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Lançamento do videoarte In-passe conecta dança à outras temáticas contemporâneas

Crédito da foto: Divulgação

Quatro dançarinos com pernas de pau submersos em sensações e percepções em relação ao confinamento imposto pela pandemia. Essa é a imagem principal que os dançarinos-intérpretes Claudio Machado, Clara Garcia Espada, João Rafael Neto e Matias Santiago oferecem ao público, no videoarte In-passe, convidando a entrarem em suas casas, compartilhando tensões e desejos. Para Claudio Machado, que junto a Clara Garcia Espada idealizou o projeto, “Dessa maneira, propomos uma aproximação em oposição à distância e ao isolamento estabelecidos com a situação da pandemia. Através de imagens poéticas desse contexto tocamos em temas que se tornaram extremamente relevantes: o contato consigo e com o outro, a conexão virtual como uma realidade essencial no momento atual e a necessidade de reconexão com a natureza.”

A temporada de lançamento será de 23 de março a 08 de abril de 2021 seguidos de bate-papos com a equipe e participação de convidados de diversas áreas, como: arte, acessibilidade, sociologia, filosofia, política, saúde, entre outras. Serão 10 exibições com audiodescrição seguidas de debates com tradução em LIBRAS. As transmissões serão pelo canal do youtube da União Instável Creaciones (https://www.youtube.com/channel/UCbnlpMpaqp8GOkNr30_N29A) e também podem ser acessadas pelo link https://linktr.ee/in.passe.

O videoarte tem direção de Claudio Machado e Henrique Filho (Voo Audiovisual), e traz cenas inéditas da performance Ex-passo, realizada em 2018 em praias de Salvador, entrelaçadas com cenas do confinamento vivido pelos intérpretes durante o período de isolamento social. A escolha pela construção descontínua da narrativa do vídeo foi com o intuito de oferecer ao espectador diferentes possibilidades de leitura e posicionamento diante dessa realidade instável. Esse objetivo é reforçado pelas ações de acessibilidade propostas para os eventos de exibição, que prevê audiodescrição e libras como recursos que expandem o acesso a pessoas com deficiência e dá ao público geral a oportunidade de vivenciar uma experiência singular explorando novas possibilidades dos sentidos e compreensão da obra.

O processo criativo foi realizado à distância, com encontros virtuais, onde cada intérprete pôde propor cenas sobre suas experiências e vivências durante o confinamento, trazendo aspectos individuais que contribuíram muito para a diversidade de pontos de vista e temas contemplados pela obra. “Um desafio muito interessante foi os performers colocarem suas perspectivas na câmera, que é o exercício de se filmar. Temos no vídeo rotinas diversas, importantes e cruciais para construirmos as narrativas que estávamos buscando de uma forma muito experimental.”, diz Henrique Filho. A trilha sonora é assinada por Jarbas Bittencourt, e além de acentuar o diálogo com a obra Ex-passo, potencializa a construção poética das cenas no filme.

Com o objetivo de aprofundar as reflexões presentes em In-passe, o projeto realizará debates com pesquisadores e profissionais de diversas áreas, trazendo, para ampliar as discussões os seguintes temas: Arte e Acessibilidade, Saúde Coletiva, A dança como ação política, Videodança: Criação e Distribuição, O Surreal Hoje, Relações Sociais e Pandemia. Com mediação dos profissionais da equipe, estão entre os convidados: o doutor em filosofia Tiago Medeiros, a crítica de arte e pesquisadora de videodança Silvina Szperling, a premiada cineasta Julia Murat, a doutora e pesquisadora Lúcia Matos, Nilton Milanez, doutor em Linguística e Língua Portuguesa, entre outros. Os debates serão realizados depois das exibições do videoarte, sendo que, no primeiro dia, cujo tema é acessibilidade, com a  bailarina e pesquisadora Moira Braga, o público será convidado a vivenciar a experiência de uma pessoa cega ao assistir o vídeo com audiodescrição.

O projeto é fruto da pesquisa em dança contemporânea atrelada à técnica circense de pernas de pau feita pelo ator, dançarino e diretor Claudio Machado, que já resultou em um solo e na performance itinerante Ex-passo, realizada nas praias de Salvador, em 2018, junto com os mesmos intérpretes de In-passe.

O projeto é uma realização da União Instável Creaciones em parceria com a produtora Ramona Gayão e tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Mini Bio

FLÁVIA MEIRELES – Artista, professora permanente de Artes/dança do CEFET-RJ, co-criadora do grupo de pesquisa Temas de Dança, doutora em Comunicação e Cultura (PPGCOM/UFRJ), mestra em artes visuais (PPGAV/UFRJ) e licenciada em dança pela Faculdade Angel Vianna (RJ). Também é pesquisadora associada da rede de pesquisa em Queer Studies, Decolonial Feminisms and Cultural Transformations (QDFCT), da Justus-Liebeg Universität (Giessen). Seus interesses de pesquisa são movimentos sociais de base no Brasil e na América Latina, especialmente nos movimentos indígenas em contexto urbano e na pluralidade de lutas e discursos feministas de diversas vertentes em articulação com as políticas do corpo, dança, cinema, artes visuais, além de políticas de gênero e sexualidade em seus cruzamentos étnicos-raciais e com os estudos da branquitude.

