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Dança à Deriva 2016 – 4ª Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea

Dança a deriva 2016_ESPIRAL DANZA_foto Allan Salguero
Espiral Danza | Foto: Allan Salguero

Entre 1 a 7 de agosto, acontece em São Paulo a Dança à Deriva 2016 – Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea, que chega à sua 4ª edição. Desta vez, o Centro de Dança Umberto da Silva da Galeria Olido é o espaço escolhido para receber espetáculos, performances, rodas de conversa, debates, lançamento de livro e exibição de vídeos de 19 coletivos artísticos de países como Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Uruguai, Paraguai e Guatemala. Toda a programação é aberta ao público.

A Mostra, que se dá sempre com o propósito de facilitar e estimular trocas de experiências entre os artistas, fomentando o diálogo entre as nações por meio da linguagem da dança, traz para a cena espetáculos que evidenciam processos de pesquisa de linguagem que arriscam novas estéticas e outros novos modos de se relacionar artisticamente com o corpo e com as ideias nele perpassadas. O evento também potencializa coletivos que buscam alternativas para realizar seus projetos poéticos numa perspectiva mais horizontal, de parcerias e estratégias. Desenha, assim, um novo mapa de possibilidades, fortalece processos colaborativos de criação e de produção e, sobretudo, abre caminho para que as produções nacionais possam circular por outros países deste continente diverso e multifacetado, dando espaço para o que pouco se discute na dança: a internacionalização.

A abertura, do dia 1º de agosto, às 19h, na Sala Paissandu, fica por conta da Cia. Hombrebuho, dirigida por Yenzer Pinilla, com “Elogio de Guerra”, solo que fala das angústias do homem contemporâneo, forçado a percorrer, inerte, um caminho que não escolheu, em contraposição aos seus desejos mais profundos e prementes. Yenzer, bailarino e professor envolvido com a direção artística de alguns dos mais representativos coletivos de dança de Bogotá (Colômbia), também coordenará, ao lado da bailarina e coreógrafa Ingrid Londoño, o Laboratório coreográfico Camaleão, vivência de investigação do movimento, que acontece todas as manhãs e prevê apresentação de um resultado cênico ao final.

As brasileiras Dual Cena Contemporânea, de São Paulo, e Balé Baião, de Itapipoca, Ceará, retornam à Mostra – a primeira com seu recém-estreado “Profetas da Selva”, e a segunda com espetáculo, exibição de videodança e lançamento do livro “Dança Balé Baião: 20 Anos em Companhia”, publicação comemorativa de “duas décadas de dança e pertencimentos, de dança e resistências, de dança e insistências”, como escreve o pesquisador, professor e crítico de dança Joubert Arrais no prefácio. Do Ceará, vem também a Cia Flex, que em “Vida ou Morte ao boi” fala das possíveis ou impossíveis relações da cultura hight-tec com os costumes tradicionais. Aline Brasil e Anna Behatriz Azevedo, de Goiás, se apresentam com a performance “Ao caírem as abas”, parceria com o músico Jeferson Leite, que traz como principal referência o conto “Cadeira”, de José Saramago, em imagens que traduzem degeneração, decomposição e o limiar entre a vida e a morte.

Entre as companhias estrangeiras que estréiam presença na Mostra está o coletivo formado pelos artistas uruguaios e veteranos da dança Norma Berriolo (direção) e Luciano Álvarez (interpretação), que, ao decidirem voltar a dançar no final do ano passado, criaram o solo “Al Borde de la Piscina”, nome que batiza a companhia e revela um corpo maduro em constante desafio contra o tempo e a própria fragilidade com a força do ser que escolhe a luta, a beleza e o amor.

Do México vêm três companhias e cinco trabalhos: a En NingunLugar apresenta duas criações em parceria com coletivos colombianos – “Re-construcción de Los hechos”, em colaboração com Amaranto, coreografia que usa o ciclo da água como metáfora para falar de vida e de morte, e “Intromisiones insatisfactorias”, onde investiga, junto a HombreBuho, de Yenzer Pinilla, os problemas de comunicação entre dois homens que habitam o mesmo espaço; a Fósforo Escenamóvil, também com dois trabalhos – “Tripulación a bordo” e “Enigma de un dia sin Luna”; e o Colectivo Caninos Danza y No Danza, com “MOR, Sutilezas del sueñno”.

