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Felipe Teixeira e Mariana Molinos estreiam ‘Me pego esperando que chegue o colapso’

Crédito da foto: Divulgação

Entre os dias 17 e 29 de setembro, acontece a estreia do espetáculo de dança Me pego esperando que chegue o colapso, a mais nova criação da dupla de bailarinos e coreógrafos Felipe Teixeira e Mariana Molinos. As apresentações acontecem na Oficina Cultural Oswald de Andrade nos dias 17, 20 e 21 de setembro e seguem, entre os dias 25 e 29 de setembro, no Teatro Arthur de Azevedo, todas com entrada gratuita. 

Me pego esperando que chegue o colapso põe no centro do trabalho todo resquício de gesto inadequado, de desajuste social e de desconforto em reconhecer-se diferente da norma. Dois bailarinos entre a pressa, à espera da violência, da ruptura, da impossibilidade, dedicam-se a esse plano suspenso de transformação mútua, onde público e intérpretes compactuam o desejo de seguir existindo.

“Para esse trabalho queríamos fazer um resgate de materiais gestuais nossos, que nos foram tirados ao longo da nossa vida, pensando na nossa trajetória queer, conta Mariana. “Desde pequenos, fazíamos gestos que eram aceitos e outros não. Alguns tinham mais suporte e outros acabavam precisando ser tolhidos. A gente foi se moldando, como qualquer pessoa. Todo mundo passa por isso de alguma forma”, afirma. “Então, tinha essa vontade de ter como base do material gestual para a coreografia, esses movimentos que ficavam deslocados, que pareciam inadequados, ou por serem muito masculinos ou muito femininos, parecendo não caber em lugar nenhum.”

O espetáculo começa com uma festa, com música eletrônica de fundo, papéis laminados brilhantes prateados pelo chão. “Como bebemos muito na fonte do universo queer, iniciamos com essa cena, porque parece que é o lugar onde somos mais aceitos, se estamos alegrando as pessoas, aí podemos existir. Então brincamos um pouco com isso.” 

Da normalidade à ruptura

No entanto, estados de atenção, emergência, ruptura, atravessamentos e violência vêm logo a seguir, como se acontecesse uma espécie de acidente e os dançarinos se deparassem com esse mundo que muitas vezes não os contempla. A partir desse momento, tentam resgatar a possibilidade de seguirem bem, em um bom fluxo, mas não conseguem. O público é levado, por vários momentos, a um estado de suspensão e angústia.

Para isso, Felipe e Mariana se debruçaram em filmes do cineasta Alfred Hitchcock, a fim de entenderem como gerar climas e situações de suspense. Além da própria coreografia, os artistas utilizam jogos de luzes, de várias cores, sons de ruídos e outras texturas sonoras, e a própria movimentação dos confetes dispostos no chão, para causar essas sensações na plateia. “Me pego esperando acaba tocando as pessoas de alguma forma, porque a maioria já se sentiu, alguma vez, desajustada do entorno”, finaliza a artista.

Sobre o Núcleo FTMM – Felipe Teixeira e Mariana Molinos

FTMM é o encontro dos artistas Felipe Teixeira e Mariana Molinos, que apresentam um olhar político-afetivo do mundo. Desde que iniciou sua pesquisa, em 2014, o núcleo FTMM explorou longamente dois eixos: a relação entre tempo, gesto e sensibilização, e o desenvolvimento de um vocabulário próprio para a captação de imagens (potencializando a relação entre fotografia e movimento/dança). 

Destes estudos derivaram todas as suas criações. Eles criaram  performances de dança, temporadas da websérie TV Chorume, curtas-metragens, flipbooks digitais, séries de GIFs e fotografias. O trabalho do núcleo, marcado pela imersão na dança, transpassa as fronteiras das linguagens dialogando com o cinema, a performance e a fotografia. Dentre suas criações destacam-se  “UNDERNEATH -1” (perfomance convidada para as exposições “The Body Language” e “CANVAS International Art Fair” ambas em Veneza, 2022), o curta “Meltdown” (participou dos festivais Videodança Sans Souci, The Lift Off Sessions, Best of Latin America Short Film Festival, International Dance Film Festival Brussels e II Muestra Video Danzante), o curta “Toboggan” (participou dos festivais The Lift Off Sessions e Bitesize Film Festival) e produção em GIFs “Sem Título” (participou da The Wrong Biennale, exposição virtual que aconteceu em Barcelona e no Centre Pompidou em 2022).

Ficha Técnica

Direção, Criação e Interpretação: FTMM [Felipe Teixeira e Mariana Molinos]
Criação de Luz e Operação: Lucas Brandão
Criação da Trilha e Operação: Renan Luís
Provocação sonora: Thiago Salas
Criação de Figurino: Diego Gama
Produção: Plural Produções [Junior Cecon]
Assistência de Produção: Mathilde Rousseaux

Serviço

Me pego esperando que chegue o colapso
Núcleo de Dança FTMM – Felipe Teixeira e Mariana Molinos
Dias 17, 20 e 21 de setembro, terça, sexta e sábado
Terça e sexta, às 17h e às 19h30, sábado, às 18h
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo – SP
Ingresso: Entrada gratuita 

De 25 a 29 de setembro, quarta a domingo
Quarta, quinta, sexta e sábado, às 20h, Domingo, às 18h
Local: Teatro Arthur de Azevedo
Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo – SP
Ingresso: Entrada gratuita

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