CAIXA Cultural SP apresenta “por+vir” com a Companhia de Danças de Diadema
A montagem reúne nove renomados coreógrafos que já passaram pelas produções do grupo, promovendo o reencontro desses artistas com esta criação conjunta.
Os bailarinos da companhia também ministram workshop grátis nos dias 31 de março e 1º de abril (sexta e sábado, das 15h às 17h). Inscrições abertas.
Criado em 2015, para comemorar os 20 anos de atividades da Companhia, o espetáculo traz coreografias assinadas por Ana Bottosso (também diretora geral do espetáculo e da Companhia), Cláudia Palma, Fernando Machado, Henrique Rodovalho, Luís Arrieta, Mário Nascimento, Pedro Costa, Sandro Borelli e Sérgio Rocha.
O enredo parte da experiência de reviver o antigo junto com o atual, parte da pluralidade do movimento. Estes são fatores que potencializam a experimentação a partir das vivências com coreógrafos ímpares, sendo cada um colaborador com sua ótica sobre a dança contemporânea.
As coreografias que formam “por+vir” são: Nós de Nós (Cláudia Palma), Bakú (Ana Bottosso), Caminhos Traçados (Pedro Costa e elenco), Entre Pontos, (Fernando Machado), Gárgulas (Sandro Borelli), Esse Samba é Meu (Sérgio Rocha), Entremeios (Mário Nascimento), 1 + Um (Henrique Rodovalho) e Novena (Luís Arrieta).
Segundo Ana Bottosso, as coreografias conversam com a história do grupo e apresentam os muitos caminhos possíveis, diferentemente traçados, às vezes desimpedidos ou emaranhados por obstáculos. Sem saber ao certo como, desperta-se o desafio de transpassá-los e, em meio ao movimento das emoções, o artista traça, como uma novena, a busca pelos seus sonhos e o caminho para espantar os pesadelos. Enfim, um mais um e mais um e mais um, somam “Nós”.
Com este projeto, a Companhia de Danças de Diadema reafirma sua versatilidade e expressa sua maneira de olhar a dança por meio dos corpos de seus intérpretes, sob os diferentes estilos dos coreógrafos convidados, proporcionando ao público um múltiplo panorama gestual e sensorial.
O espetáculo “por+vir” não é só mais uma obra, é uma homenagem aos grandes nomes que passaram pela Companhia: “uma festa em forma de movimento, onde cada coreógrafo colabora numa criação para os corpos do elenco da Companhia e sua ampla história e dramaturgia. Não há um tema linear, mas uma linha de movimentos envolvendo a trajetória artística pessoal de cada criador e suas facetas”, comenta a diretora Ana Bottosso.
“Mergulhando num espírito de pluralidade corporal, sensitiva e, por que não, emotiva, a criação dessa obra marca, na linha do tempo da Companhia, um momento que, ao relembrar seus 20 anos passados, relembra também cada indivíduo, cada contribuição, cada obstáculo superado, cada cortina desvelada”. Finaliza Ana Bottosso.
Coreografias – por seus criadores
Nós de Nós (Cláudia Palma) – Quanto mais eu tenho o outro, será que eu tenho a mim? O desejo é a pele, o espaço, entrar e pausar… O olhar colhe e recolhe, toca e aproxima. O corpo se achega, aconchega e amolda, entra até tornar-se um só. A montanha.
Bakú (intervenções entre cenas – Ana Bottosso) – No intuito de interligar as cenas do espetáculo, Ana trouxe a imagem de “Baku”, uma entidade da tradição oriental, muito evocada pelos também artistas, que vem para espantar os pesadelos e trazer bons sonhos. Uma homenagem, sobretudo, à Ivonice Satie, criadora da Companhia de Danças de Diadema.
Caminhos Traçados (Pedro Costa – criação coletiva com elenco da Cia.) – O trabalho investiga a trajetória de cada indivíduo. Através dos recursos da memória afetiva do elenco, a proposta é um percurso pelos acontecimentos que marcaram suas vidas, desde a infância até hoje. A partir de um ponto, cada artista traçou seu caminho trazendo para a cena memórias, lembranças e emoções, num diálogo entre passado e presente, revelando ainda o confronto dos corpos que se encontram pelos caminhos.
.entre pontos. (Fernando Machado) – Partindo do conto “A tribo com os olhos para o céu”, de Ítalo Calvino, comentado por Zigmunt Bauman no livro “44 Cartas do Mundo Liquido Moderno”, .entre pontos. fala da incerteza do que está por vir: olhar para o céu além das estrelas e refletir sobre como traçar possibilidades individuais e coletivas, criando jogos de improviso que interrogam sobre o que acreditamos e abrir um infinito de possibilidades. “Contemplar o infinito como tribo que dança suas raízes e seus anseios, o trabalho cria uma movimentação que permeia o passado e o presente, o que fomos e o que nos tornaremos. Voltar neste momento à Companhia de Danças de Diadema representa rever toda a trajetória dentro e fora dela, o que ela fez por mim e para a dança no Brasil”.
