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‘Depoimentos para fissurar a pele’ exalta ancestralidade negra revelando arquétipos de Orixá

“Depoimentos para fissurar a pele – é dualidade; existência entre mundos. É o morrer para existir. É um rito de passagem entre pele, carne, sangue e alma”.
(Djalma Moura)

O espetáculo ‘Depoimentos para fissurar a pele’, do bailarino e coreógrafo Djalma Moura, tem estréia marcada para os dias 16 e 18 de maio de 2018 no Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo (Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá s/n, Centro). Com apresentações GRATUITAS, o espetáculo fica em cartaz até junho de 2018. A proposta inicial do projeto era criar um corpo capaz de se transformar em bicho, como um bisão, búfalo, ou outro ser que não apenas o ser humano. A partir deste ponto, o artista encontrou caminhos e poéticas negras, além de narrativas que dialogassem diretamente com o corpo negro e que mobilizassem o máximo do imaginário desse corpo. Desta forma, o coreógrafo chegou às mitologias e filosofias Iorubas africanas: os Orixás. O projeto tem apoio do Proac Primeiras Obras de produção de espetáculos e temporada de dança.

Iansã é o Orixá que dá corpo para esse trabalho. Inserida diretamente nas coreografias, os movimentos de palco concentram-se em seus arquétipos e analogias em relação á natureza – sejam elas dentro do aspecto animal ou de tempo – como os ventos, as tempestades, os raios, o búfalo: todos estes elementos são utilizados como disparadores do processo criativo das danças e movimentos de ‘Depoimentos para fissurar a pele’. O vento transforma, e para sentir o vento é preciso receber Oya – Iansã e toda sua carga de revolução e resistência.

“A incorporação ou invenção de Iansã é pensada a partir das modificações dos estados corporais. Uso da respiração como combustível para o movimento. Incorporação no terreiro, antes da chegada completa da entidade ou Orixá, é um estado de êxtase, de euforia, onde o corpo deixa de ser único para se receber energia” explica Djalma Moura, que arquiteta este projeto desde o ano de 2015. No palco estarão Djalma e o Ogã, músico e artista Leandro Perez, cuidando de toda a percussão que permeia a dança. O músico será peça fundamental para a dramaturgia do trabalho que constrói junto ao bailarino todo estado de cena, o clima e as propostas sonoras que proporcionarão tempero especial ao espetáculo através dos atabaques e dos ganzás e caxixis.

“O foco principal deste trabalho se dá pela tentativa de transmutação, incorporação, ou invenção desses estados. É criar a poética e construção de narrativas, por se tratar de um assunto primordial que é a diáspora africana, que se faz presente no contexto central do Projeto. A raiz desta dança é ser orquestrada por um corpo negro na cena, o que já é por si só uma grande provocação sobre muitas situações cotidianas”, diz Djalma, que afirma também que a religiosidade afro-brasileira é muito estigmatizada ainda nos dias de hoje. “Os artistas negros, principalmente na cena da dança contemporânea, também são. Usar essas duas instâncias no mesmo espaço é provocar discussões, anunciar e resistir enquanto propostas legítimas e tão contundentes quanto outro assunto”, dispara Djalma Moura.

Oficinas Gratuitas

A oficina ‘Depoimentos para fissurar a pele’ com Djalma Moura, tem como premissa compartilhar dos procedimentos de criação que construíram a obra coreográfica, passando pelas Danças Contemporâneas banhadas pelas simbologias e arquétipos de Iansã. Exercícios de respiração, deslocamentos, transformações de qualidades corporais e composição coreográfica. Público alvo: artistas da dança, do corpo, estudantes e interessados no geral. .

Ficha técnica

Concepção + Interprete-criador: Djalma Moura
Orientação de cena: Deise de Brito
Músico Criador: Leandro Perez
Preparação Corporal: Everton Ferreira
Criação e operação de Luz: Piu Dominó
Arte Gráfica: Carol Zanola
Fotografia e Vídeo: Erico Santos
Figurino: Wellington Al
Produção executiva: Erico Santos.

Crédito da foto: Erico Santos

Serviço / Programação

Depoimentos para fissurar a pele
Djalma Moura
Dias 16 e 18 de maio de 2018
Quarta e sexta, às 19h
Local: Centro de Referência da Dança
Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá, s/n – Centro – São Paulo/SP
Ingresso: Grátis

– Oficina
Dia 21 de maio – Segunda, às 18h
Classificação: Livre
Duração: 2h
Quantidade: 20 pessoas

Dia 22 de maio de 2018
Terça, às 15h
Local: Fábrica de Cultura Capão Redondo
Rua Bacia de São Francisco, s/n – Conj. Hab. Jardim Sao Bento – São Paulo/SP
Ingresso: Grátis

Dia 25 de maio de 2018
Sexta, às 20h
Local: Centro Cultural Newton Gomes de Sá
Av. sete de setembro s/ número – Centro – Franco da Rocha/SP
Ingresso: Grátis

– Oficina
Dia 25 de maio – Sexta, às 16h
Ingresso: Grátis
Classificação: Livre
Duração: 2h
Quantidade: 20 pessoas

Dia 26 de maio de 2018
Sábado, às 20h
Local: CCNJ – Centro de Culturas Negras Jabaquara
R. Arsênio Tavolieri, 45 – Jardim Oriental – São Paulo/SP
Ingresso: Grátis

Dia 27 de maio de 2018
Domingo, às 19h
Local: Espaço Clariô de Teatro
R. Santa Luzia, 96 – Vila Santa Luzia, Taboão da Serra
Ingresso: Grátis

– Oficina
Dia 27 de maio – Domingo, às 15h
Ingresso: Grátis
Classificação: Livre
Duração: 2h
Quantidade: 20 pessoas

Dias 02 e 03 de junho de 2018
Sábado e domingo, às 20h
Local: Centro Cultural Orùnmilá
Rua Orùnmilá, nº 100 – Ribeirão Preto/SP
Ingresso: Grátis

– Oficina
Dias 02 e 03 de junho – Sábado e domingo, às 15h
Ingresso: Grátis
Classificação: Livre
Duração: 2h
Quantidade: 20 pessoas

Dia 07 de junho de 2018
Quinta, às 15h
Local: Fábrica de Cultura São Luís
R. Antônio Ramos Rosa, 651 – Jardim São Luís – São Paulo/SP
Ingresso: Grátis

Dia 12 de junho de 2018
Terça, às 09h40
Local: UNISO Sorocaba – Universidade de Sorocaba
Rodovia Raposo Tavares – Vila Artura, Sorocaba – SP
Ingresso: Grátis

– Oficina
Dia 12 de junho – Terça, às 11h30h
Ingresso: Grátis
Classificação: Livre
Duração: 2h
Quantidade: 20 pessoas

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