O Chile aparece com dois grupos – CiadeDanzaConminombre, que, com humor, transita por diferentes formas de materializar a ideia do corpo na cena contemporânea com a coreografia “Algunos mitos sobre el cuerpo y otras siutikerías”, e o Colectivo Chile, que também parte de uma visão irónica para falar da mulher e os clichês relacionados a seu papel na sociedade, em “Paisajes”.

A Mostra reserva ainda a participação da Kalus Danza Contemporânea (Colômbia) com três obras: “Vivi-En-Do”, “No sistemático” e “No Fatum”; do Proyecto Inmersíon (Argentina), com a peça homônima; da Otrapiel Cia. de Danza (Paraguai), com “Corteza”; da Espiral Danza (Guatemala), com Nahual; da artista boliviana Camila Bilbao, com a performance Vértigo; e das brasileiras Patrícia Pina Cruz, com Z.I.G.O.T.O, e Nívea Jorge, acompanhada pelo músico Viana Júnior (Ceará), em “Solo de Barro”.

NOVAS DERIVAS

Para ampliar a abrangência do projeto, estabelecer novas parcerias e outras trocas poéticas, na semana seguinte, quatro companhias – Dual Cena Contemporânea (São Paulo), HombreBuho (Colômbia), Amaranto e En NingunLugar (Colômbia-México), e Colectivo Canino Danza y No Danza (México) – permanecem em São Paulo e estendem o Dança à Deriva para as cidades de Suzano (dias 11 e 12/8), e depois Registro (13 e 14/8).

Numa realização da Radar Cultural Gestão e Projetos, sob a direção geral de Solange Borelli, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e a Secretaria de Estado da Cultura, Dança à Deriva – Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea se consolida cumprindo a sua principal vocação: preservar os vínculos estabelecidos em cada edição para dinamizar e fortalecer o intercâmbio artístico-cultural entre países da América Latina.

PROGRAMAÇÃO

01 de AGOSTO – segunda-feira

20h

COMPAÑÍA HOMBREBUHO (Colômbia)
Elogio de Guerra

Yenzer Pinilla, bailarino e mestre da academia superior de artes de Bogotá, e da faculdade de artes da Universidad distrital Francisco José de Caldas, é um artista envolvido com a direção de alguns dos mais representativos coletivos de dança da capital da Colômbia. Em 2015, motivou-se por montar sua própria companhia com o propósito de abrir novas portas criativas para sua pesquisa de linguagem e composição coreográfica. Com “Elogio de Guerra”, trata das angústias do homem contemporâneo, forçado a percorrer, inerte, um caminho que não escolheu em contraposição aos seus desejos mais profundos e prementes.

Direção e interpretação Yenzer Pinilla García | Técnico de iluminação e som Luis David Cáceres |Figurino Mila Chávez
Classificação indicativa: 14 anos Duração: 40min

02 de AGOSTO – terça-feira

19h

BALÉ BAIÃO DANÇA CONTEMPORÂNEA (Ceará – Brasil)
Prelúdios para Danças Caboclas

Em “Prelúdios para danças caboclas”, Gerson Moreno, Cacheado Braga e Viana Júnior, atuantes na Cia Balé Baião, de Itapipoca, interior do Ceará, desenham na cena um itinerário de Ritos precários e crus. Gradativamente os corpos se fazem “abertos para incorporar” suas ancestralidades caboclas, curandeiros, pajés e guerreiros, na vibratória de maracás, tambores, loas e clamores desnudando suas peles encarnadas pelo Urucum sagrado. As características caboclas se revelam nos corpos afro-indígenas dos dançarinos, que despretensiosamente des-dançam paços da tradição, evocam códigos, símbolos e gestos que residem na gíria da Jurema, e através delas se permitem chegar a outras possíveis corporeidades, outros possíveis rituais.

Concepção e direção: Gerson Moreno |Artistas-criadores: Viana Júnior, Cacheado Braga e Gerson Moreno |Música ao vivo: Viana Junior |Cantos: Gerson Moreno e Viana Júnior | Trilha mecânica e registros: Cacheado Braga |Classificação indicativa: 18 anos
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 35 minutos

19h45

PATRICIA PINA CRUZ (São Paulo – Brasil)
Z.I.G.O.T.O.

