Começam as comemorações dos 10 anos da São Paulo Companhia de Dança
Nos últimos anos, o Brasil sofreu, e ainda sofre muito, quando a assunto é manter uma companhia de dança. Muitas foram as vezes que vimos uma companhia ou outra a ponto de findar suas atividades devido a falta de investimento por parte de patrocinadores e/ou governo (de quem ainda se depende muito). Mas as lutas para se manter de pé continua e grandes nomes da dança brasileira brilham nos palcos nacionais e internacionais.
É neste cenário que, há 10 anos, o Governo do Estado de São Paulo criou uma companhia de dança voltada tanto para o público clássico quanto o contemporâneo. Dirigida por Inês Bogéa – doutora em artes, bailarina, escritora, professora de Arte Educação: Teoria e Prática na USP, bailarina do Grupo Corpo por 12 anos -, que sabe como ninguém entender seu público, e fez da São Paulo Companhia de Dança uma das mais sólidas companhias no cenário mundial da dança.
A Companhia já percorreu 62 cidades do Estado de São Paulo, 17 cidades do Brasil, e 37 cidades do exterior em 16 países, em mais de 700 espetáculos vistos por um público de mais de 600.000 pessoas, com grande sucesso de crítica e público. A SPCD atua em três vertentes: difusão da dança, atividades educativas e de formação de plateia em dança, e registro e memória da dança. O repertório da Companhia contempla montagens clássicas (como La Sylphide, Le Spectre de La Rose, Romeu e Julieta, entre outros), modernas (como Petite Mort e Indigo Rose, de Jirí Kylián, Gnawa, de Nacho Duato, Pássaro de Fogo, de Marco Goecke, entre outros) além de balé criados especificamente para o seu corpo de bailarinos, como Melhor Único Dia, criado por Henrique Rodovalho para as comemorações de 10 anos da SPCD.
Essa celebração já começa no mês de janeiro com apresentações na cidade de Santos (20 e 21) e em Ilhabela (27), em São Paulo. No programa, que caminha entre o contemporâneo e o clássico, marca da Companhia, o público poderá conferir a estreia de Melhor Único Dia, de Henrique Rodovalho, e O Lago dos Cisnes – 2º Ato, de Mario Galizzi – que foi o vencedor do melhor espetáculo 2017 do Guia Folha, segundo o voto popular.
Além das datas já confirmadas, a SPCD tem em sua agenda para o primeiro semestre, uma turnê internacional com apresentações de O sonho de Dom Quixote, primeira criação de Márcia Haydée para uma companhia no Brasil, além da já tradicional temporada no Teatro Sérgio Cardoso.
Programa
Melhor Único Dia (Estreia)
Coreografia e iluminação: Henrique Rodovalho
Música: Criação original de Pupilo com voz de Céu
Figurino: Cássio Brasil
Rodovalho comenta que neste trabalho experimenta movimentos expandidos e continuados a partir da relação dos bailarinos que permanecem todo o tempo em cena. “As referências sobre esta característica vieram de grandes grupos de animais em movimento e como se desenvolvem e se relacionam”, diz o coreógrafo. A obra trata sobre ‘o que tem de acontecer’, neste breve espaço de tempo de existência deste grande grupo, relacionado principalmente a algum tipo de prazer. Por isso, o nome Melhor Único Dia. “Para tentar traduzir, de alguma forma, a curta existência que se expressa através do movimento em grupo”, completa Rodovalho.
Henrique Rodovalho é diretor artístico e coreógrafo residente da Quasar Cia. de Dança, uma das mais importantes do Brasil. Sua linha de pesquisa é baseada na complexidade existencial do corpo e da alma. Ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais como o Prêmio Mambambe e XXI Prêmio de Composição Coreográfica no México.
O Lago dos Cisnes – II Ato
Coreografia: Mario Galizzi, a partir do original de 1895 de Lev Ivanov (1834-1901)
Figurino: Tânia Agra
Perucas: Emi Perucas
Adereços: Robson Rui
Iluminação: Wagner Freire
O segundo ato do icônico balé mostra o encontro do príncipe Siegfried e da princesa Odete, na floresta. Da meia noite ao amanhecer, ela é a princesa da noite, uma criatura mágica e delicada, que o príncipe deseja amar e proteger. Durante o dia, a rainha dos cisnes: frágil, amedrontada e, ao mesmo tempo, corajosa e protetora do seu grupo. Essa obra marca a história da arte e encanta todas as gerações pelo seu tema e pela ligação entre a dança e a música. O feiticeiro Rothbart é um nobre e um pássaro. O príncipe que sai para caçar com seus amigos tem a elegância da nobreza. A obra obteve grande sucesso, com ingressos esgotados em apenas um final de semana, durante sua apresentação na Sala São Paulo. Evidenciados pela luz de Wagner Freire, que traz para a cena a atmosfera da noite do encontro entre Odete e Siegfried, os figurinos elaborados por Tânia Agra mostram a magia desta obra, que tem na roupa feminina os icônicos tutus, que marcam a história da dança como o figurino essencial da bailarina.
Mario Galizzi é um dos mais importantes remontadores de obras clássicas da atualidade. Criou para a SPCD as coreografias La Sylphide (2014), Grand Pas de Deux de O Cisne Negro (2014) e Le Spectre de La Rose (2014). É diretor artístico da Compañia Nacional de Danza, do México. Foi diretor do Ballet del Teatro Argentino de La Plata.
Crédito da foto: Fabio Furtado | Cena de O Lago dos Cisnes – 2º Ato
Serviço
Santos
Melhor Único Dia | O Lago dos Cisnes – II Ato
São Paulo Companhia de Dança
Dias 20 e 21 de janeiro de 2018
Sábado, às 20h, domingo às 17h30
Local: Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida – Santos/SP
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia-entrada) e R$ 6 (credencial plena)
Duração: 50 min
Classificativa: Livre
Ilhabela
Melhor Único Dia | O Lago dos Cisnes – II Ato
São Paulo Companhia de Dança
Dia 27 de janeiro de 2018
Sábado, às 20h30
Local: Teatro de Vermelhos – Centro Cultural Baía dos Vermelhos
Av. Governador Mário Covas Jr., 11.474 – Ponta da Sela – Ilhabela/SP
Ingressos: R$ 30 (inteira passarela (em pé)) e R$ 120 (inteira para plateias 1, 2 e 3)
Vendas on-line: Ingresso Rápido
Classificativa: Livre