FarOFFa faz edição dedicada a produtores
A FarOFFa é um coletivo de produtores que, desde 2020, tem criado ações de aproximação entre pessoas, desejos, sonhos e ideias. Entre os dias 24 e 27 de maio de 2021, uma nova ação será lançada, com foco nas convergências entre esses profissionais que vivem fora dos holofotes.
A expectativa é a de reunir, durante quatro dias, cerca de 100 produtores, no intuito de fazer emergir e circular conceitos, ideias e propostas (in)comuns. A fruição dos encontros se dará em duas plataformas: dias 24 e 25 no Portal MUD (portalmud.com.br) e 26 e 27 de maio na Plataforma Teatro (plataformateatro.com).
Nas salas online de reflexão, a dinâmica desta FarOFFa contempla, além dos produtores inscritos, os provocadores. Cristine Greiner, Denise Ferreira da Silva, José Fernando Peixoto de Azevedo, Jota Mombaça, Leda Maria Martins e Valentina Desideri lançam as fagulhas, propostas de pensamentos que podem permear temas como creep epistemology, erro, falhas, o encanto e gambiarra. À tarde, os grupos voltam a se reunir num único grande fórum para compartilhar as conjecturas plantadas pela manhã.
Cada sala conta também com uma/um dramaturgista, que vai lapidar as provocações lançadas, dialogar com os temas propostos pelos provocadores e a intersecção trazida pelos produtores inscritos. Artistas e acadêmicos como Elisa Band, Fernanda Raquel, Ierê Papa e Rodrigo Monteiro são os convidados para esta função na Ocupação FarOFFa.
O crítico Fernando Pivotto, do site Tudo Menos uma Crítica, acompanha as salas, debates e fóruns da Ocupação FarOFFa e faz análise conjuntural sobre a ação, reflete sobre os temas propostos e decanta os olhares múltiplos em um texto a ser publicado pós evento no site faroffa.com.br.
Este projeto é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Provocadores
Christine Greiner é professora da PUC-SP e autora de livros e artigos sobre artes, microativismos e cultura japonesa. Como curadora, foi premiada ao lado de Gabi Gonçalves, pela proposta de curadoria compartilhada para o Panorama Sesi de Dança; e com Ricardo Muniz Fernandes realizou várias exposições transmidiáticas sobre arte no Japão. A mais recente, com Gal Oppido (Galeria Lume), resultou no livro Intoxicações Poéticas da Carne (n-1, 2020).
Denise Ferreira da Silva é filósofa, escritora e cineasta. Seus trabalhos acadêmicos e artísticos abordam os desafios ético-políticos do presente global. É autora de Toward a Global Idea of Race (2007), A Dívida Impagável (2019), Unpayable Debt (2021) e co-editora (com Paula Chakravartty) de Race, Empire, and the Crisis of the Subprime (2013). Seu trabalho artístico inclui os filmes Serpent Rain (2016) e 4Waters-Deep Implicancy (2018), em colaboração com Arjuna Neuman; e as práticas artísticas relacionais Poethical Readings and Sensing Salon, em colaboração com Valentina Desideri. Ela vive e trabalha no território tradicional, ancestral e não cedido do povo Musqueam (xwməθkwəy̓ əm).
José Fernando Peixoto de Azevedo é dramaturgo, diretor de peças e filmes; doutor em filosofia (USP), pesquisador, curador. Professor na Escola de Arte Dramática, no Curso superior do audiovisual e no Programa de pós-graduação em artes cênicas da ECA/USP.
Jota Mombaça é um artista interdisciplinar cujo trabalho deriva de poesia, teoria crítica e performance. Sua prática está relacionada à crítica anticolonial e à desobediência de gênero. Através da performance, ficção visionária e estratégias situacionais de produção de conhecimento, pretende ensaiar o fim do mundo tal como o conhecemos e a figuração do que vem depois de desalojarmos o sujeito colonial-moderno de seu pódio.
Leda Maria Martins é poeta, ensaísta e dramaturga. Doutora em Letras – Literatura Comparada pela UFMG, é mestre em Artes pela Indiana University, Estados Unidos e tem pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, Department of Performance Studies. É professora aposentada da UFMG, onde lecionou entre 1993 e 2018, e foi professora visitante da New York University, Tisch School of the Arts em 2010. Também coordenou o Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários, da FALE/UFMG, foi diretora de Ação Cultural da UFMG e presidente das Comissões de Criação e de Implantação do Curso de Graduação em Artes Cênicas da UFMG. É autora de vários livros, capítulos de livros e de ensaios publicados no Brasil e no exterior, como “Cantiga de Amares”, “O Moderno Teatro de Qorpo Santo”, “A Cena em Sombras”, “Afrografias da Memória”, “Os Dias Anônimos”, e “No Prelo: Performances do Tempo Espiralar”. Em 2017, foi criado o Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras, patrocinado pelo BDMG. Também é rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, Belo Horizonte.