Em Z.i.g.o.t.o, Patrícia Pina Cruz levanta questionamentos sobre o poder dos gêneros, a luta de forças entre os sexos, a supremacia de um perante o outro ou igualdade de importância na existência. O poder de nossas heranças sociais patriarcais emaranhadas em nossa mitologia pessoal limita a percepção exata das coisas; a percepção é influenciada pelo censo comum. Z.i.g.o.t.o, vem negar essa herança patriarcal, que passa por uma cultura de dominação que oprime especialmente as mulheres, que nega a elas humanidade e as trata como inferiores e incapazes. A luta entre os estereótipos dos gêneros resulta no estupro, dando origem assim ao zigoto, fecundo da escravidão e do ódio de séculos de moldes opressores de sociedade, mas também, fecundo de esperança e de um recomeço de luta contra qualquer forma de opressão.

Concepção e cenário: Patrícia Pina Cruz |Figurino: Patrícia Pina Cruz e Brechó Xodó | Trilha sonora original: Dj Selva |Luz: Edu Luz |Assistência de criação: Black Escobar | Imagem: Vanessa Nascimento
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 20 min.

20h30

DUAL CENA CONTEMPORÂNEA (São Paulo – Brasil)
Profetas da Selva

Espetáculo criado a partir do envolvimento dos integrantes da Dual com a rotina de trabalho, de rituais e danças na casa sagrada, da religiosidade, da música e das pinturas corporais das aldeias Guarani Guyrapa-Ju e Krukutu, ambas situadas no Estado de São Paulo, “Profetas da Selva” propõe a recomposição de danças praticadas pelas etnias Tupi e Guarani no século XV, para evocar a mitologia ao redor do chamado “profetismo tupi-guarani”, cujo tema principal consistiria nas grandes migrações “místicas” dirigidas por xamãs em busca de uma terra maravilhosa – ‘Yvy Marã ey’, Terra Sem Mal –, onde deuses e homens seriam iguais e cujo acesso se daria através de jejuns e de danças, conduzidos por profetas.

Contemplado pelo edital PROAC n 04/2015 da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Direção geral e cênica: Ivan Bernardelli |Elenco: Junior Gonçalves, Kleber Cândido, Ivan Bernardelli, Urubatan Miranda e Wellington Campos |Projeto de Luz e Iluminação: Osvaldo Gazotti |Tatuagens: Mauro Nakata – Tattoos do Mauro |Cenografia: Mauro Martorelli | Coordenação da Pesquisa e Intercâmbio nas aldeias indígenas: Roger Muniz | Orientação da Pesquisa Musical: EdsonTosta Matarezio |Oficina de Pintura Corporal Indígena: Xumaya Xya (indígena Funil-ô) |Produção e Produção Executiva: Radar Cultural Gestão e Projetos – Solange
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 50 min.

03 de AGOSTO – quarta-feira

19h

CAMILA BILBAO (Bolívia)
Vértigo

Em “Vértigo”, trabalho multidisciplinar, que combina teatro, dança e audiovisual, criado pela dramaturga Camila Urioste e a bailarina Camila Bilbao, o tubo de poledance – que nos últimos anos vem se distanciando de seu lugar tradicional de entretenimento em bordéis e transfornando-se em uma disciplina que mulheres de todo tipo praticam para conectar-se com seu corpo, estar em forma e divertir-se –, torna-se um elemento narrativo para falar da mulher e seu corpo, seu medos e sua relação com outras mulheres.

Criação: Camila Bilbao e Camila Urioste | Direção: Camila Urioste | Coreografia e interpretação: Camila Bilbao | Texto: Camila Urioste | Iluminação: Diego Ayala | Desenho sonoro: Bernardo Rozo | Produção: Gabriela Claros
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 45 min

19h45

CIA. FLEX DE DANÇA CONTEMPORÂNEA (Ceará – Brasil)
Vida ou morte ao boi

O trabalho nasce do desejo de compreender as possíveis relações e distanciamentos existentes entre a brincadeira do Reisado, folguedo popular brasileiro, e a demanda tecnológica contemporânea, partindo da vivência e observação de um lugar que, mesmo rico em tradição, se desvincula a passos largos da essência, que vê a globalização com ares dicotômicos e não conectivos, impossibilitando as relações da cultura hight-tec com os costumes tradicionais.

Criação, direção e interpretação: Thiago Soares | Sonoplastia: Manoel Saldanha | Iluminação: Karol Araújo
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 35 min.

