De 5 a 8 de abril (quinta a domingo), o Itaú Cultural apresenta O Tempo não dá Tempo, espetáculo realizado em sinergia com a Ocupação Angel Vianna e volta a colocar em cena a homenageada da atual exposição da série. Com dramaturgia coletiva, que reúne Gregório Duvivier, Gonçalo M. Tavares, Oscar Saraiva e o elenco, a apresentação é dirigida por Duda Maia. A narrativa gira em torno do tempo, seja o presente, seja a falta dele ou mesmo a solidão diária. Em contraponto, traz a memória da infância para o agora, buscando o tempo da delicadeza. A programação em sinergia com a Ocupação traz, ainda, Aula do Papel, que Angel ministra no dia 28 de abril, e cujas inscrições estarão abertas de 3 a 10 de abril.
O Tempo Não Dá Tempo estreou no Rio de Janeiro no início do ano e chega inédito para o público de São Paulo. Além de Angel Vianna, atriz convidada, o espetáculo traz um elenco de diferentes gerações, composto, ainda, por Ciro Sales, Juliana Linhares, Marina Vianna e Oscar Saraiva. Para Duda Maia, colocar cinco gerações de atores em cena potencializa a percepção de tempo.
Segundo a diretora, como o tempo de história de cada um é significativo na realização de um pequeno gesto, a leitura de cada espectador irá navegar por caminhos pessoais. Essa trajetória é contada pela mescla de linguagens do teatro, dança, performance e multimídia, levando público e elenco a percorrer os espaços da Sala Itaú Cultural, da Sala Multiúso e as escadas do instituto.
O espetáculo, construído a partir das sensações de interrupção, insistência, lentidão e falta de tempo, faz, ainda, um paralelo entre os tempos urbanos e os da poesia. De um lado, cenas curtas, interrompidas e confinadas, experimentam a temporalidade das relações que não se estabelecem e a fragilidade da vida no dia a dia. De outro, é tratado o tempo da delicadeza, do respeito e do cuidado, as memórias da infância e a saudade. Busca também a observação sobre o próprio corpo, tendo como consequência a reflexão sobre do que é feito com o tempo.
A peça faz uma homenagem ao presente, seja com ou sem leveza, mas por inteiro. É um espetáculo que mergulha essencialmente em uma experiência sensorial, dando possibilidade ao público de ser também um criador, visitando a sua própria memória, resgatando algo bom que viveu, e voltar a ser criança mesmo sendo adulto.
Prática
De volta à prática da formação, no dia 28 de abril (sábado), às 19h, Angel ministra Aula do Papel, um de seus principais trabalhos como educadora e pesquisadora do movimento. Os interessados devem se inscrever de 3 a 10 de abril, pelo site www.itaucultural.org.br – se o inscrito precisar de intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), pode indicar no formulário.
Sem a obrigatoriedade de experiência prévia em dança, os participantes interagem com uma folha de papel e realizam movimentos que levam a uma maior percepção do corpo, de sua presença e deslocamento no espaço. Um desafio lançado pela bailarina, voltado à relação construída com o papel a partir do toque e da memória criada nesta experiência.
Sobre o grupo
Angel Vianna é pesquisadora do movimento, bailarina e coreógrafa que mobiliza o universo da dança brasileira desde 1940, sendo uma das pioneiras da dança contemporânea no Brasil. Nascida em Belo Horizonte, iniciou na dança aos 12 anos e nunca mais parou. Casou com Klauss Vianna e com ele replicou o movimento da Dança-terapia e Expressão Corporal no Brasil e se instalou no Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Montou sua primeira escola de dança em 1955, em Belo Horizonte, e em 1959, o casal fundou o Ballet Klauss Vianna, consequência do sucesso que foi a escola.