IZABEL GURGEL – Jornalista, professora e, na condição de leitora, desenvolve conteúdos e atividades curatoriais. Realiza ações formativas em torno da compreensão ampliada de patrimônio cultural, fazendo  apreciação de trajetórias artísticas (Frida Kahlo, Alberto Nepomuceno, Clarice Lispector, Cora Coralina); de lugares e acontecimentos, de acervos imateriais e físicos, como nas séries de encontros A Cozinha do Tempo e Cidade Portátil.

JEANE TAVARES – Doutora em saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (ISC/UFBA), graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestre em Saúde Comunitária. Atualmente, é docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Administra da página @saudementalpopnegra.

JULIA MURAT – Fez estágio de assistente de direção de Ruy Guerra em Estorvo e, desde então, não deixou mais a atividade cinematográfica, realizando seus próprios curta-metragens e trabalhando como assistente de direção, edição e câmera. Bacharel em Desenho Industrial na UFRJ (2003), também graduou-se no curso de formação de roteirista da Escola de Cinema Darcy Ribeiro (2004). Em 2006, foi selecionada para o curso de desenvolvimento de projeto cinematográfico da Fundação Carolina e Casa América, em Madri, com o roteiro do seu longa Histórias que só existem quando lembradas (2011), selecionado para o Festival de Veneza, Toronto, San Sebastian e Roterdam, e vencedor de mais de 25 prêmios internacionais. Seu filme “Pendular” foi eleito pela Federação Internacional dos Críticos de Cinema (Fripresci) como o melhor filme da mostra Panorama do Festival de Berlim 2017. Além de dirigir, também produz, monta e escreve roteiros de curtas, médias e longas-metragens.

LIRIA MORAYS – Artista, professora, pesquisadora em dança, doutora em Artes Cênicas pelo PPGAC-UFBA, mestre e especialista em Dança pelo  PPGDança-UFBA. Também é professora do Departamento de Artes Cênicas da UFPB e do Mestrado profissional em rede Prof Artes-UFPB, coordena o Grupo de pesquisa Radar 1 – Grupo de improvisação em Dança (Cnpq) e faz parte da conexão de ações de pesquisa e criação artística – MI-Mulheres da Improvisação coordenado por Ivani Santana e do Bando – Grupo de estudos em Improvisação – coordenação em grupo, além de participar de ações de performance junto ao A-Feto – coletivo coordenado por Ciane Fernandes.

LÚCIA MATOS – Fez pós-doutorado em Estudos em Dança pela Faculdade de Motricidade Humana – Universidade de Lisboa (2018-2019), onde desenvolveu a pesquisa “Dança(s) contemporânea(s) em estado de crise: pistas sobre os fluxos das macropolíticas e das micropolíticas da dança em Portugal e no Brasil”. É Doutora em Artes Cênicas (PPGAC – UFBA), Mestre em Educação (PGE – UFBA) e Licenciada em Dança (UFBA). Líder do Grupo de Pesquisa PROCEDA (Política, Processos Corporeográficos e Educacionais em Dança). É Professora Associada da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Licenciatura em Dança; Mestrado e Doutorado), tendo atuado como Coordenadora do Mestrado em Dança (2011-2015). Desenvolve pesquisas nas áreas de dança e diferença, dança-educação e práticas inventivas, políticas públicas para a dança e pesquisa em dança. Foi professora convidada pela PUC-Peru, ministrando um curso sobre “Investigación em Danza” para o corpo docente do curso de dança da Faculdad de Artes Escénicas. Foi membro da Câmara e do Colegiado Setorial de Dança do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (2004-2009/ 2010-2012), e foi relatora do Plano Nacional da Dança. Foi Diretora de Dança da FUNCEB (200702009). Fez parte da diretoria do World Dance Alliance (2010-2012) e da Dance and the Child international (daCI) (2000-2003). Foi membro do grupo gestor da Red Suramericana de Danza (2009-2011).Possui livros, capítulos de livros e artigos publicados em anais de eventos, no Brasil e no exterior. É autora do livro “Dança e diferença: cartografia de múltiplos corpos” (EDUFBA, 2ª ed., 2014) e autora e co-editora do livro “La danza en tiempos de crisis y de re(ex)istencia” parte da coleção Composiciones para el disenso: perspectivas iberoamericanas de la danza , publicado pela Universidad Nacional Autónoma de México – UNAM (2021).

