No fundo do palco, em cena, 40 lâminas dão a sensação de um corredor cortante. O que interessa à iN SAiO Cia de Arte, no espetáculo CÁLAMO, é o conceito de perfuração. Da pesquisa empreendida, nasceram imagens: “perfurar”, “pinçar”, “suspender”, “soltar” e “atravessamentos” se tornaram elementos fundamentais na composição da dramaturgia do espetáculo.
O que a pele esconde? O que revela? O que está tatuado no corpo pelo lado de dentro é visível (ou não) pelo lado de fora. Cálamo explora, por meio da poética da dança, a pele como um espaço revelador de modos de vida e expressividades humanas.
O espetáculo, concebido e dirigido pela bailarina e coreógrafa Claudia Palma, faz três apresentações em maio nos dias 24 a 26, na Funarte SP, no projeto Conexões.
O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CÁLAMO
Na criação de CÁLAMO, a pesquisa, o processo de criação e a construção do corpo-intérprete aconteceram a partir do confronto com diversas questões: qual a extensão da minha pele? O que me encanta? Que marcas carrego em meu corpo? Diversas referências estiveram em cruzamento neste caminho, como palestras com o filósofo Rodrigo Vilalba e estudos a partir do filme “O Livro de Cabeceira” (Peter Greenaway, 1996), de onde foram pinçados termos como prazer, encantamento, obsessão.
A prática corporal/criativa desenvolvida a partir daí desembocou em imagens como “perfurar”, “pinçar”, “suspender”, “soltar” e “atravessamentos”, que se tornaram elementos fundamentais na composição da dramaturgia de CÁLAMO, desenvolvida em paralelo ao processo de criação. O que a pele esconde, o que revela. O que está tatuado no corpo pelo lado de dentro, visível ou não pelo lado de fora.
Em cena, o espetáculo dispõe 40 lâminas de ferro arrumadas de maneira irregular no fundo do palco, como uma espécie de corredor cortante. Essa imagem relaciona-se com o conceito de perfuração, atravessamento, buscado de maneira intensa no espetáculo. O figurino varia entre nas cores cinza, azul marinho e branco, e busca também o conceito de lâminas e linhas retas.
ESPETÁCULO – CÁLAMO
Sendo a pele um “limite passível de perfurações, atravessamentos e vertigens”, “Cálamo” faz dela “a matéria-prima de experimentação, decifração de desejos e encantamentos” e lança a pergunta: “O que fica impresso do lado de dentro, quando a pele é atravessada?”.
ENCONTRO
A fim de estreitar o diálogo entre os espectadores e os artistas e debater as propostas desenvolvidas durante a ocupação, a pesquisadora Lúcia Yáñez conduz uma conversa, aberta ao público, com coreógrafos convidados no mês de maio. OBS: Os encontros serão realizados no último sábado de cada mês.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Workshop com Claudia Palma sobre o processo de criação de Cálamo. Sala Renée Gumiel – Público: iniciantes e interessados em dança.
SERVIÇO
CÁLAMO
Complexo Cultural FUNARTE/SP – Sala Renée Gumiel
Alameda Nothman, 1058 – Campos Elíseos
Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50
Telefone: 011 3662.5177
Horário da bilheteria: uma hora antes do início do espetáculo
ESPETÁCULO
24 a 26 de maio
Sexta às 20h, sábado e domingo 19h
Duração: 60 minutos
Recomendação: 10 anos
ENCONTRO
Sábado 25 de Maio às 18h
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Domingo, dia 26 de maio, das 15h às 17h
Fonte: Canal Aberto