Em sua nova criação, que estreia para o público no dia 15 de abril, no teatro Cacilda Becker, com patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Esther Weitzman Companhia de Dança conversa com a pintura, nomeadamente a de Jackson Pollock. Dançar (não) é preciso, título que parafrasea às avessas o grande poeta português, consolida no quadro da dança nacional a expressiva atuação da Companhia, que em 2016 completa 17 anos de trabalho continuado.
Dirigida pela coreógrafa Esther Weitzman, a Companhia chancela esta criação com um novo elenco composto por seis jovens bailarinos convidados, enquanto seus integrantes apresentam o premiado Jogo de Damas (2013), seu penúltimo trabalho, em outras cidades. Cada bailarino, uma singularidade entendida como princípio e fim do dançar – compromisso ético de Esther aprendido de sua mestra Angel Vianna cuja herança a coreógrafa exerce diariamente nos seus 30 anos de atividade como educadora do movimento.
Dançar (não) é preciso é realizado a partir do prêmio Viva a Arte! 2015 do Programa de Fomento a Cultura Carioca da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
Após a temporada no Teatro Cacilda Becker (15 de abril a 1º de maio), Dançar (não) é preciso será apresentado no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro (7 a 29 de maio) e no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto (18 a 27 junho).
O espetáculo nas palavras da pesquisadora Thereza Rocha
A pintura provoca a dança de Esther a iniciar-se de outro lugar: reimaginar o espaço-tempo do corpo “não como um lugar no qual reproduzir, analisar ou expressar um objeto, mas como uma arena na qual agir”, tal como Harold Rosenberg dizia das telas de Pollock. A busca pelas volutas espaciais e pelo fluxo contínuo de movimento tenta responder às intensidades presentes no trabalho do pintor norte-americano, para poder gritar como gritam as cores de seus quadros. Ali há voz, há fala e é pro mundo”, diz a Esther Weitzman.
A palavra “não” que antecede o “preciso” do título responde pelo interesse na ação em movimento dos seis jovens intérpretes: dançar não é exato (e isto é um elogio); dançar é necessário. Que não se enganem, entretanto, os rápidos e incautos com a ambiguidade nele suposta. Neste ponto, Esther é taxativa: dançar é sim imprescindível. Talvez porque estejam Dandara Patroclo, Fagner Santos, João Mandarino, Julia Gil, Luísa Helena e Pedro Quaresma, cada qual com sua dança, parafraseando às avessas o grande poeta português: dançar não é preciso, viver é preciso.
Sobre a Diretora e Coreógrafa
Esther Weitzman é especialista em Arte e Filosofia (PUC/RJ, 2006), formada em dança pela Escola Angel Vianna. Atualmente integra o corpo docente de licenciatura e bacharelado dos Cursos de Dança e Teatro da UCAM (RJ) e do Curso de graduação da faculdade Angel Vianna. Em 1999 criou a Esther Weitzman Companhia de Dança, firmando-se como coreógrafa no cenário da dança brasileira com vários prêmios e indicações recebidas. Fundou, em 1992, o Studio Casa de Pedra – Centro de Educação e Arte do Movimento, sede da sua Companhia. Suas últimas criações foram: Jogo de Damas (Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna-2013); O Tempo do Meio (2012); O que imagino sobre a morte (Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna-2009) e Presenças no Tempo (Prêmio Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro – 2009).
O eixo de trabalho da Companhia, que tem recebido excelentes críticas, é a criação coreográfica, pedagogia da dança, formação de atores, bailarinos e coreógrafos. Nos últimos dez anos, Esther Weitzman tem sido convidada para ministrar oficinas práticas e teóricas de dança contemporânea e composição coreográfica em diversas cidades e capitais brasileiras.
SINOPSE
Construção e experiência das intensidades espaço-temporais pautadas pelo fluxo contínuo de movimento; um desdobramento da linguagem da companhia, agora em outro e novo caminho.
FICHA TÉCNICA
Direção/Concepção/Coreografia: Esther Weitzman
Bailarinos Criadores: Dandara Patroclo, Fagner Santos, João Mandarino, Julia Gil, Luísa Helena, Pedro Quaresma
Ensaiadora: Miriam Weitzman
Desenho de luz: José Geraldo Furtado
Fotos: Renato Mangolin
Projeto gráfico: Flavio Pereira
Produção: Abraço Produções
SERVIÇO
DANÇAR (NÃO) É PRECISO
Esther Weitzman Companhia de Dança
Temporada de 15 de abril até 27 de junho de 2016
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Classificação: 10 anos
Duração: 45min.
De 15 de abril a a 1º de maio
sexta a Sábado, às 20h, Domingo, às 19h
Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Largo do Machado – Rio de Janeiro/RJ
Informações: (21) 2265-9933.
Lotação: 120 pessoas.
De 07 a 29 de maio
Sábado, às 19h, Domingo, às 17h.
Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro
Rua José Higino, 115 – Tijuca – Rio de Janeiro/RJ
Informações: (21) 3238-0357.
Lotação: 40 pessoas.
De 18 a 27 de junho
Sábados, domingos e segundas, às 20h
Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto
Rua Humaitá, 163 – Humaitá – Rio de Janeiro/RJ
Informações: (21) 2535-3846.
Lotação: 130 pessoas.