Gárgulas (Sandro Borelli) – Inspirado na obra do pintor Lucian Freud, neto de Sigmund Freud, criador da psicanálise, a coreografia busca na solidão e no flagelo existencial o que o homem impõe a si mesmo. O que interessa é a dilaceração física e moral, o erótico surge potencializado por uma morbidez inevitável. Gárgulas é um espetáculo onde o ponto central é a figura humana e sua essência. É a busca por uma imagem crua, sem glamour, tendo a morte como companheira vital e necessária para a sua libertação. “O que interessa em Gárgulas é direcionar o foco à descoberta da intrigante beleza contida no grotesco de um corpo quase morto.”
Esse Samba é Meu (Sérgio Rocha) – O Brasil é conhecido mundialmente como a terra onde nasceu o samba. Nem todos os brasileiros têm samba no pé, mas na alma e na memória, de alguma maneira, todos nós o temos. A questão é: Quando e como foi o seu primeiro contato com o samba? A partir de pequenos relatos dos bailarinos como resposta, surgiu a coreografia.
Entremeios (Mário Nascimento) – Entre você e eu existe o vazio. Vazio que pode ser preenchido com as ações e atos. No caos do mundo procuramos os meios para ser real. Existir e estar no mundo entre o vácuo e as brechas. Nas entranhas. Nos vãos. Nas pequenas possibilidades de existência.
1 + um (Henrique Rodovalho) – “Partindo de mais um desenvolvimento técnico de movimento, dentro do estilo próprio que venho trabalhando, este duo foi criado especialmente para a Companhia. Foi concebido a partir de diferenças no pensar e no mover dos bailarinos que o compõe. Com detalhes próprios de cada um, mas sobretudo, com muita qualidade e virtuosismo de ambos, resultando numa possibilidade de relação e, por vezes, de desejo.”
Novena (Luís Arrieta) – No / Nove / Novena.
FICHA TÉCNICA
Direção geral: Ana Bottosso.
Coreógrafos: Ana Bottosso, Cláudia Palma, Fernando Machado, Henrique Rodovalho, Luís Arrieta, Mário Nascimento, Pedro Costa, Sandro Borelli e Sérgio Rocha.
Elenco: Ana Bottosso, Carolini Piovani, Daniele Santos, Danielle Rodrigues, Dayana Brito, Elton de Souza, Fernando Gomes, Keila Akemi, Leonardo Carvajal, Rafael Abreu, Thaís Lima, Ton Carbones e Zezinho Alves.
Assistente de direção e produção administrativa: Ton Carbones.
Assistente de coreografia: Carolini Piovani.
Desenho de luz: Fernanda Guedella.
Operação de luz: Silviane Ticher.
Sonoplastia: Renato Alves.
Figurino: o elenco.
Máscara: Zé das Máscaras.
Professores de dança clássica: Eduardo Bonnis e Márcio Rongetti.
Condicionamento físico: Carolini Piovani.
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação.
Assistente de produção e comunicação: Renato Alves.
Patrocínio: CAIXA Econômica Federal
SERVIÇO
“por+vir”
Companhia de Danças de Diadema
Dias 30 e 31 de março e 1º e 2 de abril de 2017
Quinta a domingo, às 19h15
Sessão com audiodescrição: 31/3 (sexta-feira)
Local: CAIXA Cultural São Paulo – Teatro
Praça da Sé, 111 – Sé/SP.
Ingressos: grátis – retirar a partir das 9h do dia do espetáculo (1 par por pessoa)
Informações: (11) 3321-4400
Duração: 70 min.
Classificação: 14 anos.
Capacidade: 80 lugares.
Acesso para pessoas com deficiência.
Workshop
Workshop: Dança Contemporânea em Estudos de Múltiplos Estilos
Companhia de Danças de Diadema
Dias 31 de março e 1 de abril
Sábado e domingo, das 15h às 17h.
Investimento: Grátis.
Inscrições: contato@ciadedancas.apbd.org.br (enviar nome completo, numero de RG e CPF, email, telefone, carta de interesse e breve currículo).
Vagas: 25.
Público alvo: maiores de 14 anos com alguma experiência em dança.
Descrição: O workshop trata da diversidade de estilos presentes no espetáculo “por+vir”, sob um olhar prismático dos bailarinos da Companhia de Danças de Diadema, e da multiplicidade de possibilidades inerentes à dança contemporânea.