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Cuidado com o corpo, bailarinos! 5 dicas para bailarinos trabalharem de forma mais produtiva e saudável

Não é novidade que sempre procuro escrever sobre a importância da saúde dos bailarinos, que precisam focar mais nos cuidados que devem ter com seus corpos, prestando atenção aos sinais que eles demonstram. É fundamental que se evite a “cultura da dor”, já que a grande maioria dos bailarinos acha, e é levada a achar muitas vezes, que sentir dores na prática da dança é normal. Então, sinto dizer que…não é.

Recentemente, Selina Shah* (diretora de medicina da dança no Centro de Medicina Esportiva em São Francisco, Califórnia/EUA), publicou, na revista Dance Informa, 5 dicas para bailarinos trabalharem de forma mais produtiva e saudável.

Dica 1

Escute o seu corpo. Sim, pasmem! Essa é a primeira dica. Existe algo melhor do que o seu próprio corpo para lhe mostrar que existe um problema? Óbvio que não. Selina ainda destaca que um dos grandes motivos para as lesões ocorrerem e não serem tratadas imediatamente é a expectativa além do normal em cima dos bailarinos. Todos querem ser fantásticos da maneira mais rápida possível.

Com isso, escolhem “atalhos” que ultrapassam o tempo de aprendizado necessário ao corpo (excesso de alongamentos e compensações corporais). A consequência? Lesões, claro! Elas começam pequenas e, geralmente, são desconsideradas.

Porém seu prolongamento, com dores cada vez maiores, podem provocar problemas mais intensos, altamente prejudiciais ao corpo. Então, o tratamento que seria simples, passa a tornar-se muito complexo. Ou seja, para Selina, e para mim também, os limites do corpo jamais devem ser ignorados.

Dica 2

Tradução, por favor! Opa, isso é bem importante. Para ela, diversos professores orientam os alunos de forma “poética” e não prática. De fato, o professor é o principal guia dos bailarinos e, se as instruções não são explicadas de forma clara e aplicável ao aluno, dificilmente ele terá habilidade futura de se auto-corrigir.

Então, um dos pontos principais é demonstrar ao seu professor que não entendeu, para que ele procure lhe explicar mais nitidamente.

Um exemplo dado por Selina é a famosa frase “Sinta o chão”. O que significaria isso? Se meus pés estão no chão, obviamente já estou o sentindo, certo?! No entanto, essa frase bem pequena quer dizer que todo bailarino deve pressionar as pontas (extremidades) dos pés ao chão, tendo total contato, sentindo seu peso. Assim, os músculos dos pés serão trabalhados e preparados para futuros movimentos avançados, inclusive no uso da sapatilha de ponta.

É…não é que uma pequena frase pode ser bem intensa?

Dica 3

Pense fora da caixa. Sim. Não é porque você faz balé clássico que sua aula não pode ter exercícios de outras modalidades da dança que também sejam boas para a preparação física, além da obter multiplicidade no repertório motor. Pois bem, a interligação entre os diferentes estilos de dança pode ser muito proveitoso e saudável aos bailarinos, já que o corpo sempre estará preparado para variações de movimentos.

Dica 4

Amplie seus horizontes! Essa penúltima dica é bem ligada à anterior. Varie suas estratégias de aula, seus exercícios e compartilhe conhecimento e experiência com outros profissionais. A troca é essencial para o aperfeiçoamento.

Dica 5

Cuide você mesmo. Agora! Finalmente chegamos à última dica de Selina. O foco grande na carreira está fazendo com que os bailarinos se coloquem em segundo plano. Pois é, cuidado! Para Selina, ir além de seus limites na procura pelo topo na companhia pode causar sérios danos ao corpo. Por isso, fique de olho em si mesmo. Seja cuidadoso e respeite seu corpo.

Bem, essas foram as 5 dicas de Selina Shah e concordo, plenamente, com todas elas. Que se reflita cada vez mais sobre a prática da dança, estabelecendo mais respeito ao tempo, ao físico e aos limites de cada pessoa. Não precisamos ser padronizados, certo!?


Conteúdo publicado originalmente por Paloma Ferraz, jornalista e bailarina com ênfase em dança contemporânea, cuja experiência na dança se iniciou aos 3 anos. Criadora do Bem Dança, Blog e página no Facebook.

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