MOIRA BRAGA – Bailarina, pesquisadora, atriz, performer, consultora de audiodescrição em conteúdos artísticos, professora do curso técnico de bailarino contemporâneo na escola e faculdade Angel Viana e mestranda em dança na Universidade Federal da Bahia.  Possui dois trabalhos autorais: o livro, audiolivro e espetáculo Ventaneira, a Cidade das Flautas, e a performance “O que você vê?”. Desde 2019 é preparadora corporal do coral Sidney Marzullo, composto por 24 cantores, todos com deficiência visual. No audiovisual, atuou no curta Cicatriz, de Jessica Barbosa e no longa Prazer  Casa 08, de Ekatala Keller. Em 2020, fez a direção de movimento do musical “O Pescador e a Estrela”, com direção geral de Karen Aciole; colaboradora da performance “Ovolar” de Violeta Vilas Boas, contemplada pelo edital Funarte. Atualmente é curadora da Loïe Photo Gallery, revista de dança, performance e novas mídias.

NILTON MILANEZ – Professor Pleno na Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. Coordena o LABEDISCO – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo/CNPq, sediado na UEFS. Atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos na UEFS. Em Sabática, 2015-2016, desenvolveu o Projeto de Pesquisa Corpo, Cinema e Psicanálise no Département de Psychanalyse, Université Saint Denis, Paris VIII e  Departamento de Psicologia, USP- Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Seu Pós-doutorado, 2010-2011, em Discurso, Corpo, Cinema foi realizado na Sorbonne Nouvelle, Paris III, sob a supervisão de Jean-Jacques Courtine e Phillipe Dubois. É Doutor em Linguística e Língua Portuguesa com área de concentração em Análise do Discurso pela UNESP – Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Campus de Araraquara. Seus trabalhos como livros, periódicos, artigos e vídeos podem ser acessados em nilton-milanez.blogspot.com.

SILVINA SZPERLING – Pesquisadora, crítica de artes, professora titular da Universidade Nacional de Artes, curadora da Galeria de Fotos da Loïe – revista de dança, performance e novas mídias. Diretora do Festival Internacional VideoDanzaBA (Buenos Aires), coordenadora do Comitê Curatorial do Centenário de Cunningham-REDIV. Silvina ministra aulas de vídeo-dança no mestrado em Cinema Alternativo da EICTV (Escola Internacional de Cinema e TV, San Antonio de los Baños, Cuba), bem como em diversos ambientes artísticos e educacionais na Argentina, América e Europa. É titular da cadeira de Crítica de Dança da UNA (National University of the Arts).

TIAGO MEDEIROS – Doutor em Filosofia pela UFBA e professor do IFBA. Tem experiência na área de Filosofia e Teoria Social, com ênfase nos temas Instituições, Pragmatismo e Pensamento Social, e Político Brasileiro. É membro do Laboratório de Estudos Brasil Profundo (IFBA – Campus Salvador) e do GT Poética Pragmática (UFBA). Publicou os livros Pragmatismo Romântico e Democracia: Roberto Mangabeira Unger e Richard Rorty (Edufba, 2016), Epifania do Instante (FB Publicações, 2017) e Livro de Sonetos (Penalux, 2018). É também compositor de canções, como as reunidas no álbum próprio em gravação Tenaz, e de trilhas sonoras, como a do curta-metragem A Noite (2013), de Davi Lopes Ramos.

Serviço / Programação

Videoarte In-passe
De 23 de março a 08 de abril de 2021
Local: Virtualmente – No Youtube https://www.youtube.com/channel/UCbnlpMpaqp8GOkNr30_N29A ou https://linktr.ee/in.passe

Exibições e bate-papos:

23/03 – terça-feira, às 20h.
Tema: Arte e Acessibilidade Convidada: Moira Braga – Bailarina e Pesquisadora.

24/03 – quarta-feira, às 15h.
Tema: Videodança: Criação e Distribuição. Convidada: Silvina Szperling – Crítica de Arte e Pesquisadora.

25/03 – quinta-feira, às 20h.
Tema: O Lugar e a Dança. Convidada: Líria Morays – Artista, Professora e Pesquisadora em Dança.

30/03 – terça-feira, às 20h.
Tema: Cinema, Dança e Dramaturgia . Convidadas: Julia Murat – Cineasta e Flávia Meireles- Coreógrafa

31/ 03 – quarta-feira, às 15h.
Tema: O Surreal hoje Convidado: Tiago Medeiros –  Filósofo, Doutor em Filosofia e Professor.

01/04 – quinta-feira, 20h.
Tema:  Autorrepresentação e enclausuramento. Convidado: Nilton Milanez – Professor Doutor.

06/04 – terça-feira, às 20h.
Tema: A casa que me habita. Convidada: Izabel Gurgel –  Jornalista e Leitora.

07/04 – quarta-feira, às 15h.
Tema: Saúde Coletiva. Convidada: Jeane Tavares -Doutora em Saúde Pública.

08/04 – quinta-feira, às 20h.
Tema: A dança como ação política. Convidada: Lúcia Matos- Doutora em Dança.

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