20h30

EN NINGUNLUGAR & AMARANTO (México/Colômbia)
Re-Construcción de los hechos

Projeto de pesquisa cênica e fotográfica mutável e adaptável, “Re-Construcción de los hechos” inspira-se no ciclo da água como metáfora e necessidade real para a vida e a morte. A partir de ângulos diferentes, a peça explora a reconstrução, redefinição e re-significação constantes a que estão submetidos nossos corpos físico e mental.

Equipe de criação: Luis Rubio, Eliana Jiménez e Catalina Torres | Intérpretes: Eliana Jiménez e Luis Rubio | Música: Handgedup, Rafael Anton Irisarri, Taylor Deupree | Edição musical: Eliana Jiménez
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 45 min.

04 de AGOSTO – quinta-feira

19h

OTRAPIEL COMPAÑIA DANZA (Paraguai)
Corteza

Baseado na carta “O Inverno sempre se transforma em Primavera”, escrita pelo Monge Budista Nichiren Daishonin, por volta de 1250, “Corteza” explora, por meio de diferentes linguagens de composição estética, como o ser humano evolui e transcende avançando frente aos obstáculos.

Direção geral e produção: Otrapiel Cia. |Integrantes: Diana Fuster, Natalia Fuster e Giselle Montanholi |Bailarinas convidadas: Kely Borges (Faces Ocultas Cia de Danza) | Música original: Pierpaolo Fuster, Evelin Gleinnie e Muse |Figurino: Sara Fernández | Coreografia e cenografia: Otrapiel Cia.|Assistente de coreografia: Fernando Hurtado (Espanha).
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 50 min.

20h

NÍVEA JORGE E VIANA JUNIOR (Ceará – Brasil)
Solo de Barro

Numa busca pela (re)significância da sua dança, Nivea Jorge propõe uma concepção que surge a partir da sua própria projeção, com a metáfora entre o feitio do jarro e as diferentes fases da vida. A partir desse autoencontro, o barro como elemento imagético e sensorial, é o mote para explorar o desconhecido numa descoberta de percursos corporais que traduzem o corpo como sujeito e objeto de arte. O fio condutor é o diálogo entre movimentos e sonoridades que refletem o eco da natureza humana em busca de sua origem, da (re)significância do “eu” ancestral. Uma obra que se propõe ritualizar os ciclos do Sagrado/humano, pelo barro, água, fogo e ventanias afro-indígenas/ancestrais.

Concepção e performance: Nívea Jorge |Músico: Viana Júnior |Direção dramatúrgica: Gerson Moreno
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 25 min.

20h30

ESPIRAL DANZA (Guatemala)
Nahual

Para o povo maia, Nahual significa espírito ou força dos seres e elementos da natureza. E cada ser tem um nahual que o representa e o conecta com o equilíbrio do universo. Com movimentos circulares, música executada com instrumentos digitais e sintetizadores e desenhos pintados e exibidos ao vivo, o espetáculo foca nos quatro principais nahuales: E (caminho sagrado), Aj (abundância e renascimento), K’at (a rede), e I’x (paciência, astúcia, ação).

Direção coreografia: Natalia Cadena |Bailarinos: Victo Ellington, Mily España, Mirna Moreno e Natalia Cadena |Visual: Alfonso Parutz |Música: Alex Hentze e Zedran Saur
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 50 min.

05 de AGOSTO – sexta-feira

19h

COMPAÑIA FÓSFORO (México/Colômbia)
Tripulación a bordo

“Tripulação a bordo” fala de trânsitos, dos impulsos e caminhos que percorremos para resolver nossos conflitos. Com trilha sonora original da Triciclo Circus Band, a coreografia nos coloca em um barco onde cinco tripulantes – um marinheiro, um piloto, um gondoleiro, um maquinista e um astronauta – empreendem uma viagem para fugir da melancolia da rotina e realizar o sonho almejado por cada um. Seu formato lúdico torna a peça também apropriada para o público infantojuvenil, que está aprendendo que na vida há momentos difíceis e que muitas vezes a solução está em nós mesmos

Direção geral: Patricia Rodríguez e Raul Rosas |Direção coreográfica: Patricia Rodríguez |Elenco: Raúl Rosas, Ximena Tavares, Karen Orozco, Mauricio Rico, Luis Ortega o Elena Hernández |Música original: Alejandro Preisser |Sonorização: Triciclo Circus Band |Luz: Jésica Elizondo |Direção de arte e figurino: Raúl Rosas |Triciclo e sistema: David Becerril | Trilha sonona original: Triciclo Circus Band
Classificação indicativa: livre
Duração: 20 min.

