Crédito da foto: Eliabe Alves
Um piso diferente e um cenário em baixo das árvores transformaram o pátio da escola estadual do N9, zona rural de Petrolina-PE, em um palco à céu aberto. Na manhã desta quarta-feira (27), apresentações de grupos e uma mostra pedagógica movimentaram o local, dando início ao Circuito de Dança por Áreas Irrigadas. Os estudantes assistiram os espetáculos ‘Terrêro’ da Cia. Balançarte e ‘Debaixo D’Água’ do Coletivo Trippé, além de apresentar coreografias criadas por eles em oficinas.
A aluna Estefanny Soares Rodrigues, que tem 15 anos e cursa o 9° ano do ensino fundamental, foi uma das participantes das aulas de dança e ficou muito feliz em apresentar o resultado final na mostra para seus colegas de turma. “Isso foi ótimo. A gente amou, foi maravilhoso. Estava todo mundo ansioso, mas deu tudo certo”, conta.
As aulas aconteceram durante uma semana, na própria escola, que retoma aos poucos as atividades presenciais seguindo os protocolos de segurança à saúde. “Eu acho que uma das coisas mais importantes é que cada um vai sair valorizando mais a nossa Cultura brasileira”, afirma relembrando que a professora Fernanda Luz trouxe para os encontros temas como as artes dos povos originários brasileiros e as manifestações populares da região.
A interação dos estudantes com artistas profissionais é celebrada pelo professor Geraldo Lopes, que ministra a disciplina de Artes no colégio. “Essa oportunidade de troca certamente vai se reverberar na maneira deles perceberem o mundo, porque a maioria nunca teve contato direto com a Dança, assim de uma forma mais profissional. A palavra principal que eu vejo é oportunidade, permitir que eles tenham essa vivência”, comentou.
Essa é a segunda edição do Circuito de Dança realizado pela Cia. Balançarte, que teve um primeiro ano em comunidades periféricas. “Ficamos bem felizes em poder tá retomando esse trabalho de arte-educação. A gente consegue trazer essa forma de expressividade corporal para dentro da escola, onde os alunos podem falar a partir dos seus lugares, expor suas inquietudes”, diz Marcos Aurélio Soares, coordenador do projeto.
O N9 foi a primeira comunidade do município a receber o projeto incentivado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), do Governo de Pernambuco por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). O circuito ainda deve passar pelo C3, ainda este ano, e encerrar nos N10 e N11, em 2022.
[T] Adriano Alves / Virabólica Comunicação