A Importância do Estudo Teórico
Essa é uma última postagem da série de matérias que escrevi para o blog Netdança. O tema, apesar de extrema importância, não costuma ser levado a sério. Eu estou falando do estudo teórico.
Quem me conhece, sabe que tenho um enorme apreço por essa vertente do estudo. E depois que tive a oportunidade de participar da Mesa Redonda sobre O Lago dos Cisnes, com a participação ilustre de Eliana Caminada, o meu amor só cresceu… Afinal de contas, nem só de técnica vive um bailarino.
Certa vez, ouvi de um conhecido que bailarino só pensa em dançar, e ele tem razão. Teoria? Para a maioria, nem pensar! E boa parte das escolas, para ajudar, não tem em suas grades curriculares nenhum tipo de estudo que não seja o prático. Qual será, então, a sua importância para a formação do bailarino?
A resposta é muito simples. O estudo teórico nos faz compreender melhor a dança que vivenciamos nos dias de hoje, suas constantes mudanças e evolução ao longo do tempo.
Eu costumo dizer que esse estudo está dividido em dois grandes blocos: a parte terminológica e a parte histórica.
A terminologia diz respeito aos passos e suas várias nomenclaturas. Às vezes um passo pode ter nomes diferentes, dependendo do método, e cada um possui vários jeitos de ser executado. Essa parte do estudo teórico costuma ser passada em sala, porém de forma oral, afim de que os alunos se acostumem com a pronúncia e saibam como proceder no decorrer do curso.
Já a parte histórica, como o próprio nome sugere, busca a gênese, o início de tudo. É através dela que temos a oportunidade de responder várias perguntas, que porventura, existam em nossa mente: Como surgiu o ballet? Quando aconteceu? Como foi a sua evolução? Como o ballet se tornou o que é hoje? Qual o contexto em que surgiram os mais diversos ballets de repertório? Essa é justamente a modalidade que, muitas vezes, temos de pesquisar por nós mesmos. Sejam curiosos e procurem, se tornem detetives! Esse é o caminho!
Ballet é disciplina, arte e dedicação, e esses atributos também valem para o estudo teórico. Mas para quem pensa que estudar é preciso ler uma bíblia por dia, está redondamente enganado! Existem vários métodos, e o melhor, não precisa ser tudo de uma vez…
“Uma variação tem, em média, de um a dois minutos. Ler uma página de um livro leva alguns minutos. Um post de um blog ou um artigo de jornal, um pouco mais. Um documentário sobre dança costuma ter menos de duas horas. Os repertórios completos, idem. Vídeos de ensaios ou bastidores, uns cinco minutos. Um desses por dia, só um!, faz uma imensa diferença. E vamos combinar, é difícil estudar sobre ballet para quem ama o assunto?”
Cássia Pires – Blog Dos Passos da Bailarina
Que tal seguir essas dicas?
Eu garanto: vocês irão se surpreender!