19h30

KALUS DANZA CONTEMPORÂNEA (Colômbia)
No sistematico

Vivemos como unidades de produção, mas somos seres de pensamento e sentimento. Por que nos comportamos como robôs? Por que buscar a aprovação dos outros, em vez de buscar nossa realização? Por que não arriscar mais e ouvir mais a nós mesmos? “No Sistematico” propõe uma reflexão sobre estas questões por meio de uma proposta coreográfica de improvisação para ser vista a partir de qualquer ângulo e permitir que cada um construa sua própria história.

Direção e coreografía: John Fandiño |Intérpretes criadores: Gabriela Pardo e John Fandiño
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 12 min.

20h

PROYECTO INMERSÍON (Argentina)
Inmersión

“Inmersión” une corpo e imagem em constante movimento, para acompanhar a vida de um ser, desde o nascimento, passando por seu condicionamento social, o desenvolvimento do feminino até a luta pela liberdade. O corpo, presente aqui e agora, se multiplica, dialoga com sua imagem projetada, com suas sombras e as diversas paisagens, que se desdobram em outras personagens. O pequeno e o sublime se entrelaçam num percurso que convida à intimidade do mundo, do corpo e seu fluir.

Concepção e direção: Pamela Fernández e Sebastián Labaronne |Coreografía e dança: Pamela Fernández |Criação audiovisual e Iluminação: Sebastián Labaronne
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 45 min.

21h

COLECTIVO CHILE (Chile)
Paisajes

“Paisajes” se constrói por meio de desenhos corporais e sonoros que representam certa extensão do terreno feminino. A partir de uma visão lúdica e irônica, vários clichês relacionados ao papel da mulher – inocência, feminilidade, vulnerabilidade – são visitados e manipulados para transformá-los em ferramentas de poder.

Criação e Interpretação: Paula Sacur |Interpretação: Paula Sacur e Francisca Sazie | Criação e interpretação musical: Isidora Edwards |Desenho de luz: Cristián Reyes | Assistente de direção: Ernesto Orellana |Assistente cênico: Francisco Miranda
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 25 min.

22h

ALINE BRASIL E ANNA BEHATRIZ AZEVEDO (Goiás – Brasil)
Ao caírem as abas

“Ao caírem as abas” nasceu da parceria entre três artistas goianos: Aline Brasil, bailarina, atualmente residindo em São Paulo, Anna Beahtriz Azevêdo, bailarina e artista plástica, e o músico Jeferson Leite. As principais referências partiram do conto “Cadeira”, de José Saramago, e se estenderam para outras perspectivas em torno da discussão sobre a queda de uma cadeira que, com os anos, torna-se frágil por guardar dentro de si seres que carcomem o seu interior, construindo caminhos e significados que só se tornam visíveis quando a sua estrutura roída cai. A leitura sobre esta queda trouxe, na perspectiva dos artistas criadores, diversas imagens que traduzem a degeneração, a decomposição, o limiar entre a vida e a morte.

Intérpretes-criadoras: Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo |Trilha sonora: Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo |Música: Jeferson Leite
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 30 min.

06 de AGOSTO – sábado

19h

COLECTIVO CANINOS – DANZA Y NO DANZA (México)
MOR, Sutilezas del sueño

“MOR, Sutilezas del sueño” é um jogo baseado no conto “7 coisas que você deve saber sobre Jeronimo”, do escritor mexicano Ruy Feben. Na história, um especialista em Súbito Movimento Ocular (MOR) narra a vida de Jerônimo, homem rico e poderoso que frequenta uma empresa de sonhos com o desejo de superar um trauma da infância, viajando em um mar de possibilidades, memórias, ficção e realidade.

Intérprete criador: Christian Jiménez Rojas
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 30 minutos

19h30

KALUS DANZA CONTEMPORÂNEA (Colômbia)
No Fatum

Qual é a sua história pessoal? Que caminhos tem percorrido? Em quem você se tornou com suas decisões e aprendizado? Experiências vividas, incorporadas e recolhidas como pedras de caminhos quadrados, circulares, infinitos que geram outros caminhos iluminados de cores e grandes avenidas cinzas, metálicas, asfaltadas. Estradas onde temos de caminhar sem ver, sem saber. Caminhos invisíveis sem rumo onde o trajeto que cada um forja é, no final, a viagem de sua vida e não só um destino que se encontra.

