“SIM” é o novo trabalho da key zetta e cia., que estreia em temporada de 2 a 12 de julho, na Sala Paissandu do Centro de Dança Umberto da Silva – Galeria Olido. O título faz referência direta ao aforismo “276 – Para o Ano-Novo”, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Gaia Ciência – 1882/87). A entrada é gratuita.
A peça, que completa a trilogia iniciada com as duas criações anteriores – “Propulsão o que faz viver – sem título” (2012), e “Propulsão: o que faz viver – seguinte” (prêmio APCA/2013) –, propõe “celebrar” uma atitude no corpo e no pensamento de aceitação ativa em relação à própria vida e aos acontecimentos e encontros que se dão; refere-se a um corpo que não espera encontrar algo pronto, mas que, ao adentrar na duração, no tempo, cria sínteses produtoras de corpo. “O núcleo, em sua pesquisa, tem considerado essa ideia “movente” e geradora de movimento muito fina e de sutil, porém, potente força”, pontua Key Sawao, diretora da companhia em parceria com Ricardo Iazzetta.
“SIM” surge do cruzamento entre o encontro do núcleo com o dançarino japonês radicado em Nova Iorque, Kota Yamazaki, e o aprofundamento das investigações sobre as ideias dos filósofos Henri Bergson (especialmente o livro “O pensamento e o movente”) e Niestzsche, continuamente provocadas e mediadas pelo filósofo Luiz Fuganti (Escola Nômade de Filosofia). “Com Yamazaki, foi possível experimentar no corpo o fluxo de movimento (fluid body), onde as mudanças dos corpos acontecem no próprio fluxo. No diálogo com Fuganti apareceu o conceito do “corpo como extensão do movimento”, que escolhemos como ponto de partida e verticalização de nossas investigações neste período de pesquisa”, aponta Ricardo Iazzetta.
Se, em período anterior, o núcleo se interessou por questões acerca do homem em reflexões sobre finitude e continuidade, solidão inerente, bem como por adaptações motivadas por obras literárias (“SÓS”, “Dias Felizes” I e II, em diálogo com a obra de Beckett, “Permitido sair e entrar”, baseada no livro “Inventor da Solidão”, de Paul Auster), no atual ciclo, onde cada criação teve como ignição a anterior traçando um fio que vai se desdobrando em novos horizontes de um mesmo sentido, a pesquisa é impulsionada pelo mergulho cada vez mais fundo na fisicalidade, no ser movente e suas possibilidades, e na potência da linguagem em acontecimento que impulsiona e é impulsionada pelo movimento. “Em nossos diálogos e práticas, foram se fazendo “pensamentos em movimento” que desencadeavam na criação de novas sínteses, parâmetros e paisagens corporais, agora investigadas no pensamento e no próprio corpo – como os sentidos de duração, espreita, latência, intensidade, extração das contradições como um modo de dizer sim ou aceitar o espaço e a própria criação de sínteses produtoras de corpo”, explica Key Sawao.
Em “SIM”, Beatriz Sano, Carolina Minozzi, Key Sawao, Mauricio Florez e Ricardo Iazzetta compõem o núcleo de criação e interpretação. O espaço cênico e a coordenação de arte estão sob responsabilidade do arquiteto Hideki Matsuka, colaborador em todos os trabalhos do núcleo; como em outras 11 produções anteriores, Domingos Quintiliano responde pelo desenho de luz; os arranjos e a edição da trilha sonora estão a cargo de André Menezes, também autor das trilhas de “Vácuo”, “Propulsão – o que faz viver: Seguinte” e “Obrigado por vir” (onde também atua como performer), além de criar a paisagem audiovisual para o último projeto de pesquisa; a produção é de Maíra Silvestre.
Dança sem reflexão, “Sim” tem em seu desejo coincidir com seu próprio acontecimento sob o ponto de vista de suas linhas, seus impulsos, artifícios, intensidades e atravessamentos.
“SIM” é parte de projeto contemplado pelo 17º edital do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo.
SINOPSE SIM
Experiência de criação de movimento e pensamento, campo virtual e o atual em modificação na experiência do mover (sob a luz do movente), produção de corpo, zona de combate, matérias e engrenagens dessa maquinaria S I M.
Uma peça que tem em seu desejo coincidir com seu próprio acontecimento sob o ponto de vista de suas linhas, seus impulsos, artifícios, intensidades,atravessamentos. Luzes de um movente.
S I M, dança sem “reflexão” ou dança que coincide consigo mesma, coesão do fortuito, “tonalidades da alma”.
SOBRE A key zetta e cia.
Parceiros artísticos desde 1996, Key Sawao estudou dança em São Paulo e Ricardo Iazzetta é formado pela “The Juilliard School of New York”. Ambos têm formação em práticas orientais de movimento, e integraram a Cia Tamanduá de Dança Teatro fundada e dirigida por Takao Kusuno (1945-2001). Juntos, dirigem o núcleo key zetta e cia., que convida outros artistas colaboradores para suas criações.
FICHA TÉCNICA
Direção: Key Sawao e Ricardo Iazzetta
Dança: Beatriz Sano, Carolina Minozzi, Key Sawao, Mauricio Florez e Ricardo Iazzetta.
Estágio: Rafael Anacleto
Coordenação de Arte e Espaço Cênico: Hideki Matsuka
Luz: Domingos Quintiliano
Trilha Sonora: André Menezes
Produção: Maíra Silvestre
SERVIÇO
SIM
key zetta e cia
De 02 a 12 de julho de 2015
Quinta a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Local: Galeria Olido – Sala Paissandu
Av. São João, 473 – 2º andar – República – São Paulo/SP
Ingressos: Grátis
Informações: (11) 3397.0170
Duração: 60 min.
Classificação: Livre