Valentina Desideri explora o fazer artístico como forma de estudo e o estudo como forma de fazer arte. Ela se formou em dança contemporânea no Laban Centre em Londres (2003–2006), mais tarde fez seu mestrado em Belas Artes no Sandberg Institute em Amsterdam (2011–13) e atualmente é candidata a doutorado no Instituto de Justiça Social da Universidade de British Columbia, Vancouver. Faz Terapia Falsa e Terapia Política, é uma das co-organizadoras do Fórum de Artes Cênicas na França (PAF), especula escrevendo com Stefano Harney, faz Leituras Poéticas desenvolve o Sensing Salons com Denise Ferreira da Silva, da qual faz parte a Oficina de Imaginação Política, ela lê e escreve.
Dramaturgistas
Cynthia Margareth é gestora cultural, atriz e fundadora da Aflorar Cultura. Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), é especializada em Gestão Cultural pelo Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP. Atua com foco na produção como eixo criativo, que impulsiona ações colaborativas, criação de redes, formação e coordenação de equipes de trabalho. Por 15 anos dedicou-se à coordenação de produção do LUME Teatro – Unicamp e a coordenação geral do Feverestival – Festival Internacional de teatro de Campinas.
Elisa Band é performer, encenadora e pesquisadora, formada em Artes Cênicas pela Unicamp. Professora do curso de performance do Programa Igual Diferente, do Museu de Arte Moderna -SP, e mestra pela da Escola de Comunicações e Artes –USP. Suas áreas são teatro, performance, literatura.
Fernanda Raquel é atriz e pesquisadora das artes do corpo. Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), é autora do livro “Corpo Artista – estratégias de politização”, 2011 (Ed. Annablume/Fapesp). Professora no curso de especialização em Técnica Klauss Vianna (PUC/SP), e na Academia Internacional de Cinema.
Ierê Papá é graduado em Artes Cênicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). É pós-graduado em Técnica Klauss Vianna e mestre pelo programa de Comunicação e Semiótica, ambas na PUC/SP. Ierê integra o Coletivo Teatro Dodecafônico (SP) que pesquisa o caminhar como prática e estética e política no espaço urbano.
Rodrigo Monteiro é doutorando e mestre em Comunicação e Semiótica, e bacharel em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP. Especialista em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Girona. Atua nas áreas de curadoria, produção e educação cultural há mais de 10 anos.
Sobre as FarOFFas
A FarOFFa nasceu a partir de uma provocação durante a MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo de 2020: lançar uma “cena off”, paralela ao evento principal, como uma alternativa para o público. Assim, a partir desta primeira experiência, ficou claro que a FarOFFa não seria um festival de teatro nem uma mostra de dança, mas ações de criação com perfil off, que se constituem a partir de outros olhares, outros movimentos.
Desde a primeira edição, o que singularizou a FarOFFa foi, antes de mais nada, a sua potência para inventar ações de aproximação. Por isso, não há uma periodicidade regular. Cada FarOFFa nasce da urgência de um tema ou de parcerias que instigam novos modos de pensar ou agir. Não há modelos.
Em um ano, a FarOFFa e suas ideias já estiveram em eventos pelo Brasil e internacionais: na Coréia, no Chile, na Bélgica e na Armênia. Em agosto de 2020, a FarOFFA no Sofá foi digital juntando numa plataforma de encontro internacional artistas, público, curadores e programadores nacionais e internacionais – estes últimos reunidos na Kombi, um espaço de reflexão com 250 profissionais das artes do Brasil e de mais de 30 países.
Agora lançamos a Ocupação FarOFFa e já planejamos outras duas versões ainda em 2021: a FarOFFa no Quintal e o Residencial FarOFFa.
Serviço
Ocupação FarOFFa
Das 09h às 12h e das 14h às 16h
Dias e Locais da Ocupação Faroffa:
Dias 24 e 25 de maio – Portal MUD – www.portalmud.com.br
Dias 26 e 27 de maio – Plataforma Teatro – www.plataformateatro.com
Vagas: 100 pessoas (por ordem de inscrição)
Investimento: Grátis
Período de inscrições: 03 a 09 de maio de 2021, por meio de preenchimento deste formulário https://forms.gle/
Disponível a partir do dia 3 de maio, à meia noite, até 23h59 do dia 9 de maio.
Live Ocupação Faroffa
Com Christine Greiner, Gabi Gonçalves e Talita Bretas
Dia 05 de maio, às 17h no @portalmud e @foraffasp