Em 1975, inauguraram o Centro de Pesquisa Corporal Arte e Educação, embrião da Escola Angel Vianna, que se confirmaria anos depois, em 1983, no Rio. Com propostas corporais centradas na autonomia e nas experiências pessoais de cada indivíduo, seu trabalho se estendeu aos campos artístico, pedagógico e terapêutico, ajudando na reabilitação de pessoas com deficiências. Inovou com trabalhos coreográficos por meio das companhias que criou: Ballet Klauss Vianna, Grupo Trans-forma, Teatro do Movimento, Profissionais Liberados e Geração Complemento, em parceria com Frederico Morais, e outros.
Duda Maia é formada pela Escola de Dança Angel Vianna, onde lecionou dança contemporânea durante 13 anos. Foi professora de corpo do Curso Profissionalizante de Atores da CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, de 1998 até 2008. Tem uma vastíssima atuação como diretora e diretora de movimento de espetáculos para o público adulto, infanto-juvenil e infantil, a exemplo de Uma Peça Como Eu Gosto (2012), da Cia. Histórias Pra Boi Dormir, vencedor do Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil, na categoria Melhor Direção, Clementina, Cadê Você? (2013), musical inspirado na vida de Clementina de Jesus, AUÊ (2016), do grupo teatral Barca dos Corações Partidos, que rendeu o Prêmio Cesgranrio 2016 de Melhor Direção. Atualmente, assina a direção de O Tempo não dá Tempo.
Ciro Sales é ator, produtor e gestor cultural. Iniciou em 2010 as atividades de sua companhia teatral, Núcleo Supernova Teatro, com a qual realizou os trabalhos Alugo Minha Língua (2011), Drácula (2012), de Marcio Meirelles, e Efeito Werther (2015). Atuou, entre outros, em Carmen, de Cervantes (2015), dirigido por Fábio Espírito Santo, e Enterro dos Ossos (2016), de Jô Bilac. Na TV, apresentou a versão brasileira de Catfish, programa da MTV americana, e também atuou nas novelas Haja Coração e Rock Story, ambas da TV Globo. No cinema, integrou o longa Coleção Invisível, de Bernard Attal, e Bem Casados, de Aloísio Abranches. Trabalhou entre 2007 e 2012 na gestão pública da cultura na Bahia, onde nasceu, como assessor especial e diretor de fomento à cultura. Atualmente, grava a segunda temporada de Catfish Brasil e prepara os ensaios de um espetáculo teatral em coprodução com a Third Rail Projects, de Nova York/EUA.
Juliana Linhares é diretora, atriz e cantora nascida no Rio Grande do Norte. Atuou nos espetáculos Gabriela (2016) e A Ópera do Malandro (2014), ambos de João Falcão, além de Cidadela (2014), dirigido por Diego De Angeli, e Só não viu quem não quis, de Miúda (2013). Em Natal, no Grupo Estandarte de Teatro, sob a direção de Lenilton Teixeira, participou dos espetáculos Matrióshka: uma história dentro da história (2007 e 2010), Uma coisa que não tem nome (2009) e do Auto do Natal: A face feminina de Deus (2008). Formada em Direção Teatral pela Unirio (2017), dirigiu Adubo (2017), Pira Caipira (2017), Dinossauros e Pelancas (2015/2016), Apanhei-te, Ernestinho: Vida, música e Sonhos de Ernesto Nazareth (2013). É ainda cantora da banda Pietá.
Marina Vianna é atriz há mais de 20 anos e ao longo de sua trajetória desenvolveu, simultaneamente, o exercício teórico, tornando-se doutora em Artes Cênicas e Professora Adjunta do Departamento de Teoria do Teatro da UNIRIO. Colaborou com a dramaturgia e a escritura cênica de trabalhos como A Falta que nos Move, com direção de Christiane Jatahy, FitzJam, dirigido por Pedro Brício, Devassa – sobre Lulu de Wedekind, direção de Nehle Franke com a Cia dos Atores, e Medea- Obs, de Fábio Ferreira. Em 2015, estreou como diretora do espetáculo A Santa Joana dos Matadouros, de Bertolt Brecht, indicado ao prêmio Cesgranrio de Melhor Direção e Melhor Espetáculo. Em julho de 2017, integrou o elenco de Entonces Bailemos, de Martín Flores Cárdenas.
