O público que foi ver as apresentações dos melhores dançarinos de break do Brasil no Cine Teatro Solar Boa Vista no sábado (30/05), em Salvador, sentiu nas primeiras batalhas que Gustavo Henrique Cabral, o b-boy Ratin, era um dos favoritos. Natural de Sertãozinho, interior de São Paulo, o paulista de 23 anos venceu todos os duelos da final brasileira do Red Bull BC One.
Há três anos competindo no evento, Ratin já havia levado o título em 2014 e afirma que treinou focado no campeonato novamente este ano. “Evolui muito e desta vez dancei mais calmo e fiz movimentos mais soltos”, diz. “Minha inspiração é meu filho, que nasce em dois meses”.
Agora ele enfrentará os melhores b-boys da América Latina junto com o segundo colocado, o paraense Kapu, de 29 anos. “Misturei o break com capoeira e ginástica olímpica”, diz ele, que mora no Rio de Janeiro e representou o Estado na competição. “Vou treinar mais ainda para fazer bonito lá fora”. O b-boy Luan, que venceu a etapa latino-americana de 2014 e que representou o país na final mundial do campeonato em Paris no mesmo ano, também irá para a final latina.
O Red Bull BC One é uma batalha que se estabeleceu como a mais relevante da cena do breaking mundial. Os 16 competidores da final brasileira se enfrentaram em batalhas homem-a-homem e foram analisados em critérios como musicalidade, originalidade, performance e presença de palco. A avaliação foi feita por um júri formado pelos b-boys Pelezinho, Andrezinho e pelo colombiano Arex.
A competição entre os melhores b-boys da América Latina será em Lima, no Peru, no dia 30 de outubro. Os melhores dançarinos da disputa vão buscar o título de campeão do mundo em Roma, na Itália, em novembro. “Quero levar o Brasil para o primeiro lugar no break. Vou focar também meu condicionamento físico e quero criar novos movimentos”, diz Ratin.
O Brasil já teve um campeão mundial em 2010, o b-boy Neguin, que hoje integra o Red Bull BC One All Stars, um time com os melhores b-boys da cena mundial. No grupo das estrelas está também o brasileiro Pelezinho, jurado da batalha em Salvador. “O diferencial do Ratin é que ele usa o tablado todo com uma dança de movimentos leves e que parecem muito fáceis”, diz Pelezinho.
A competição que animou o Cine Teatro Solar Boa Vista foi apresentada pelo rapper Rooneyoyo, do grupo Radicais do Peso, e o ritmo da batalha homem-a-homem foi conduzido pelo som do DJ Bocka. A noite também teve performances do grupo de rap Opanijé e da cantora Larissa Luz.
Sobre o bicampeão nacional:
B-boy Ratin
23 anos
De Sertãozinho, São Paulo
Dança desde 2005
Crew: Killa Rockers
Outros interesses ou referências: sapateado antigo, capoeira e cultura hip hop
Sobre o Red Bull BC One:
Desde que foi criado, em 2004, o Red Bull BC One estabeleceu-se como uma das mais relevantes competições da cena b-boying mundial, sendo palco para inúmeros dançarinos, caso dos brasileiros Pelezinho (que já disputou quatro edições do Mundial) e Neguin, único latino americano a conquistar o cinturão de campeão.
O Red Bull BC One é a competição mais importante de b-boys homem-a-homem no mundo. A cada ano, milhares de b-boys competem nas City Cyphers, finais nacionais, por uma vaga nas seis finais, realizadas na Europa Ocidental, Europa Oriental, América do Norte, América Latina, Ásia-Pacífico e Oriente Médio e África. Os vencedores vão para o Red Bull BC One World Finals, em que 16 irão participar, mas apenas um sai coroado campeão.
O primeiro Red Bull BC One foi criado em 2004, na Suíça. Desde então, a competição anual viajou da Alemanha para o Brasil, África do Sul, França, EUA, Japão e Rússia.
Sobre o Red Bull BC One All Stars:
O time de b-boys da Red Bull surgiu em 2010 e reúne alguns dos principais nomes da cena em atividade. São os b-boys Cico (Itália), Hong 10 (Coreia do Sul), Lil G (Venezuela), Lilou (França), Neguin (Brasil), Pelezinho (Brasil), Ronnie (EUA), Roxrite (EUA), Taisuke (Japão) e Wing (Coreia do Sul).