Em uma noite gelada de janeiro de 2013, um homem encapuzado atirou ácido no rosto do diretor artístico do Balé Bolshoi. Planejado por um proeminente bailarino solista, o crime escandalizou o mundo. Instituição mais ilustre da Rússia, o Teatro Bolshoi foi uma joia da coroa no reinado dos tsares e um emblema do poder soviético durante o século XX. Com Putin, no XXI, foi chamado a preservar este legado artístico inestimável e a refletir as ambições neoimperiais russas. O ataque e suas consequências nefastas ressaltaram a importância do Bolshoi para a arte do balé na Rússia e no mundo.
O episódio violento ressoou tanto na infraestrutura política russa quanto no cerne da história singular do Bolshoi. É o que demonstra o renomado musicólogo Simon Morrison neste relato de fôlego. Com acesso a arquivos governamentais e fontes exclusivas, Morrison nos conduz pela história do balé e descreve a carreira dos artistas no palco e nas coxias. Traça os laços políticos que unem a instituição aos diferentes regimes russos e detalha o nascimento de alguns dos balés mais amados do repertório do teatro.
Em 2015, quando esteve em Pequim apresentando sua versão de Romeu e Julieta, o coreógrafo Yuri Grigorovich comentou, com um alçar de ombros desalentado: “Havia censura; e ainda há”.
Desde o seu início infame, em 1776, pelas mãos de um charlatão faustiano, o Bolshoi foi motivo de orgulho do império tsarista após a derrota de Napoleão, em 1812. Com a Revolução, Moscou se transformou em uma capital global e o Teatro Bolshoi se tornou em um lugar de poder. As reuniões do Partido Comunista ocorriam lá, e a criação da União Soviética foi endossada no seu palco. Durante o período soviético, os artistas enfrentaram uma censura corrosiva, que fez com que o balé se juntasse aos campeonatos de xadrez e à exploração do espaço símbolo do orgulho nacional das disputas da Guerra Fria. Recentemente, uma restauração de 640 milhões de dólares devolveu ao Bolshoi a sua glória, embora alguns talentos premiados tenham ido embora.
Como Morrison revela, o teatro foi bombardeado, minado com explosivos e reforçado com cimento. Seus bailarinos sofreram tormentos físicos inimagináveis na escalada para a fama, às vezes em troca de tão pouco dinheiro que criavam vacas em casa para vender o leite e comprar comida. Mas o Bolshoi transcendeu a tensão de sua própria história e sobreviveu a 250 anos de rebeliões artísticas e políticas para definir não só a cultura russa, mas o próprio balé. Neste relato arrebatador e definitivo, Morrison deixa claro que a história do Balé Bolshoi caminha lado a lado com a da própria Rússia.
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Serviço
Título: Bolshoi Confidencial
Autor: Simon Morrison
Ano de lançamento: 2017
Editora: Record
Páginas: 490
ISBN: 9788501109187