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Com estreias mundiais São Paulo Companhia de Dança realiza temporada no Teatro Sérgio Cardoso

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Cena de Suíte para Dois Pianos, de Uwe Scholz | Foto: Wilian Aguiar | Bailarinos: Luiza Yuk, André Grippi e Nielson Souza

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), mantida pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, sob direção de Inês Bogéa, inicia as apresentações da sua temporada de espetáculos 2016 em junho, no Teatro Sérgio Cardoso. Depois de uma bem sucedida temporada internacional em países como França, Suíça, Canadá e Estados Unidos, volta ao Brasil para apresentar duas estreias de grandes nomes da dança mundial – uma criação de Richard Siegal e uma remontagem de Uwe Scholz – e um programa repleto de obras consagradas pelo público e pela crítica como O Sonho de Dom Quixote, de Márcia Haydée. Serão quatro semanas de espetáculos e sete coreografias apresentadas.

“A temporada deste ano está titulada como Jogo de Linhas e a ideia que organiza esse pensamento parte da percepção da força das imagens na contemporaneidade. Ao ver um espetáculo de dança, o público é convidado a entrar em um novo universo de sensações pelos movimentos dos bailarinos e pela percepção do seu próprio gesto. Os movimentos criam na cena jogos de linhas, de traços e com as cores dos figurinos, zonas coloridas, que se dispersam e se aglomeram. Esse jogo desperta em cada um diferentes percepções de imagens que são transformadas pelo que sentimos e vivemos”, fala Inês Bogéa, diretora artística da SPCD.

Serão quatro semanas de espetáculos divididas em três programas e estreias.

Nos dias 2, 3, 4 e 5 de junho, o público poderá ver Six Odd Pearls, de Richard Siegal para a SPCD. Inspirado pelas composições barrocas de Jean-Phippe Rameau (1683-1764), o coreógrafo Richard Siegal criou esta peça para a SPCD. É uma coreografia suave, delicada e dinâmica na qual a dança clássica aparece sobreposta a outros acentos, trazendo a ideia de ruptura e desconstrução de padrões. O figurino de Simone Mina e a luz de Gilles Gentner dialogam com a proposta do coreógrafo utilizando referência do barroco em materiais e desenhos contemporâneos. “É como transpor os séculos. Este é um trabalho que atualiza essa música ao modo do século 21 e não mais do século 18”, fala o coreógrafo.

Siegal é bailarino, coreógrafo, fundador e diretor artístico da “The Bakery”, uma plataforma interdisciplinar para pesquisa e produção em mídia visual, dança e performance contemporânea criada em 2012. Desde 2004, trabalha com projetos de ciências da computação para estruturar suas coreografias. Entre 1997 e 2004 integrou o Frankfurt Ballet, sob direção de William Forsythe. Já apresentou seu trabalho em diversos festivais ao redor do mundo. Entre seus prêmios como criador destacam-se: Dance Award of the City of Munich (2013), New York Dance and Performance Bessie Award (2008), Mouson Award (2007/2008), S.A.C.D (2006). É membro de honra do Bolshoi Ballet’s Benois de la Danse.

O programa da noite se completa com Indigo Rose (1998) e Petite Mort (1991), ambas do tcheco Jirí Kilyán. Na primeira obra, coreografia que ficou em primeiro lugar na escolha do público como Melhor Espetáculo de Dança em enquete promovida pelo Guia da Folha de S. Paulo em 2015, Kylián traz uma movimentação rápida, virtuosa, articulada e ao mesmo tempo lírica, que faz alusão à busca pela perfeição. Já Petite Mort, tem como tema principal o prazer e a duração desse momento, no qual somos lembrados de que a vida é relativamente curta e que a morte nunca está longe de nós.

Na segunda e terceira semanas, nos dias 10, 11, 12, 16, 17, 18 e 19 de junho, volta aos palcos do Sérgio Cardoso O Sonho de Dom Quixote, de Márcia Haydée, sucesso de público e crítica. A obra, que ficou em segundo lugar no voto do júri como Melhor Espetáculo de Dança em enquete promovida pelo Guia da Folha de S. Paulo em 2015, é colorida, vibrante e com muito humor.

O balé conta as aventuras de Dom Quixote, um sonhador visionário, que se dispõe a combater “o erro, o falso e o mal de mil semblantes” e encontrar sua dama perfeita Dulcinéia; e a história do amor quase impossível de Kitri e Basílio, uma vez que ela estava prometida por seu pai a Gamacho, um rico comerciante. Camponeses, toureiros e ciganos ajudam a compor a obra. Com a cumplicidade de Dom Quixote, o casamento dos apaixonados se realiza e é comemorado por todos. Dom Quixote é um dos mais populares balés em todo o mundo. A versão especial de Márcia Haydée para a SPCD mantém alguns momentos reconhecíveis desta obra – criada originalmente por Marius Petipa (1818-1910) em 1869 e inspirada em um capítulo da obra de Miguel de Cervantes (1547-1616) com música composta por Ludwig Minkus (1826-1917) – ao mesmo tempo em que as atualiza com cenografia de Hélio Eichbauer e desenhos de Candido Portinari (1903-1962), figurinos de Tânia Agra, luz de José Luiz Fiorruccio, composições de Norberto Macedo (1939-2011) e poemas de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Uma obra para se encantar e se apaixonar.

