Leite | Provocação Corporal: Nina Giovelli | Estudos de Voz: Inês Terra | Direção de Imagem, Edição de Vídeos e Fotografia Remota: Suellen Leal

Colaboração: Alexandra Tavares, Bruna Betito, Paula Petreca e Thiane Nascimento

28/8 (sábado)

10h às 13h –  Fotoperformance e Composições de si – Heloísa Sousa e Luiza Saad  (Teatro das Cabras, Natal/RN)

Produzindo imagens de si com materiais caseiros, as fotoperformances e suas artistas expoentes nos trazem possibilidades técnicas e poéticas de composições de si, em imagens que podem desdobrar em cenas. A partir disso, apresentamos uma explanação sobre nossas pesquisas para instigar outras artistas na exploração dessa linguagem.

Heloísa Sousa é doutoranda em Artes Cênicas na USP, atua como encenadora desde 2011 e é uma das editoras do Farofa Crítica, site de crítica de artes cênicas em Natal (RN).

Luiza Saad é designer formada pela UFRN, atualmente estuda Cenografia e Figurino na SP Escola de Teatro. Ambas, integram o Teatro das Cabras, coletivo potiguar que trabalha prioritariamente com mulheres.

20h – Carne Viva – Rubi dos Santos

Uma dança manifesto em resposta à execração de mulheres pretas dos espaços de protagonismo artístico e social. Ao corporificar uma narrativa própria, sincera e polida sobre o entendimento do que é ser uma mulher preta na diáspora africana hoje, costura cenas de improvisação, dança e teatro, desejando ressignificar, em si e no outro, um imaginário assentado em mitos de subalternidade.

Baiana, Rubi dos Santos é artista interdisciplinar e educadora do movimento. Estudou dança na UFBA. Pesquisa improvisação, dança, teatro, educação somática e dança contemporânea, unidos a estudos decoloniais e estética afrodiaspórica.

Interprete Criadora: Rubi Dos Santos | Trilha: Wagner Ramos
Duração: 20 minutos | Classificação indicativa: livre

21h – Venganza: Pega homem? – Coletiva Verborrágika: Laís Efstathiadis e Wini Lippi

Venganza: Pega homem? propõe um experimento construído a partir de relatos de abusos sexuais vividos pelas próprias integrantes da coletiva. Por meio do deboche, denunciam a cultura do estupro estruturada pela sociedade cisheteropatriarcal, estancando feridas expostas pelas violências sofridas. Vingam-se no sentido de ultrapassar, prosperar e transmutar.

Laís Efstathiadis é atriz e dramaturga e Wini Lippi é multiartista, pesquisadora de artes cênicas, ambas com formação pela Escola Livre de Teatro de Santo André. Integram a Coletiva Verborrágika, formado por artistas que pesquisam a interseccionalidade de narrativas entre mulheres periféricas, mulheres cis/transgêneres e mulheres que são mães.

Concepção, Direção geral, Dramaturgia e Performance: Laís Efstathiadis e Wini Lippi  | Contrarregragem  atuante: Antônio Adriano de Lima Brito, Emer Conatus, Leo Braz e Paulo Silva | Produção: Wini Lippi | Direção de movimento: Danna Lisboa | Figurino e Beleza: Antônio Adriano de Lima Brito | Cenografia: Emer Conatus | Gravação: Leo Braz | Iluminação: Paulo Silva |Produção e Realização: Coletiva Verborrágika e House of Besher
Duração: 30 minutos | Classificação indicativa: 14 anos

29/8 (domingo)                                                     

16h às 18h  O Sarau Afro Mulheres Negras da Quebrada Hip Hop – Adelina Maria Martins

Este será o 1º sarau que pretende cantar e fazer performance de mulheres negras e mulheres LGBTQI+, por meio de poesias e apresentações hip hop de autoras poetas da periferia. O microfone estará aberto para as convidadas Ada, Anna Cristo, Doris, Gatinhas Futurista, Luciene Torquato e Victoria Saimon e para quem quiser participar.

Adelina Maria Martins é formada em Pedagogia e serviço Social, contadora de historias e poeta. Atualmente coordena saraus literários da diversidade cultural.

19h – Bate-papo com as artistas participantes
 Via plataforma Zoom
ID ZOOM: 860 8763 3817

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