Coletivo Corpos Falantes apresenta “Vozes de um Túmulo” no Centro de Terra
Crédito da foto: Divulgação
Nos dias 10 e 11 de abril, o Coletivo Corpos Falantes apresenta o espetáculo “Vozes de um Túmulo”, no Centro da Terra. As apresentações acontecem às 20h e os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla com valor consciente. “Vozes de um Túmulo” nasce a partir do poema homônimo de Augusto dos Anjos. “Esse primeiro trabalho autoral traz reflexões sobre a vida, sentimentos, pensamentos sobre um corpo sem vida, pensamentos não ditos, e também sobre a forma que vejo a vida e a maneira que nos relacionamos internamente”, diz a coreógrafa Mariana Morgado. Confira mais detalhes do trabalho:
Um ser enterrado por outros corpos, outros vermes, outras vidas tenta chegar ao outro lado. Talvez um lugar que o faça digno de novo. Ao se reerguer, a perspectiva de si é outra, onde já é possível se sentir digno de novo. A ambição, o ego e o livre arbítrio perpetuam em conjunto, afastando qualquer pudor ou medo de agir. Afinal, quem terá a maior capacidade de incompreender? A maior indiferença vence.
A exclusão e humilhação do outro vai gerando impulsos para o crescimento cênico. O momento finda com alguns prejudicados, outros sem partes inteiras e alguns preocupados somente em continuar seguindo. Para quem fica, a dúvida aparece: “hoje, no meu último dia de vida, o que eu faria?” Compartilhamentos pessoais de alguém que forja aceitar seu último dia. Somos tão importantes, não é mesmo?
Ao se perceber controlada por bichos, sombras e terra, uma matéria é levada para algum lugar, o lugar onde as coisas não são mais coisas, um lugar onde não há mais disputa para vida e o corpo não reconhece que findou.
O prazer da vida naquele corpo esgotou, onde se recorda do prazer que era poder sentir nojo ou sentir a boca de alguém, que prazer era poder sentir prazer. Que prazer era poder sentir amor. “O amor que sinto desperta o meu melhor e meu pior lado”. O amor que leva ao descontrole emocional e obsessivo, patológico e maníaco, sentimento intenso e possessivo que desencadeia os meus transtornos.
Ao findar o último e mais profundo sentimento, não há mais nada que não possa ser corrompido, os corpos são levados para um poço de escuridão e vazio profundo, buscando trazer a invisibilidade e nossa grande insignificância e ausência de dignidade enquanto matéria. Toda a pirâmide de orgulho se quebra e deixa de existir. “A pirâmide real do meu orgulho, hoje que apenas sou matéria e entulho, tenho consciência de que nada sou!”
Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades e muitos anos de vida. A morte é parabenizada e convidada a mais um ano mastigando e engolindo todo o bolo da vida.
Serviço
Vozes de um Túmulo, de Mariana Morgado
Com Coletivo Corpos Falantes
Dias 10 e 11 de abril de 2025
Quinta e sexta, às 20h00
Local: Centro da Terra
R. Piracuama, 19 – Perdizes, São Paulo – SP
Ingressos: Sympla. Valor consciente a partir de R$ 31,00
Vendas on-line:
Dia 10 – https://www.sympla.com.br/evento/coletivo-corpos-falantes-vozes-de-um-tumulo/2890766
Dia 11 – https://www.sympla.com.br/evento/coletivo-corpos-falantes-vozes-de-um-tumulo/2890793