Na quarta semana, mais uma estreia: Suíte para Dois Pianos (1987), do alemão Uwe Scholz (1958-2004), poderá ser vista no Teatro Sérgio Cardoso nos dias 23, 24, 25 e 26 de junho. A obra traz movimentos inspirados nas reflexões do artista plástico Wassily Kandinsky (1866-1944) e na música do russo Sergei Rachmaninoff (1873-1943). Quatro obras de Kandinksy são projetadas ao fundo da cena, ampliando a relação entre as diferentes artes. Giovanni Di Palma é quem assina a remontagem da obra para a SPCD.

O programa também se completa com The Seasons (2014), de Édouard Lock, e Sechs Tänze (1986), de Jirí Kylián. Em cena, The Seasons traz diversas camadas que interagem umas com as outras – dança, música, cenário e luz – e criam novas relações tanto para quem vê quanto para quem está em cena. Dança e humor se unem em Sechs Tänze. A obra de Kylián mostra seis peças aparentemente sem sentido que dialogam para protestar e fazer uma crítica aos valores vigentes à época em que as Sechs Deustsche Tänze KV 571, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), foram compostas.

POR DENTRO DO ESPETÁCULO

Durante toda a temporada da SPCD, Inês Bogéa comanda o Por Dentro do Espetáculo. Neste encontro a diretora da Companhia, acompanhada por dois bailarinos, conta detalhes e curiosidades sobre os bastidores do programa que o público assistirá na sequência. A conversa acontece no balcão do Teatro Sérgio Cardoso, 45 minutos antes do início das apresentações e a entrada é gratuita.

PROGRAMA EDUCATIVO E DE FORMAÇÃO DE PLATEIA

Além das apresentações noturnas, a SPCD apresenta Espetáculos Gratuitos para Estudantes e Terceira Idade nos dias 14 e 15 de junho, às 15h, também no Teatro Sérgio Cardoso. Na ação, o público estabelece um contato geral com o universo da dança: assiste a coreografia, trechos de obras do repertório da Companhia e recebe um material didático com ilustrações assinadas por cartunistas brasileiros. Durante a atividade, Inês Bogéa sobe ao palco para mediar brincadeiras com os alunos, trazendo a dança para uma linguagem lúdica e divertida. As vagas estão esgotadas.

ACESSIBILIDADE

Desde 2013 a São Paulo Companhia de Dança utiliza o recurso de audiodescrição – modo que transmite ao público cego e surdo, por meio de fones de ouvido, informações sobre cenário, figurino e, principalmente, os movimentos dos bailarinos – em suas apresentações por espaços públicos do interior e da capital de São Paulo. E desde 2014 com o objetivo de viabilizar a implantação de mais recursos de acessibilidade comunicacional, a SPCD, ampliou o programa por meio da tecnologia avançada do aplicativo gratuito Whatscine transmite para smartphones e tablets os recursos de audiodescrição, interpretação em LIBRAS e subtitulação, permitindo às pessoas com deficiência entrar em contato com a experiência da dança. A SPCD possui fones de ouvido e tablets para as pessoas que não tem o aplicativo em seus celulares.

OCUPAÇÃO SPCD

O Teatro Sérgio Cardoso torna-se a segunda casa da SPCD. Durante a temporada, o espaço é transformado, estabelecendo uma identidade visual entre o público e o universo da dança e da Companhia: as portas de vidro e as janelas do Teatro são adesivadas com imagens das coreografias que serão apresentadas. A plateia também pode conhecer e tirar fotos com os bailarinos no Lambe-Lambe, optando por vestir parte dos acessórios e figurinos utilizados nas apresentações. As fotos são disponibilizadas posteriormente na Fanpage da SPCD no Facebook.

SERVIÇO

São Paulo Companhia de Dança
Temporada de 02 a 25 de junho de 2016
Quinta e sábado, às 21h, Sexta, às 21h30, domingo, às 18h
Local: Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – São Paulo/SP
Ingresso: de R$ 20,00, R$ 30,00 e R$ 40,00 (valores referente a inteira)
Vendas on-line: Ingresso Rápido
Classificação: Livre

Programação:

De 02 a 05 de junho
– Estreia Six Odd Pearls, de Richard Siegal (2016)
– Indigo Rose (1998) e Petite Mort (1991), Obras de Jirí Kylián

De 10 a 12 e de 16 a 19 de junho
– O Sonho de Dom Quixote (2015); de Márcia Haydée

De 23 a 26 de junho
– Estreia Suíte Para Dois Pianos (1987), De Uwe Scholz
– The Seasons (2014), De Édouard Lock
– Sechs Tänze (1986), De Jirí Kylián

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