Famoso por realizar uma intensa pesquisa na área de danças urbanas, o Grupo Zumb.boys, que tem a frente o diretor Márcio Greyk, ao longo dos anos vem construindo um trabalho sólido e potente que vem atraindo os olhares não só de pessoas da área da dança, como da população em geral. O grupo formado exclusivamente por b-boys vem realizando intervenções urbanas, estudos de campo e interagindo com outras linguagens artísticas, com o objetivo de aprimorar o seu trabalho e sua pesquisa. O resultado são espetáculos potentes, sensíveis e que propõe importantes reflexões sobre o comportamento na sociedade contemporânea.
Agora, contemplados pelo 21° Edital de Fomento à Dança de São Paulo com o projeto REDES, o grupo dá continuidade a suas pesquisas anteriores e ao seu treinamento corporal. E como parte das ações deste grande projeto, inicia uma série de apresentações do espetáculo O QUE SE ROUBA. Nos dias 17, 18, 19, 24 e 25 de março, os moradores do Bairro da Mooca poderão assistir gratuitamente as apresentações do grupo, que acontecerão no Teatro Arthur de Azevedo.
Partindo da pesquisa sobre a movimentação urbana e como explorar o espaço cênico tendo a cidade como referência, surgiu o desejo do Grupo Zumb.boys, de se aproximar de indivíduos que tinham por escolha um comportamento especifico que fugisse dos padrões estabelecidos em sociedade: o ladrão. Refletindo sobre questões que determinam suas ações e tomando o contexto de um infrator como fio condutor para uma investigação corporal, o grupo criou o espetáculo “Ladrão”, que estreou em 2014. Neste trabalho, o grupo compreendeu um pouco do que acontece nesse cenário, buscando pontos de vista sobre as regras de convívio social e razões que influenciam a decisão pelo roubo.
O segundo passo desta pesquisa, foi direcionar o olhar para questionamentos levantados durante os estudos de campo realizados. Contemplado pelo 17° Edital de Fomento à Dança de São Paulo, o grupo deu continuidade a pesquisa anterior sobre o ladrão, observando o mesmo tema, sobre uma nova perspectiva. Deparou-se com angustias e reflexões que ganharam espaço, e se tornaram necessárias como questionamentos no processo de construção da obra. Dividindo sua pesquisa em segmentos:
“A nossa intenção é expor tudo o que pode ser roubado e não nos ater apenas aos roubos materiais. Roubos imateriais, certamente são roubos concretos e de reverberações tão “violentas” quanto qualquer outro. O rouba das possibilidades é um grande exemplo. Quando a sociedade diz a um indivíduo onde ele precisa chegar, mas não apresenta condições e recursos para que ele possa ir, como uma educação de qualidade, hospitais, segurança pública, ela está roubando o desenvolvimento desse indivíduo” – explica Márcio Greyk, diretor do grupo Zumb.boys.
A montagem faz uma analise, através da dança, sobre o desejo de ‘querer ter’ do ser humano. Fala sobre a necessidade em pertencer a algum lugar, de ser parte de algo. Os vários tipos de bens matérias e imateriais que a pessoa pode roubar, mesmo que não perceba que esteja fazendo isso. As ideias, os amores, a educação e os direitos humanos. Propõe uma reflexão sobre o surgimento dessa necessidade tão grande de ter para si, alguma coisa ou até mesmo alguém. De onde vem o incentivo ao consumismo, que acaba sendo a maior motivação para o roubo.
O cenário é o de uma prisão imaginária que remete o público às várias prisões imateriais com as quais lidamos no cotidiano: “Você não está preso fisicamente, mas está preso a um modo de existir, que muitas vezes não te permite arriscar e se libertar de amarras abrigadas em demarcações invisíveis.” – complementa Márcio.
O Grupo Zumb.boys vem apresentando um trabalho inédito na cena do breaking e hip-hop, expandindo as possibilidades de investigação corporal e corroborando com novas estruturas de pensamento criativo, valorizando a cultura de danças urbanas, fortalecendo a cena e elevando seu patamar de pesquisas nessa modalidade. O grupo surgiu em 2007, com a proposta do diretor Márcio Greyk de criar uma linha de pesquisa nas danças urbanas, transformando a ideia de ser uma dança apresentável apenas nas ruas, para ser levada aos palcos, através de uma estrutura de pesquisa, produção e criação.
O grupo traz em sua formação atual os bailarinos Danilo Nonato, David Castro, Márcio Greyk, Eddie Guedes e Guilherme Nobre, que possuem diferentes históricos na dança contemporânea, participando inclusive do processo criativo de importantes companhias como OMSTRAB, Cia. de Dança, Teatro Ivaldo Bertazzo e entre outros.
Se você ainda não conhece o trabalho deste grupo, não perca esta oportunidade de ser surpreendido por um espetáculo forte e poético. Mais informações em: www.facebook.com/grupozumbboys / www.zumbboys.com / www.instagram.com/zumb.boys
SINOPSE
O QUE SE ROUBA faz uma analise sobre o desejo de querer ter do ser humano. Fala sobre a necessidade em pertencer a algum lugar, de ser parte de algo. Os vários tipos de bens matérias e imateriais que a pessoa pode roubar, mesmo que não perceba que esteja fazendo isso. As ideias, os amores, a educação e os direitos humanos. Propõe uma reflexão sobre o surgimento dessa necessidade tão grande de ter para si, alguma coisa ou até mesmo alguém. De onde vem o incentivo ao consumismo, que acaba sendo a maior motivação para o roubo.
FICHA TÉCNICA
Direção Geral: Márcio Greyk
Intérpretes Criadores: Danilo Nonato, David Castro, Márcio Greyk, Eddie Guedes e Guilherme Nobre
Estagiário: Igor Souza
Consultoria de pesquisa: Ana Teixeira
Professores de Técnicas: Flávio Rodrigues, Hugo Campos e Maristela Estrela
Figurinos: João Pimenta
Trilha sonora: Ana Fridman com adaptação de Eder Rocha
Operador de som: Alex Araújo
Design de Luz: Alexandre Zullu
Técnico de Iluminação: Renato Lopes
Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini
Produção: Kelson Barros [Cazumbá Produções Artísticas]
SERVIÇO
O Que Se Rouba
Grupo Zumb.Boys
Dias 19, 24 e 25 de março 2017
Sexta e sábado, às 21h, domingo, às 19h
Local: Teatro Arthur Azevedo
Avenida Paes de Barros, 955 – Mooca – São Paulo/SP
Ingresso: Grátis (Retirada de ingressos 1 hora antes)
Informações: (11) 2605-8007
Duração: 45 minutos
Classificação: 10 anos