Criação e coreografía: Mónica Osma e Jose Jaime Vanegas |Direção: John Fandiño | Intérpretes: Mónica Osma e Jose Jaime Vanegas
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 15 min.

20h

CIA DE DANZA CONMINOMBRE (Chile)
Algunos mitos sobre el cuerpo y otras siutikerías

Com (aparentemente) um intérprete na cena, “Algunos mitos sibre el cuerpo y otras siutikerías” transita com humor por diferentes formas de materializar a ideia do corpo na cena contemporânea. Ao organizar e ressignificar, por meio dos possíveis jogos de sentido, as diferentes relações que o corpo e sua imagem exibem, levanta questões, pondera sua existência e dá lugar ao pensamento sensível repartido por cada fragmento de ser sujeito. Dança o corpo ou o sujeito?

Direção: Luis Moreno Zamorano |Intérpretes: Luis Moreno Zamorano, Ignacio Vargas, Javier Muñoz Máximo |Criação audiovisual: Ignacio Vargas |Apoio técnico: Javier Muñoz Máximo |Apoio sonoro: Jose Miguel Candela
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 35 min.

20h45

CIA HOMBREBUHO (Colômbia) & EN NINGUNLUGAR (México)
“Intromisiones Insatisfactorias”

“Intromisiones insatisfactorias” investiga os problemas de comunicação entre dois homens que habitam o mesmo espaço. Representa um “não-lugar”, um espaço absurdo onde dois indivíduos, sem saber como ou porque, despertam um dia completamente colados. Incapazes de serem percebidos pelos outros, tentam resolver o seu estado por meio de incessantes debates e inevitável viagem interna que implica em reconhecer-se através do outro.

Companhias: En Ningúnlugar (México) e Hombrebúho (Colombia) |Criadores intérpretes: Luis Rubio e Yenzer Pinilla
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 min.

07 de AGOSTO – domingo

19h

RESULTADO CÊNICO DO LABORATÓRIO COREOGRÁFICO CAMALEÃO
Yenzer Pinilla e Ingride Londoño

30’

19h30

COMPAÑIA FÓSFORO ESCENAMÓVIL (México)
Enigma de un dia sin Luna

“Enigma de un dia sin luna” traz como tema a relação de codependência entre um homem e uma mulher, e cujo conflito se resolve com o despreendimento de um dos personagens para chegar ao desenlace da morte do outro.

Coreografia: Patricia Rodríguez |Intérpretes: Allan Martínez e Yansi Mendez |Música: Alejandro Franco e Alfredo Sánchez |Cenografia e iluminação: Jorge Guillen |Figurino: Brenda Zepeda
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 20 min.

20h

KALUS DANZA CONTEMPORÂNEA (Colômbia)
Viví-En-Do

“Viví-en-do” nasce da reflexão da companhia sobre um mundo menos indiferente, menos egoísta e mais solidário para com o sentir e o pensar do outro. A mídia, a violência, o individualismo e a necessidade de obter coisas materiais nos distraem e distanciam Contemporânea , dirigida por John Fandiño, comemora 10 anos.

Direção e coreografía: John Fandiño | Intérpretes criadores: Mónica Osma, Gabriela Pardo, Jose Jaime Vanegas e John Fandiño
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 12 min.

20h30

COLECTIVO AL BORDE DE LA PISCINA (Uruguai)
Al borde de la piscina

Este solo absolutamente despojado revela a realidade de um corpo maduro com espírito jovem. Mostra a fragilidade do ser em contraposição ao poder da vida, da força do ser humano que escolhe a luta, a beleza, o amor e o aprendizado em vez da complacência, a resignação e a rotina. Ambos os criadores – diretora e bailarino –, dois veteranos da dança, decidiram “atirar-se na água” e gozar do privilégio que a vida lhes dá: dançar.

Direção: Norma Berriolo | Bailarino: Luciano Álvarez
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 35 min.

