Assumir que o processo caminha à medida que os corpos reconhecem as cicatrizes, marcas ancestrais ou há pouco reveladas na carne, também os gestos. Assim as artistas Dani Alves e Karina Collaço conduzem o projeto “ensaio para algo que não sabemos – Protótipo 2: encher-se de buracos”. As apresentações estão confirmadas no mês de outubro em três cidades catarinenses: Jaraguá do Sul (17 a 18), Balneário Camboriú (22 e 23) e Florianópolis (30 e 31).
“O trabalho não tem o intuito de abordar um determinado tema, mas assume o caráter subjetivo inerente à dança ao se aproximar da não-literalidade e da não-afirmação, convidando o público a experimentar também, em seu corpo, sensações, percepções, entendimentos por meio das imagens e sons que oferecemos. Cada corpo tem suas próprias questões, de acordo com sua constituição material e sua experiência; assim, o trabalho realiza um manifesto intrínseco, que age na sutileza, nas entrelinhas, no subtexto, nas frestas, nos buracos”, explica Dani Alves.
A incerteza é o princípio que permeia o trabalho, aqui representada num corpo à deriva, aberto à experimentação e aos atravessamentos constantes. A indecisão confere às bailarinas um incessante estado de reorganização, forma e desforma, inaugurando sentidos diversos às imagens, à luz e sons proporcionados, é uma dança acidentalmente construída.
“Estamos trabalhando com dispositivos que gerenciam o nosso corpo a partir do ponto em que nos colocamos à disposição deles. Podemos exageradamente falar que, em alguns momentos, perdemos o controle sobre eles e nestes instantes nos colocamos em xeque. Nada muito diferente da vida, se manter atento e lidar com os imprevistos. A palavra “exageradamente” contextualiza-se com o que acreditamos ser desafiador ao ser humano: admitir o erro, ser atravessado, sair da zona de conforto, perder a razão, ser ridículo. Portanto, estamos em busca, pois por fim, parecemos estar quase sempre no controle”, conta Karina Collaço.
Além das apresentações serão realizadas oficinas gratuitas sobre o processo criativo, interessados podem se inscrever pelo e-mail ensaioparaalgo@gmail.com O projeto “ensaio para algo que não sabemos – Protótipo 2: encher-se de buracos” tem apoio do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, Funcultural e Edital Elisabete Anderle/2017.
Crédito da foto: Bruno Ropelato
Serviço
Jaraguá do Sul
Ensaio para algo que não sabemos – Protótipo 2: encher-se de buracos
Dias 17 e 18 de outubro de 2018
Quarta e quinta, às 20h
Local: Teatro Sesc Jaraguá do Sul
R. Jorge Czerniewicz, 633 – Czerniewicz, Jaraguá do Sul – SC
Ingresso: Grátis (retirada de ingressos 1 hora antes do espetáculo)
Balneário Camboriú
Ensaio para algo que não sabemos – Protótipo 2: encher-se de buracos
Dias 22 e 23 de outubro de 2018
Segunda e terça, 20h
Local: Teatro Municipal Bruno Nitz
Avenida Central, 50 (esquina com a Rua 300) – Centro, Balneário Camboriú – SC
Ingresso: Grátis (retirada de ingressos 1 hora antes do espetáculo)
23/10 – Oficina
Das 10 às 13h – 25 vagas
Público alvo: bailarinos(as), artistas e pessoas interessadas na arte do movimento
Inscrições gratuitas: enviar breve currículo e carta de intenção para o email ensaioparaalgo@gmail.com até o dia 18/10/2018
Florianópolis
Ensaio para algo que não sabemos – Protótipo 2: encher-se de buracos
Dias 30 e 31 de outubro de 2018
Terça e quarta, 20h
Local: Espaço 1 – CEART – UDESC
Av. Madre Benvenuta, 1907 – Itacorubi – SC
Ingresso: Grátis (retirada de ingressos 1 hora antes do espetáculo)
03/11 – Oficina
Das 14 às 17h – 25 vagas
Local: Kirinus Centro de Movimento
R. Lauro Linhares, 1849 – sala 6 – Trindade
Público alvo: bailarinos(as), artistas e pessoas interessadas na arte do movimento
Inscrições gratuitas: enviar breve currículo e carta de intenção para o e-mail ensaioparaalgo@gmail.com até o dia 27/10/2018