Oscar Saraiva é professor, ator, dramaturgo, diretor teatral, e bacharel em Teoria do Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Trabalhou como ator com diretores tais como Ivana Leblon, Christiane Jatahi, Aderbal Freire Filho, Antônio Guedes, André Paes Leme, Jeferson Miranda, Marco Antônio Nunes e Pedro Kosovisk. De 1991 a 2004, trabalhou como ator-bailarino e dramaturgista na Cia de Dança Márcia Rubin. Foi indicado como Melhor Ator Coadjuvante pelo Prêmio APTR, em 2010, pela peça Hamelin, texto de Juan Mayorga e direção de André Paes Leme. Como dramaturgo e diretor, seus principais trabalhos são Esquece, Tudo isso agora, Não Perturbe, Faça o que precisa ser feito, Mira! Enquanto nossos olhos se perdem e Inventário 1.0, estreado em outubro de 2017.
Ficha técnica
Direção: Duda Maia
Intérpretes-criadores: Ciro Sales, Juliana Linhares, Marina Vianna e Oscar Saraiva
Artista convidada: Angel Vianna
Dramaturgia: Gregório Duvivier, Gonçalo M. Tavares, Oscar Saraiva e elenco
Diretor assistente: Jamil Cardoso
Direção de arte: Theodoro Cochrane
Projeções: Rico e Renato Vilarouca
Iluminação: Renato Machado
Trilha sonora original: Ricco Viana
Composição adicional: Renato Luciano
Arquitetura e produção de cenografia: Mariana Pitta
Assistente de arquitetura e cenografia: Isis Gomes
Cenotécnica: Dodô Giovanetti
Equipe de cenotécnica: Magno Alves e Zé Maranhão
Costura cênica: Claudia Phoenyx
Figurinista assistente: Thereza Macedo
Alfaiataria: Macedo Leal
Costura: Adélia Andrade, Fátima Léo e Olinda Lima
Técnicos de projeção: Plínio Marcos
Técnicos de luz: Felipe Medeiros, Maurício Fuziyama e Rodrigo Maciel
Estagiário de iluminação: Humberto Vayne
Operação de luz: Rodrigo Maciel
Operação de som: Antônio Van Ahn
Operação de projeções: Stella Maiques
Contrarregragem: Iuri Wander e Isis Gomes
Assistente pessoal Angel Vianna: Tatiane Jesus
Assessoria de imprensa: Daniella Cavalcanti
Redes sociais: Rebecca Rieggs e Juliana Linhares
Projeto gráfico: Rico e Renato Vilarouca
Fotografia: Flora Negri, Renato Mangolin e José Luiz Jr.
Direção de produção: Ciro Sales
Produção executiva: Bruno Fagotti e Nana Martins
Administração: Liame – Associação de apoio à cultura
Realização: Oi Futuro e Otimistas artes e projetos
Crédito da foto: Renato Mangolin
Serviço
O Tempo não dá Tempo
De 05 a 08 de abril de 2018
Quinta, sexta e sábado, às 20h30 e domingo, às 19h30
Local: Itaú Cultural – Sala Multiúso e escadas
Avenida Paulista, 149 – Bela Vista – Sâo Paulo/SP
(Próximo a estação Brigadeiro do Metrô)
Ingresso: Grátis
Informações: (11) 2168-1776/1777
Duração: 70 minutos
Capacidade: 70 lugares
Classificação Indicativa: Livre
Interpretação em Libras
Aula do Papel
Inscrições: De 3 a 10 de abril
50 lugares
Pelo site www.itaucultural.org.br
Se o inscrito precisar de intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), isso pode ser indicado no formulário
Aula:
Dia 28 de abril (sábado), às 19h
Duração aproximada: 180 minutos
Sala Multiúso (piso 2)
Ocupação Angel Vianna
Até 29 de abril (domingo)
Visitação: De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h.
Sábados, domingos e feriados das 11h às 20h.
Classificação indicativa Livre
Piso Térreo