O Projeto Conexões, na Funarte, inicia sua programação de dança de agosto (de 01 a 11 de agosto de 2013) com os estudos e descobertas de jovens bailarinos com a Mostra Primeiras Obras, que reúne coreografias de novos dançarinos, discute políticas públicas voltadas para estes criadores e partilha o aprendizado destes bailarinos com o público.
A produtora cultural Talita Bretas programou espetáculos, oficinas de dança e rodas de conversa que serão realizados pelos artistas premiados no 1º edital ProAc – Primeiras Obras, da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Este é o resultado da luta da dança paulista por este apoio, que viabilizou oferecer aos espectadores o resultado de diferentes linguagens, mostrar como foi o processo de vários novos profissionais, além de trocar experiências e pesquisas na área. Confira como os bailarinos veem suas trajetórias até chegar nas performances que apresentarão.
“Onde o oposto faz a curva”
De Patrícia Árabe
Dias 01 e 02 de agosto – Das 19h às 20h // Dias 10 e 11 de agosto – Das 18h às 19h
Patrícia vê sua performance como uma poética corporal e dá instigantes voltas literárias ao falar dela:
“Me interessa os acidentes, os espasmos, os nós.
Me interessa a energia forte da chuva.
Me interessa o conflito.
Curioso, curioso, curioso três vezes.
Onde o oposto faz a curva é um acontecimento.
Uma massa nebulosa que deixa escapar suas belezas.
Uma pausa necessária.
É uma música que não sai da cabeça.
É translucido.
Poroso, curioso, poroso três vezes.
Onde o oposto faz a curva é estar entre.
São hábitos da sutileza indelicada.
São opostos que se encontram nas entrelinhas.
É sobre outros tempos. É sobre os fluidos do corpo. É sobre o fluxo de formas do desejo. É sobre habitar.
Onde o oposto faz a curva é entre estar.
Criação, Direção e performance: Patrícia Árabe
Colaboradores Artísticos: Morena Nascimento, Renato Ferracini e Tadashi Endo
Trilha Sonora: Gregory Slivar
Iluminação: Cauê Gouveia
Figurino e Arte Gráfica: Manuela Romeiro
Investigação Corporal: Patrícia Árabe e Carolina Minozzi
Produção: Mariama Palhares e Patrícia Árabe
Registro Fotográfico: Mariama Palhares
Duração: 40 minutos
Classificação: livre
“A Imagem como Ausência”
De Marcus Moreno
Dias 01 e 02 de agosto – Das 20h às 21h // Dias 10 e 11 de agosto – Das 19h às 20h
Para esta criação, o dançarino parte de uma tela em branco, o espaço de acontecimento, que está prestes a ser preenchido. “Como o pintor que inicia sua obra com uma primeira marca de tinta sobre o quadro, a dança aqui vem de um impulso interno, imprimindo movimento ao corpo”, define Marcus, que deseja promover reflexões sobre espaços vazios, o silêncio presente nas coisas. O corpo dele busca a primeira impressão, por vezes ainda não descrita, do que se vê. Esta procura se intensificou a partir do contato com as obras do pintor Jackson Pollock (1912-1956), que subverteu o suporte, permitindo a queda da tinta com a tela no chão. “Ele se impulsionava pela proposta de ‘pintar pintando’ e a ação percorria a forma, a cor, a abstração”. O bailarino detalha que sua capacidade de tornar-se movimento e a composição foram se constituindo com a urgência e o imediatismo de dançar. Os motes do jovem artista foram ‘escorrer’, ‘respingar’, ‘(des)manchar’, ‘(des)controlar’, que levantaram questionamentos durante meses de trabalho. Este primeiro estudo cênico foi orientado por Key Sawao, considerada pelo artista fundamental colaboradora no treinamento corporal.
Criação e Interpretação: Marcus Moreno
Orientação Artística e Treinamento Corporal: Key Sawao
Iluminação: Calu Zabel
Figurino: Thais Franco
Trilha Sonora: Movimentos da Suíte em Sol Maior de Bach
Operação de Som: Vanessa Lopes
Cenário: Marcus Moreno
Fotos: Silvia Machado
Palestrante Convidada: Waldirene André
Design Gráfico: Paula Viana
Assessoria de Imprensa: Elaine Calux
Produção Executiva: Vanessa Lopes | INdependente – produção e arte
Duração: 40 minutos
Classificação: Livre
“Quem com porcos se mistura farelo come”
Grupo VÃO
Dias 03 e 04 de agosto – Das 18h às 19h // Dias 08 e 09 de agosto – Das 19h às 20h
As jovens bailarinas deste grupo também recorrem à poética para dar pistas de como chegaram às apresentações que farão dentro da Mostra:
“cair de vão em vão
como um pássaro que cai para morrer
e de súbito sente que vai voar voando.
cair de chão em chão,
como um antipássaro que se enrola em sua antiqueda
os espaços compactados de onde não se cai.
cair de linha em linha
até se abandonar de sua trama
e cair na abertura desnuda da forma.
cair de vida em vida,
porém em seu interior,
até que nos retenha como um corpo maciço
a síntese de ser.
E então dar um salto na queda
e continuar caindo.
Quarta poesia vertical 1969
Roberto Juarroz
Tradução: Rubens Espírito Santo”
Este Grupo exercitou constantemente a transformação e se viu impulsionado pelo estado de contágio, coletivo, contaminado e com interesse de pulsar os desejos singulares. Esta criação coletiva pode ser vista como uma “queda ordinária, um ato bandido entre nós mesmas”.
Direção: Isis Andreatta
Atuação: Grupo Vão: Carolina Minozzi, Isis Andreatta, Julia Monteiro, Juliana Melhado, Patrícia Árabe
Artista Colaborador: Renato Ferracini
Trilha sonora: gust.a
Cenografia e figurino: Manuela Romeiro
Iluminação: Cauê Gouveia
Fotografia: João Priolli
Produção executiva: Juliana Melhado
Duração: 45 minutos
Classificação: Livre
“Para reparar no espelho”
Companhia Verso
Dias 03 e 04 de agosto – Das 19h às 20h // Dias 08 e 09 de agosto – Das 20h às 21h
Serviço
Mostra Primeiras Obras – Projeto de Dança Conexões
Complexo Cultural FUNARTE/SP – Sala Renée Gumiel
Alameda Nothman, 1058 – Campos Elíseos
Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50
Telefone: (11) 3662.5177
Horário da bilheteria: uma hora antes do início do espetáculo
Fonte: Canal Aberto