OUTRAS AÇÕES

2 a 6 de AGOSTO – terça a sábado

16h

CONVERSATÓRIO

Espaço coletivo de compartilhamento e conversas em que os diretores das companhias falam sobre suas dramaturgias e processos. O bate-papo tem coordenação e mediação de Sylvia Fernandez, articuladora cultural boliviana, coreógrafa e diretora da Vidanza Companhia. Sylvia também participou da curadoria desta edição da Mostra.

3 a 6 de AGOSTO – quarta a sábado

10h às 13h

LABORATÓRIO COREOGRÁFICO
Camaleón – Investigação de Movimento
(mostra de resultado no dia 7)
Por: Ingrid Londoño e Yenzer Pinilla

O laboratório coreográfico “Camaleón” é um projeto de formação e investigação do movimento aplicado com a função de construir experiências cinéticas e acionar qualidades relacionadas com agilidade, capacidade de adaptação e consciência corporais. Como dinâmica, é dividido em três momentos que buscam um corpo camaleão, com base nas características próprias do animal, sua conduta e comportamento: corpo sigiloso, corpo em relação e corpo habil/composição instantânea.

Ingrid Londoño – Bailarina, coreógrafa e pesquisadora, é formada em Dança contemporânea pela Universidad Antonio Nariño e pela Academia Superior de Artes de Bogotá. É diretora Dinamov Danza.

Yenzer Pinilla – Mestre em artes cênicas pela academia superior de artes de Bogotá, dirigiu várias companhias de dança e atualmente está à frente do projeto de criação cênica independente HombreBuho.

3 e 4 de AGOSTO – quarta e quinta-feira

18h

MOSTRA DE VIDEODANÇA | DOCUMENTÁRIO
Na Oficina do Zé Américo

O Documentário “Na Oficina do Zé Américo” registra e revela como se desenvolveram as experimentações corporais no Galpão da Cena de Itapipoca (antiga oficina do Pai de Gerson Moreno, o Zé Américo), de agosto de 2014 a fevereiro de 2015, que geraram a Demonstração Técnica “Receitas de baião e outros pratos”. Também compartilha das oficinas ministradas pelos artistas/pesquisadores convidados que vieram contribuir com a feitura do livro “Dança Balé Baião: 20 anos em Companhia”.

Projeto contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013.
Fotografia/edição: Cacheado Braga | Colaboração: Gerson Moreno

5 e 6 de AGOSTO – sexta e sábado

18h

LANÇAMENTO DE LIVRO
Dança Balé Baião: 20 Anos em Companhia

Com prefácio do artista-pesquisador, professor e crítico de dança Joubert Arrais, “Dança Balé Baião: 20 anos em Companhia” celebra os 20 anos de uma trajetória de resistência e resiliência artística imbricada no movimento comunitário da cidade de Itapipoca, sertão do Ceará. Festeja a continuidade coletiva permanente, junto com passagens provisórias de outros corpos dançantes.

Concepção e coordenação: Gerson Moreno | Produção editorial: Gerson Moreno e Cacheado Braga | Acompanhamento editorial: Joubert Arrais (Crítica com a Dança) | Revisão textual: Naiana Rodrigues, Gerson Moreno e Joubert Arrais | Projeto gráfico e designer: João Edson Albuquerque

7 de AGOSTO – domingo

15h

5º FÓRUM DANÇA E SUSTENTABILIDADE

‘Modus Operandi – modos de ser, fazer, existir e acreditar dos coletivos de dança latino-americanos”
Coordenação: Sylvia Fernandez (BO) e Solange Borelli (BR)

Encontro com artistas, criadores e gestores latino-americanos numa discussão que busca compreender a realidade das artes cênicas, especialmente a dança, no contexto social, político e econômico em que se apresentam atualmente. Objetiva criar redes de articulação a fim de potencializar o intercâmbio artístico e cultural entre os países participantes. Em destaque os depoimentos dos diretores das companhias que participam da DANÇA À DERIVA 2016, sobre suas realidades e necessidades artísticas e culturais. Atividade aberta a todos os interessados em políticas públicas para as artes em geral.

SERVIÇO

Dança à Deriva – 4ª Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea
De 01 a 07 de agosto de 2016
Local: Galeria Olido – Centro de Dança Umberto da Silva
Av. São João, 473 – 2º andar – República, São Paulo
Ingresso: Grátis (retirar ingressos com 1 hora de antecedência)
Informações: (11) 3331-8399

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