Com Andreia Yonashiro, Cerrado será apresentado virtualmente
Crédito da foto: Marion Hesser
Peça audiovisual de dança e música, Cerrado é, segundo a criadora e bailarina Andreia Yonashiro, “um punho ou os olhos, aquilo que dizemos, cerrados. O silêncio próprio da água, do céu. Os sons dos pássaros e as cores dos peixes, como passagens – um bioma, uma região…”
Em Cerrado, Andreia Yonashiro dá continuidade às pesquisas em dança e coreografia, iniciadas por volta dos anos 2014, com breves interrupções pelo nascimento de dois filhos e o surgimento da maternidade. É também o solo que integra o módulo Planaltos, do projeto tinha flechas, pássaros plantados? no peito, do Cerco Coreográfico, plataforma de dança, integrada por ela, Bárbara Malavoglia e Marion Hesser.
O projeto vem sendo realizado, desde março de 2020, com apoio do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. E marca ainda a volta do desejo de dançar da dançarina somada ao momento político, sanitário e epidêmico do Brasil, “uma espécie de suspensão para repensar várias coisas de meus modos de trabalho que já não me deixavam alegre”, comenta Andreia.
Ao lado do músico Rafael Montorfano e com a colaboração da coreógrafa e dramaturga Marion Hesser, Andreia evoca o Cerrado como desejo e necessidade de afirmar urgências, “relações essenciais com a água, o ar, a atmosfera, aquilo que comemos. Não um escape idílico de uma mulher em crise na cidade. Mas encontrar na cidade essas ervas daninhas que afirmam já a presença do Cerrado. Há algum tempo penso que o que resta de mais selvagem numa cidade grande é o silêncio”.
Referências importantes nessa criação foram as intervenções artísticas de Laura Lydia (e o projeto premiado Ervas-SP) e Cerrado infinito de Daniel Caballero, além dos povos Timbira, responsáveis pelo manejo do Cerrado brasileiro, há séculos.
“Estou tentando fazer dessa versão algo que use a dimensão gráfica da imagem de alguém que dança como se fosse uma composição em desenho/ pintura. Me lembro das pinturas rupestres e de uma animação que surge de uma visão em deslocamento. É um pouco por aí que estou querendo desenvolver uma lógica de edição videográfica”, conclui a bailarina.
O trabalho será exibido em três oportunidades, no mês de junho, sempre no mesmo horário, pelo canal do YouTube.
Prêmios e performances
Mas, quem é Andreia Yonashiro? No “mundo da dança”, seu trabalho é conhecido, reconhecido e respeitado, com apresentações em cidades do Brasil e também Noruega, Itália e Finlândia.
Bailarina, coreógrafa e diretora premiada, Andreia é discreta, mas coleciona alguns prêmios. O destaque fica por conta da criação e direção de Claraboia e Estudos para clarabóia, ao lado de Morena Nascimento. Esse trabalho conquistou o Prêmio Klauss Vianna, em 2013, o Fomento a Dança, em 2012 e foi eleito melhor espetáculo de dança pelo Guia da Folha, nesse mesmo ano, que ainda somou o Prêmio Cultura Inglesa, por Tempest, em parceria com Daniel Fagundes, e outro Prêmio Klauss Vianna, por Erosão, ao lado de Robson Ferraz. E Andreia tem até um curioso prêmio como vencedora do quadro “Dança no Gelo”, da TV Globo, patinando ao lado de Leandro, do KLB.
Ficha Técnica
Dança, edição: Andreia Yonashiro
Música: Rafael Montorfano
Colaboração dramatúrgica/coreográfica: Marion Hesser
Câmera: Andreia Yonashiro, Clara, Marion Hesser, Marcius Lindner Contribuição dramatúrgica: Denise Melo, Marcus Braga
Pesquisa de canções: Camila Bosso, Katharina Câmara, Érika Malavazzi, Luis Ferron, Thereza Coelho, Maria Genevieve Bento
Produção cultural: José Renato F. Almeida (CAIS Produção Cultural)
Realização: cerco coreográfico
Apoio: Teatro Aliança Francesa
Serviço
Cerrado
Com Andreia Yonashiro
Dias 24, 25 e 26 de Junho de 2021
Quinta, sexta e sábado – 20h
Local: Virtualmente – Canal do YouTube Cais Produção Cultural
Ingresso: Gratuito
Duração: 30 min
Classificação: livre
Este projeto foi realizado com o apoio do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura